SÃO PAULO – A realização em
Lisboa, em junho, do primeiro fórum organizado pela União dos Exportadores da
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) marcou o nascimento de um
mercado comum que, apesar de todas as dificuldades que se apresentam para
viabilizá-lo, surge como o terceiro maior bloco mundial a nível econômico,
levando-se em conta o Produto Interno Bruto (PIB) de cada parceiro, a população
e número de consumidores. Basta ver que o bloco representa um PIB agregado
superior a US$ 2,5 bilhões e mais de um milhão de empresas.
Além dos mercados internos,
é de se levar em conta as diferentes regiões econômicas que estão associadas
aos nove países-membros da CPLP (Brasil, Portugal, Moçambique, Angola, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial e Timor-Leste), num
total de 86 nações, o que equivale a um universo superior a 260 milhões de
consumidores para um mercado potencial de 1,8 bilhão de habitantes, o que se
traduz em número impensável de negócios.
Esse mercado já existia em
potencial, mas faltava um organismo que pudesse viabilizar, estimular e
promover esse intercâmbio. E, ao que parece, esse será o papel da União dos
Exportadores e da Confederação Empresarial da CPLP, que nasceram depois da
primeira reunião de chefes de Estado realizada, em 2014, em Díli, capital do
Timor-Leste. Em função desses esforços, acaba de ser constituída oficialmente a
União de Bancos, Seguradoras e Instituições Financeiras da CPLP (UBSIF-CPLP),
que representa um passo decisivo para a cooperação financeira entre as nações
do bloco.
Entre os países-membros da
CPLP, Brasil e Portugal estão num estágio mais avançado de desenvolvimento,
enquanto os países africanos e o Timor-Leste, se estão em fase embrionária,
apresentam muitos recursos naturais e oferecem igualmente muitas oportunidades.
Seja como for, o fato de se poder usar o português como o idioma nos negócios
representa uma economia significativa nos custos, o que estimula a
competitividade dos produtos.
É de se ressaltar que o
fórum realizado em Lisboa permitiu que mais de 1.500 homens de negócios ali
reunidos pudessem conhecer a situação empresarial de cada país, suas carências,
seu sistema financeiro e jurídico e outras peculiaridades. Além disso,
conheceram também os instrumentos que a CPLP criou para ajudá-los a fazer
negócios, como, por exemplo, a marca CPLP, que conta com o portal Connect CPLP.
Desde então, a marca CPLP começa a servir como um selo de qualidade reconhecido
a nível mundial para produtos dos países-membros.
Existe também o Observatório
da CPLP, que exibe os projetos de cada Estado-membro e as licitações que serão
abertas. Dessa maneira, o sonho de José Aparecido de Oliveira (1929-2007),
idealizador e fundador da CPLP à época em que comandava a Embaixada do Brasil
em Lisboa entre 1992 e 1994, começa a se tornar realidade. Milton Lourenço - Brasil
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Milton Lourenço é presidente
da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de
Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e
da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e
Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br.
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