Queimadas
ameaçam Palanca Negra Gigante
O coordenador do projecto de
conservação da Palanca Negra Gigante, Vaz Pedro, alertou hoje, em Luanda, que
demasiadas queimadas no Parque Nacional de Cangandala podem prejudicar a
reprodução deste antílope, maior referência da fauna angolana.
Em declarações à Angop em Luanda,
o ambientalista referiu que as queimadas são recorrentes e, na sua maioria,
perpetradas por caçadores furtivos.
"As queimadas têm
origem humana e quase todos os anos registam-se em várias áreas do parque,
sobretudo no período do cacimbo. Muitas queimadas são feitas por caçadores
furtivos e outras por populares sem razão bem definida", precisou.
Vaz Pedro avançou que as
queimadas recentemente registadas causaram danos na parte adjacente da nova
vedação do santuário "Habitat da Palanca Negra Gigante", situado no
parque de Cangandala.
Segundo ele, as palancas
localizadas no santuário do parque estão sob controlo, mas queimadas em demasia
podem prejudicar a sua reprodução.
"No tempo de cacimbo
regista-se a acumulação da matéria combustível. Se algumas queimadas precoces
forem feitas de forma regrada e pontual podem também ser bastante benéficas,
quer para regenerar o pasto, quer para proteger a área contra queimadas futuras
e descontroladas", explicou.
No caso do santuário,
acrescentou, devido à presença de vedações, deve-se ter um cuidado adicional
porque estas podem danificar o material e prejudicar o habitat ou encurralar os
animais.
Apesar da ocorrência, Pedro
Vaz referiu que este ano as queimadas não foram significativamente piores em
relação aos anos anteriores.
No santuário de Cangandala
estão controladas 40 palancas negras, incluindo crias, de acordo com o coordenador
do projecto de conservação desta espécie única no mundo.
O número de Palancas
controladas tanto no Parque de Candangala como na reserva natural integral do
Luando encontra-se abaixo de 200, contra os dois mil animais controlados no
tempo colonial. In “Novo Jornal” - Angola
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