Cabo Verde espera que os dados de 2025 mostrem uma redução de 20% da prevalência da anemia em menores de 5 anos e grávidas e em 50% nas mulheres em idade reprodutiva, revelou fonte oficial
“Estamos
a contar que nos dados atualizados do novo inquérito demográfico vejamos esses
progressos”, face ao quadro verificado em 2018, afirmou Dulcineia Trigueiros,
nutricionista do Programa Nacional de Nutrição e ponto focal das escolas
promotoras de Saúde de Cabo Verde.
Segundo
os resultados do Terceiro Inquérito Demográfico e de Saúde Reprodutiva (IDSR –
III), publicados há quase seis anos, 43% das crianças cabo-verdianas de 6 a 59
meses eram anémicas, apesar de uma redução de 52% relativamente a 2005.
Nas
grávidas, essa prevalência passou de 43% em 2005 para 22% em 2018 e nas
mulheres em idade fértil – dos 15 aos 49 anos – baixou de 28% para 21% no mesmo
período.
A
responsável disse à Lusa que, passados quase seis anos do último estudo, as
autoridades de saúde cabo-verdianas preveem realizar o Quarto Inquérito
Demográfico e de Saúde Reprodutiva (IDSR – IV) para atualizar os dados.
A
nutricionista mostrou-se confiante na redução com base em várias medidas que
têm sido adoptadas nos últimos anos no país, entre elas, desde 2017, a
fortificação domiciliária com um micronutriente em pó (Vitaferro) para crianças
menores de 5 anos.
Também
tem sido dado um suplemento com sulfato ferroso às crianças do Ensino Básico
Obrigatório (EBO), dos seis aos 12 anos, e a suplementação com sulfato ferroso
e ácido fólico às grávidas e puérperas.
A
fortificação da farinha de trigo com ferro e ácido fólico e educação e
orientação nutricional para o consumo de alimentos ricos em ferro são outras
das medidas que as autoridades sanitárias cabo-verdianas têm implementado, que
contam com apoio nacional e internacional.
“Achamos
que temos tido resultados positivos, mas precisamos fazer as avaliações através
de indicações actualizadas para ver se estamos a ter progressos”, considerou,
recomendando uma alimentação variada e equilibrada com fonte de ferro a
crianças depois dos seis meses.
A
anemia pode levar a um desenvolvimento cognitivo inadequado e a um pior
desempenho escolar, sendo mais prevalecente em crianças de famílias e meios
mais carenciados.
A
nutricionista pediu a participação de vários outros setores na luta para
redução da prevalência da anemia no país, como o desenvolvimento social, a
agricultura, a educação, água e saneamento, dos pais e de toda a sociedade
civil. “Temos de capacitar as pessoas, as famílias e a comunidade em questões
de saúde, para aumentar a literacia da população e consolidar as políticas e
estratégias já definidas”, apontou.
A
Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica de “um problema grave de saúde
pública” qualquer prevalência de anemia acima dos 40%. In “Ponto
Final” – Macau com “Lusa”
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