O
Festival da Lusofonia deste ano será realizado entre 19 e 22 de Outubro, mais
um dia face à última edição, revelou o Instituto Cultural ao Jornal Tribuna de
Macau. Ao longo dos quatro dias estarão presentes “stands” de 10 países
lusófonos, além de um relativo à Região Autónoma de Guangxi, uma das novidades
desta 20ª edição que também aumentou para 50 mil patacas o valor concedido a
cada associação.
As Casas-Museu da Taipa voltam
a servir de palco para o Festival da Lusofonia, numa edição que este ano traz
algumas novidades, a começar pela sua duração. Ao Jornal Tribuna de Macau, o
Instituto Cultural (IC) avançou que o evento cresce um dia, uma vez que irá
realizar-se entre os próximos dias 19 e 22 de Outubro.
Além da participação das 10
comunidades lusófonas (Angola, Brasil, Cabo Verde, Goa, Damão e Diu,
Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste)
haverá também um novo “stand” da Região Autónoma de Guangxi, no Interior da
China, revelou ainda o IC.
Com o Festival da Lusofonia
agendado para daqui a sensivelmente um mês, as associações que representam os
países lusófonos no território já estão a trabalhar para oferecer um ambiente
que enche aquela característica zona da Taipa. Nesta 20ª edição, também se
verificaram mudanças em termos de orçamento, com as associações locais a serem
financiadas com 50 mil patacas, mais 20 mil do que nas edições anteriores.
A presidente da direcção da
Associação dos Amigos de Moçambique explicou ao Jornal Tribuna de Macau que o
“stand” deste ano irá dar destaque ao Parque Nacional da Gorongosa – área de
conservação situada na zona limite sul do Grande Vale do Rift Africano. Os
planos de Helena Brandão incluem a exibição de “filmes e fotografias” que permitem
dar a conhecer a evolução da zona situada no coração do centro de Moçambique e
que viu “dizimadas muitas espécies durante a guerra civil”.
Hoje em dia, o parque mais
famoso de Moçambique é gerido pelo Governo em co-parceria com a Fundação “Carr”.
Este esforço conjunto permitiu aumentar e relançar espécies que sofreram com o
período de guerra. “Há uma evolução substancial. Melhoraram as condições de
vida das pessoas e vamos destacar (…) o papel que a fundação tem desempenhado”,
explicou Helena Brandão, que conta com o apoio da Fundação “Carr” para a
recolha e exibição dos materiais durante o Festival da Lusofonia.
Além desta vertente, o “stand”
de Moçambique irá apostar uma vez mais na gastronomia oferecendo um leque
variado de petiscos para abrir o apetite dos visitantes. Segundo Helena
Brandão, o país estará também representado na Semana Cultural da China e dos
Países de Língua Portuguesa com a sabedoria gastronómica da “chef” Tia Orlanda
no Restaurante das Casas-Museu. Já no que ao artesanato diz respeito, a
Associação dos Amigos de Moçambique convidou Dina Paz para exibir os seus
trabalhos em capulana (tecido típico) na habitual Feira do Carmo, na Taipa.
Das
paisagens de Goa à poesia do Brasil
Em fase de preparação está
também o Núcleo de Animação Cultural de Goa, Damão e Diu. Segundo o presidente,
Sharoz Penenkar, o objectivo do núcleo é convidar as pessoas a “entrar” no
antigo território da União da Índia. “Vamos ter várias portas onde as pessoas
podem entrar ‘directamente’ em Goa, Damão e Diu e ver as paisagens,
fotografias, gastronomia e talvez a parte cultural. Estamos a ponderar ainda”,
contou o presidente do núcleo que tomou posse este ano.
Neste ambiente não faltarão
também os petiscos. Quem passar pelo “stand” de Goa, Damão e Diu poderá provar
alguns dos pratos mais famosos como o pão com chouriço à moda da Índia,
chamuças, entre outros. Quanto ao contributo do Núcleo para a Semana do
Artesanato na Feira do Carmo foi convidado Harichandra Pokle, mestre de
tatuagens indianas.
Em relação à participação da
Casa do Brasil no Festival da Lusofonia pode-se esperar poesia. Segundo a
presidente, Jane Martins, a associação baseou-se num livro editado pela
Embaixada do Brasil em Pequim que incluiu textos de 50 poetas.
Em termos concretos, o “stand”
que representa o Brasil será revestido com poemas em Português e traduzidos em
Chinês. “Vamos expor livros e vamos ter a ‘literatura de cordel’ com muitos
outros poetas para quem quiser comprar ou ler”. O objectivo da Casa do Brasil,
segundo conta, “é tentar com que as pessoas leiam um pouco de poesia”. Nessa
linha, serão colocadas duas árvores artificiais onde os visitantes podem
escrever os seus próprios poemas e outra onde estarão mais poemas expostos.
Quanto à presença da língua
chinesa no “stand” da Casa do Brasil, Jane Martins explica que, de facto,
“temos notado que há mais visitantes chineses”. “Normalmente, os nossos
panfletos e livros estão em Português e desta vez tivemos esta ideia de pôr
alguma coisa para que os visitantes também possam ler”, notou.
Na vertente gastronómica não
vão faltar as famosas caipirinhas. Haverá ainda “limonada, guaraná e o famoso
pastel de feira”. Por outro lado, no que diz respeito ao artesanato, os
visitantes do Festival da Lusofonia podem ter acesso a peças de capim dourado –
uma arte presente noutras edição do evento que foi um sucesso e cuja aposta é
agora renovada. Catarina Almeida – Macau
In “Jornal Tribuna de Macau”
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