Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 12 de novembro de 2017

Retalhos















Vamos aprender português, cantando



Serras, veredas, atalhos,
fragas, estradas de vento,
onde se encontram retalhos
de vidas em sofrimento

Retalhos fundos nos rostos,
mãos duras e retalhadas
pelo suor do desgosto,
retalha as caras fechadas

O caminho que seguiste,
entre gente pobre e rude,
muitas vezes tu abriste
uma rosa de saúde

Cada história é um retalho
cortado no coração
de um homem que no trabalho
reparte a vida e o pão

As vidas que defendeste,
e o pão que repartiste,
são água que tu bebeste
dos olhos de um povo triste

E depois de tanto mundo,
retalhado de verdade,
também tu chegaste ao fundo
da doença da cidade

Da que não vem na sebenta,
daquela que não se ensina,
da pobreza que afugenta
os barões da medicina

Tu sabes quanto fizeste,
a miséria não se cura,
nem mesmo quando lhe deste
a receita da ternura

Cada história é um retalho
cortado no coração
de um homem que no trabalho
reparte a vida e o pão

As vidas que defendeste,
e o pão que repartiste,
são a esperança que aprendeste
dos olhos de um povo triste

Cada história é um retalho
cortado no coração
de um homem que no trabalho
reparte a vida e o pão

As vidas que defendeste,
e o pão que repartiste,
são a esperança que aprendeste
dos olhos de um povo triste

Luanda Cozetti – Brasil, Portugal

Letra: José Carlos Ary dos Santos - Portugal


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