Pelo menos 139 países poderiam
ser totalmente abastecidos por eletricidade gerada por fontes eólica, solar e
aquática até 2050.
Esta é a conclusão, não
exatamente de um estudo ou de um levantamento, mas de um roteiro para a
efetivação de um futuro 100% baseado em energia renovável. Uma primeira etapa
prevê alcançar 80% de energia renovável em 2030, e a segunda prevê alcançar
100% em 2050.
O roteiro descreve as mudanças
de infraestrutura que os 139 países devem fazer para se tornarem totalmente
alimentados pelo que hoje são consideradas fontes alternativas de energia.
As análises examinaram os
setores de eletricidade, transporte, aquecimento e refrigeração, industriais e
de agricultura/silvicultura/pesca de cada país.
Os 139 países - selecionados
porque são países para os quais os dados estão publicamente disponíveis por
meio da Agência Internacional de Energia - emitem em conjunto mais de 99% de
todo o dióxido de carbono de origem humana do planeta.
"Os formuladores de
políticas geralmente não querem comprometer-se a fazer algo a menos que haja
alguma ciência razoável que possa mostrar que é possível, e é isso que estamos
tentando fazer. Existem outros cenários. Não estamos dizendo que há apenas uma
maneira de fazer isso, mas ter um cenário dá orientação às pessoas," disse
o professor Mark Jacobson, da Universidade de Stanford, coordenador do
trabalho. "Tanto os indivíduos como os governos podem liderar essa
mudança."
Economia
baseada em energia limpa
A transição para uma economia
baseada em energia limpa pode significar um aumento líquido de mais de 24
milhões de empregos no longo prazo, uma diminuição anual de 4 a 7 milhões de
mortes por poluição atmosférica por ano, a estabilização dos preços da energia
e uma poupança anual de mais de US$ 20 trilhões em custos de saúde e ações de
adaptação às mudanças climáticas.
Para cada uma das 139 nações,
a equipe de 26 especialistas avaliou os recursos de energia renovável
disponíveis, o número de geradores de energia eólica que poderiam ser
instalados, a disponibilidade de fontes de água (rios e mares), a incidência de
energia solar e a área em terrenos e telhados necessária para a instalação dos
painéis solares.
"O que é diferente entre
este estudo e outros que propuseram soluções é que estamos tentando examinar
não só os benefícios climáticos da redução de carbono, mas também os benefícios
de poluição do ar, benefícios de trabalho e benefícios de custo," disse
Jacobson.
Benefícios
de um mundo com energia limpa
Como resultado da transição
para a energia limpa, o roteiro prevê uma série de benefícios diretos.
Por exemplo, ao eliminar o uso
de petróleo, gás e urânio, a energia associada à mineração, transporte e
refinação destes combustíveis também é eliminada, reduzindo a demanda
internacional de energia em cerca de 13%. Como a eletricidade é mais eficiente
do que a queima de combustíveis fósseis, a demanda deve diminuir 23%.
As mudanças na infraestrutura
também significariam que os países não precisariam depender uns dos outros para
combustíveis fósseis, reduzindo a frequência dos conflitos internacionais por
questões de energia.
"Além de eliminar as
emissões e evitar o aquecimento global de 1,5º C e começar o processo de deixar
o dióxido de carbono ser drenado da atmosfera terrestre, a transição elimina de
4 a 7 milhões de mortes por poluição atmosférica a cada ano e cria mais de 24
milhões de empregos de tempo integral no longo prazo," disse Jacobson. In “Inovação
Tecnológica” - Brasil
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