O Fundo de Desenvolvimento dos
Transportes (FTC) vai investir, este ano, cerca de 2.6 mil milhões de meticais
no reforço da frota e serviços do sistema de transporte público urbano.
Trata-se de um investimento destinado à aquisição de 300 novos autocarros e que
incluem seguro e serviços de manutenção até 150 mil quilómetros.
De acordo com Simão Mataruca,
Director Executivo do FTC que revelou o facto, a decisão para este investimento
constitui parte de um pacote de medidas aprovadas pelo Governo, que visam a
reorganização do sistema de transporte público urbano de passageiros.
Com efeito, o Governo aprovou,
na Sessão do Conselho de Ministros, de 6 de Novembro, a criação da Agência
Metropolitana do Grande Maputo, entidade que vai gerir as reformas do transporte
público urbano de passageiros nos municípios de Maputo, Matola, Boane, distrito
de Marracuene e áreas adjacentes na Província de Maputo, sendo responsável pela
coordenação de todas as iniciativas públicas e privadas, para a melhoria do
transporte público ligando a área metropolitana de Maputo.
A par destas medidas, constam
ainda a implementação da concessão de rotas de transporte nos corredores que
dão acesso à Cidade de Maputo, sendo que o projecto piloto abrange três grande
corredores, nomeadamente, corredor I, que compreende as ligações Boane- Baixa
da Cidade de Maputo, Cidade da Matola-Baixa, Mozal-Baixa e Tchumene-Baixa; o
Corredor II, que compreende as ligações Matola-Gare- Baixa, Patrice
Lumumba-Baixa e T3- Baixa e Corredor III, que abrange as ligações Marracuene e
Baixa da Cidade de Maputo.
Está igualmente em
implementação o projecto de Bilhética Electrónica, para garantir a integração
tarifária dos diversos operadores de transporte e o projecto Metrobus (uma
iniciativa privada que vai combinar autocarros e automotoras) e o reajuste da
tarifa aplicada.
A decisão da inclusão do
seguro e serviços de manutenção, no pacote da aquisição dos 300 autocarros em
aquisição, surge na sequência da experiência positiva registada no investimento
realizado no ano passado, com aquisição de 50 autocarros afectos à rota Zimpeto
Baixa/ Museu. “Em Fevereiro de 2016, o FTC adquiriu 50 autocarros, numa
primeira experiência de inclusão de seguro e manutenção. O resultado é que
hoje, 20 meses depois, os 50 autocarros continuam a funcionar e em bom estado”
disse Mataruca, deplorando experiências anteriores em que parte significativa
das unidades adquiridas ficavam inoperacionais, em menos de um ano, por
deficiente manutenção.
INVESTIMENTOS
ESTRATÉGICOS
Criado através do Decreto
38/2010, de 15 de Setembro, o Fundo de Desenvolvimento dos Transportes e
Comunicações (FTC) é uma instituição, com a finalidade de, entre outras
atribuições, financiar projectos estratégicos do Sector dos Transportes e
Comunicações.
Nessa base, para além do
transporte público urbano, o FTC tem participado em investimentos estratégicos
em outras áreas do Sector dos Transportes e Comunicações. Em 2012, o FTC
comparticipou na construção do Aeroporto de Nacala com um valor de cerca de 429
milhões de meticais.
A pedido da empresa Linhas
Aéreas de Moçambique, tendo em conta a dinâmica de desenvolvimento da aviação
civil em Moçambique, o défice de aeronaves para atender à crescente demanda e a
estratégia operacional para esta empresa se posicionar num mercado concorrencial
real, num espaço aéreo liberalizado, o FTC, como parte das suas atribuições
estatutariamente definidas, apoiou o processo de aquisição de duas aeronaves
Bombardier Q400, em regime de leasing, para reforçar a actual frota, bem como
financiou uma aeronave Bombardier Challenger, para o segmento executivo,
vocação da subsidiária MEX, processos estes conduzidos pela LAM – Linhas Aéreas
de Moçambique, proponente do projecto.
“Este financiamento, num
montante de cerca de 560 milhões de meticais, foi concedido no âmbito das
atribuições e competências do FTC, considerados todos os pressupostos da
rentabilidade do projecto, com impacto financeiro e comercial positivo para a
instituição financiadora e a empresa proponente do projecto, bem como
transformar em acções concretas as atribuições desta instituição”, disse
Mataruca.
No ramo da marinha, o FTC tem
estado a participar, igualmente, na reparação de embarcações das principais
travessia, bem como na construção de infra-estruturas de acostagem para as embarcações
que servem as populações usuárias dessas travessias, tendo no ano de 2016
desembolsado cerca de 52 milhões de meticais para o efeito.
Refira-se que o FCT tem
como principais fontes de financiamento 5% da taxa dos combustíveis; 60% das
receitas dos "permits" receitas consignadas dos institutos públicos
do sector; bens patrimoniais considerados passivos das empresas e instituições
do sector; contribuições das empresas do sector que não estejam sujeitas a
contribuições a outros fundos, entre outras. In “Olá Moçambique” -
Moçambique
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