Moçambique
e Malawi vão investir mais 2,1 mil milhões de euros no reforço da capacidade do
Corredor de Desenvolvimento de Nacala (CDN). O acordo entre os dois governos
foi hoje assinado em Maputo.
Falando após a assinatura do
acordo, o ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Carlos
Mesquita, afirmou que o entendimento visa a mobilização de recursos para o
reforço da capacidade das infraestruturas ferroviárias e portuárias existentes
no CDN.
“Os adicionais 2,5 mil milhões
de dólares [2,1 mil milhões de euros] têm a ver com o melhoramento das
infraestruturas, criação de capacidade adicional, aquisição de equipamentos
circulantes, como locomotivas e vagões, e investimentos na própria
linha-férrea”, declarou Carlos Mesquita.
O dinheiro será reunido
através das parceiras entre os governos e as concessionárias daquela
infraestrutura, principalmente a brasileira Vale e a japonesa Mitsui.
O acordo, prosseguiu Mesquita,
“é um instrumento que vai ter um impacto muito forte para o desenvolvimento dos
dois países e tem também o objectivo de dar apoio técnico e logístico para o
desenvolvimento da agricultura, turismo e comércio”.
O ministro dos Transportes e
Serviços Públicos do Malawi, Jappie Mhango, afirmou, por seu turno, que o
acordo traduz a determinação dos dois países no aproveitamento do potencial
económico existente no CDN, assinalando que a utilização das infraestruturas
ferro-portuárias de Moçambique é essencial para o desenvolvimento do seu país.
“Malawi e Moçambique partilham
as mesmas aspirações em relação ao CDN, o corredor é um catalisador para o
desenvolvimento económico dos dois países”, afirmou Jappie Mhango.
Os projetos hoje anunciados
por Moçambique e Malawi, na presença de responsáveis da Vale e da Mitsui, vão
complementar os empreendimentos que possibilitaram a viabilização da ferrovia
de 912 quilómetros, incluindo 200 que atravessam o território do Malawi, e um
terminal portuário de águas profundas que escoa o carvão que a mineira
brasileira produz no distrito de Moatize, província de Tete, centro de
Moçambique.
Para poder exportar em pleno o
carvão que produz em Moatize, província de Tete, centro de Moçambique, a Vale
associou-se à japonesa Mitsui e à empresa pública moçambicana CFM, num
investimento de 4,5 mil milhões de dólares.
A Vale projeta exportar 18
milhões de toneladas de carvão por ano, atingindo o máximo da capacidade da
nova ferrovia, contra 13 milhões de toneladas este ano e seis milhões em 2016,
ano em que o CDN entrou em operação. In “Transportes
& Negócios” - Portugal
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