Vários países africanos,
incluindo Moçambique, vão ter acesso a um financiamento internacional de 234
milhões de euros (280 milhões de dólares) para modernizar o setor da
agricultura, a principal base da economia daquele continente
O financiamento surge no
âmbito da Parceria para a Transformação Agrícola Inclusiva em África (PIATA),
projeto financiado principalmente pela Fundação Bill Gates (fundador da
Microsoft) e Melinda Gates, a Fundação Rockefeller e a Agência dos Estados
Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
A verba, que vai permitir a
pelo menos 11 países do continente africano lançar uma "revolução
verde", segundo os doadores internacionais, foi divulgada em Abidjan, na
Costa do Marfim.
O objetivo deste apoio é
"catalisar e apoiar a transformação agrícola inclusiva em pelo menos 11
países africanos, o que vai aumentar os rendimentos e melhorar a segurança
alimentar de 30 milhões de pequenas explorações agrícolas familiares", sublinharam
os doadores, à margem de um fórum promovido pela Aliança para uma Revolução
Verde em África (AGRA), a decorrer naquela cidade costa-marfinense e que conta
com vários Presidentes e ex-Presidentes africanos.
"África precisa de uma
revolução agrícola que seja original e que ligue as milhões de pequenas
explorações agrícolas às redes agroalimentares, criando extensas cadeias de
fornecimento alimentar, emprego e oportunidades económicas para largos
segmentos da população", sublinhou um relatório relativo ao atual estado
da agricultura em África que foi divulgado no fórum.
"Tal transformação vai
exigir compromissos políticos e financeiros, bem como políticas mais
importantes por parte dos setores público e privado", reforçou o
documento.
Apesar de mais de 50% da
população africana estar ligada ao sector da agricultura, menos de 1% dos
empréstimos bancários estão direcionados para este segmento de atividade,
segundo dados referidos no fórum.
Para os participantes do fórum
em Abidjan, "a injeção de recursos financeiros na transformação da cadeia
de valor agroalimentar pode relançar uma nova fase de industrialização para a
agricultura africana".
"A agricultura ainda é o
melhor meio para um crescimento económico africano inclusivo e para a redução
da pobreza", frisou ainda o relatório, destacando que os sistemas
alimentares do continente funcionam graças aos pequenos proprietários que
rondam os 41 milhões.
A AGRA vai ser a instituição
que terá a responsabilidade de concretizar esta parceria com pelo menos 11
países considerados como prioritários: Gana, Nigéria, Mali, Burkina Faso,
Ruanda, Uganda, Quénia, Etiópia, Tanzânia, Malawi e Moçambique. In “Revista
PORT.COM” - Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário