Três atletas pertencentes aos
Harlem Globetrotters, uma equipa de basquetebol profissional norte-americana,
estiveram recentemente na província de Gaza, tendo escalado, entre outros
locais, o distrito de Mandlakazi, para a interacção e transmissão de técnicas
aos alunos e praticantes daquela modalidade, nas escolas primária de
Chitsombelane e secundária Samora Machel.
A visita daqueles desportistas
a Moçambique insere-se no âmbito da parceria entre os Harlem Globetrotters e a
Visão Mundial, uma organização não-governamental que actua em Moçambique,
virada fundamentalmente à promoção dos direitos da criança e apoio aos grupos
sociais e comunidades em situação de vulnerabilidade.
“Estamos em parceria com os
Harlem Globetrotters e parte dos jogadores desta equipa decidiu, no âmbito da
parceria existente com a nossa organização, virem espelhar a situação que
algumas crianças ainda enfrentam no seu quotidiano em Gaza, e se colocarem como
parte da solução”, disse Graham Strongs, director nacional da Visão Mundial em
Moçambique, falando em entrevista colectiva no distrito de Mandlakazi.
“Estamos entusiasmados por
eles terem vindo a Moçambique para promoverem o basquetebol nas nossas crianças
e, na verdade, basquetebol é desporto, saúde e bem-estar”, continuou Strongs,
referindo-se aos três basquetebolistas norte-americanos, por sinal embaixadores
do desporto na Visão Mundial.
O primeiro ponto escalado
pelos visitantes foi a Escola Primária de Chitsombelane, onde se depararam com
duas salas construídas de material precário, inclusive o gabinete do director e
casas de banho sem condições favoráveis, devido ao tipo de material aplicado.
Ademais, as aulas de educação
física, naquela escola, contemplam, além do voleibol e entre outras
modalidades, o basquetebol e, para a prática desta, as crianças têm recorrido a
meios alternativos, a exemplo de colocação de jantas de bicicletas nas árvores
para servirem de cestos, tudo na tentativa de garantir a prática do
“bola-ao-cesto” pelas crianças.
Este factor, nomeadamente a
falta do material adequado para a prática da modalidade, constitui apenas um
exemplo de tantos outros pelos quais muitas crianças moçambicanas estão
sujeitas. Aliás, foi a partir destes e outros cenários que Graham Strongs
chegou mesmo a afirmar que Moçambique “necessita de mais apoios”, sobretudo
para as áreas de educação, desporto, água e saneamento do meio, entre outras.
“Acreditamos que no seu
regresso aos EUA poderão contar estas histórias para que percebam que
Moçambique precisa de mais apoios para progredir e desenvolver a nação e os
recursos que advierem destes países chegarão para apoiar nas diferentes áreas,
saúde, educação, água e saneamento”, explicou Strongs.
Por seu turno, Anthony Buckets
Blakes, um dos três basquetebolistas da equipa norte-americana, os Harlem
Globetrotters, disse ter encontrado em Mandlakazi “bons talentos”, de
diferentes géneros.
“É importante realçar isto
porque a nossa equipa (Harlem Globetrotters) é composta por homens e mulheres.
E nós aqui tivemos a oportunidade de ver meninas e meninos a jogarem. As
crianças têm um bom potencial, eles parecem que trabalham arduamente e que têm
bons treinadores”, disse Anthony Buckets Blakes, um dos jogadores dos Harlem
Globetrotters, equipa de basquetebol profissional norte-americana que ganhou a
alcunha de “equipa de básquete mais famosa do mundo”, por fazer de suas
partidas uma mistura de entretenimento e exibição de habilidades técnicas. A
colectividade viaja o mundo e já fez mais de 25 mil apresentações em 118
países, segundo apurou o “Diário de Moçambique”.
“Estamos não apenas para
mostrar habilidades de basquetebol, mas também somos embaixadores de boa vontade
que partilham o seu tempo para ajudarem a forjar bons seres humanos. Juntos com
a Visão Mundial pretendemos ajudar as crianças em situação difícil e,
outrossim, tornar as comunidades vulneráveis a serem auto-sustentáveis”,
acrescentou Blakes.
Neusa Abdul Cassamo é uma das
alunas da Escola Secundária Samora Machel de Mandlakazi e praticante de
basquetebol naquela instituição de ensino, e à nossa reportagem disse, momentos
depois do jogo de transmissão de técnicas, que “aprendemos muita coisas, sobretudo
as regras elementares do basquetebol, com muito entretenimento e habilidades
performativas à mistura. Foi momento ímpar e deu para aproveitar. Gostaríamos
que viessem por mais vezes”. Neusa, de 14 anos de idade,
estuda na oitava classe e sonha ser basquetebolista de profissão. Victor Muvale – Moçambique in “Diário
de Moçambique”
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