Adelto Gonçalves |
Dados da CBS Statistics
Netherlands mostram que as exportações da Holanda cresceram quase seis vezes na
última década em direção ao Brasil, “um mercado em forte crescimento”, segundo
a agência, à frente da China e Cingapura, cujas importações aumentaram quase
quatro vezes, entre os países fora do círculo da União Europeia. A participação
das exportações para países não pertencentes à UE nas exportações totais de
produtos holandeses subiu de um quarto para mais de um terço no período.
Os dados mostram ainda que as
exportações holandesas de máquinas e equipamentos de transporte para países
fora da UE cresceram mais do que aquelas dirigidas para os países da UE. E que
houve um crescimento substancial nas exportações de máquinas especiais para a
Coréia do Sul, China, Taiwan, Japão e EUA. Mais: o Brasil emergiu como um
mercado em crescimento para equipamentos destinados à indústria naval.
Os números mostram que há uma
grande conexão entre Brasil e Holanda. Afinal, a Holanda aparece como o quinto
principal parceiro comercial do Brasil. Segundo dados do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a corrente de comércio
(importações/exportações) entre os dois países de 2004 a 2014 cresceu mais de
150%, passando de US$ 6,5 bilhões para US$ 16,1 bilhões.
Em 2014, o superávit
brasileiro foi de US$ 9,9 bilhões. Os holandeses exportam principalmente
gasolina, óleos de petróleo, adubos e fertilizantes, produtos químicos
orgânicos, plásticos, máquinas e aparelhos mecânicos, bebidas, queijos, ração
animal e genética animal e de plantas e, por outro lado, importam soja, óleos
de petróleo, minério de ferro, celulose, carne bovina e de aves, frutas e suco
de laranja.
Nos últimos tempos, porém,
esse relacionamento comercial tem baixado de intensidade. Em 2014, o Brasil
exportou US$ 13 bilhões FOB, registrando uma queda de 24,79% em relação a 2013
(US$ 17,3 bilhões). Em produtos industrializados, as vendas foram de US$ 7,4
bilhões e, em produtos básicos, de US$ 5,6 bilhões. A tendência de queda tem-se
mantido em 2015, pois até julho as exportações foram de US$ 5,9 bilhões FOB
(variação de -29,09%), divididos entre US$ 3,47 bilhões em produtos
industrializados e US$ 2,46 bilhões, em básicos.
Já as importações em 2014
foram de US$ 3,1 bilhões FOB, com um crescimento de 35,11% em relação a 2013
(US$ 2,3 bilhões). Em 2015, até julho, as importações chegaram a US$ 1,6 bilhão
(variação de -12,05% em relação ao mesmo período de 2014). O Brasil importou
majoritariamente produtos industrializados. De produtos básicos, foram US$
70,493 milhões. É de se ressaltar que, segundo dados da CBS, os produtos
holandeses são responsáveis por 56% do valor total das exportações daquela
nação, enquanto as reexportações são responsáveis por 44%. Aqui é preciso
acrescentar que reexportações compreendem produtos que são submetidos a
processamento adicional no país ou produtos de transhipment/transbordo com os
quais os portos holandeses muito contribuem para a economia local.
Diante desses números, se a
chave para a retomada do crescimento econômico pelo Brasil é a exportação, como
afirma o ministro Armando Monteiro, fica claro que o MDIC deve aproveitar o
momento para procurar aumentar as vendas de produtos manufaturados e básicos
para a Holanda, revertendo a atual tendência de queda. Adelto Gonçalves - Brasil
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Adelto Gonçalves, jornalista
especializado em comércio exterior, é doutor em Letras pela Universidade de São
Paulo (USP) e autor de Direito e Justiça em Terras d´El Rei na São Paulo
Colonial (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2015), entre outros. E-mail:
marilizadelto@uol.com.br
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