O
ensino da Língua Portuguesa quase triplicará num intervalo de quatro anos no
Instituto Politécnico de Macau, estando previsto um aumento do número total de
alunos matriculados de 269 no ano lectivo anterior para 683 em 2020/2021. Este
número inclui já os futuros cursos de Mestrado e Doutoramento que devem abrir,
no próximo ano, com um total de 120 matriculados
As iniciativas desenvolvidas
pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM) vão “impulsionar um forte incremento
do ensino da língua portuguesa” na instituição presidida por Lei Heong Iok.
Graças a esses projectos, alguns já implementados e outros em marcha, a aposta
no Português é já visível: este ano lectivo, o número de alunos subiu para 336
face aos 269 que se matricularam em cursos com o ensino da língua de Camões em
2016/2017.
Numa perspectiva a longo
prazo, os números são ainda mais impressionantes: os cursos vocacionados para o
ensino do Português podem vir a ser frequentados, em 2020/2021, por um total
aproximado de 683 alunos – mais 414 do que os estudantes matriculados em 2016/2017.
Os dados foram avançados ao Jornal Tribuna de Macau pelo director da Escola
Superior de Língua e Tradução do IPM, Luciano Rodrigues de Almeida.
Este incremento – já notório
no ano lectivo em curso, com o aumento de 67 alunos em cursos de Português face
a 2016/2017 – resulta de uma série de projectos já postos em prática pelo
Instituto Politécnico e que incluem tanto o ensino da Língua Portuguesa como a
componente bilingue.
Este ano, a instituição
académica abriu na Escola Superior de Línguas e Tradução (ESLT) a terceira
turma diurna do Curso de Tradução Chinês-Português/Português-Chinês. Entraram
164 alunos, pelo que o curso em regime diurno passou a funcionar com três
turmas. E, segundo as previsões, a mesma licenciatura irá receber um total de 275
estudantes em 2020/2021, mais 111 face ao actual universo de matriculados.
A ESLT abriu também este ano o
curso de Licenciatura em Português tendo atraído 22 alunos, número que deverá
crescer para 90 em 2020/2021.
De acordo com as mesmas
projecções facultadas a este jornal, o curso de Relações Comerciais
China-Países Lusófonos, leccionado na Escola Superior de Administração Pública,
sofrerá um incremento de 51 alunos, atingindo um total de 100 matrículas em
2020/2021.
De um modo geral, o IPM
acredita que só os cursos de ensino da Língua Portuguesa (sem contar com
Mestrado e Doutoramento) irão registar um aumento de 221 alunos matriculados –
passando de 336 este ano lectivo para 563 no ano curricular que terminará em
2021.
Mestrado
e Doutoramento com mais de 100 alunos
Para além dos cursos já em
funcionamento, o Instituto Politécnico de Macau tem também projectos de ensino
que devem entrar em funcionamento no próximo ano lectivo. Neste sentido, a
Escola Superior de Línguas e Tradução vai abrir, em 2018/2019, um Mestrado em
Tradução e Interpretação Chinês-Português estando prevista a inscrição de 45
alunos – o mesmo número de matrículas projectadas para o futuro Mestrado em
Língua e Cultura Portuguesa.
Por outro lado, ao nível do
Doutoramento, prevê-se que 30 estudantes se matriculem no curso de Língua e
Cultura Portuguesa, perfazendo um total de 120 inscritos. Desse modo, subirá
para 683 o número de alunos matriculados e inscritos em Cursos de Ensino da
Língua Portuguesa no ano lectivo 2020/2021.
“Neste momento, [o ensino do
Português no IPM] já não é um projecto. É algo concreto que se está e vai
desenvolver normalmente”, salientou o director da Escola Superior de Língua e
Tradução, Luciano Rodrigues de Almeida.
Numa entrevista concedida a
este jornal em Janeiro último, o docente apontou o reconhecimento do IPM como
uma “referência para o ensino e aprendizagem da língua portuguesa”, fruto de um
“trabalho muito sério que vem sendo desenvolvido há mais de duas décadas e que
honra e orgulha todos quantos nele trabalham”.
Apesar do forte impulso do
ensino do Português no IPM que se perspectiva alcançar nos próximos quatro
anos, Luciano Rodrigues de Almeida considera que “há margens para reforçar o
ensino do Português, nomeadamente na formação de quadros bilingues técnicos”.
“Isso irá depender muito do projecto que o Governo venha a definir para o
futuro na área do ensino da Língua Portuguesa e da obrigação das instituições
de ensino superior públicas implementarem essas políticas”, sublinhou.
Laços
reforçados com Universidade de Coimbra
O Instituto Politécnico de
Macau (IPM) recebeu uma delegação de alunos e professores da Universidade de
Coimbra (UC) com vista a “aprofundar” a comunicação entre as duas instituições.
A visita da delegação liderada pelo professor António José Mendes prolongou-se
por uma semana. Segundo o jornal “Ou Mun”, o vice-presidente do Conselho de
Gestão do IPM, Marcus Im, salientou os laços de cooperação “íntimos” com a UC
em “várias áreas académicas e na elaboração de estudos científicos”. Nessa
linha, serão envidados esforços para reforçar os contactos com instituições de
ensino superior de Portugal, incluindo a UC, para “melhorar a qualidade do
ensino académico”. Catarina Almeida –
Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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