SÃO PAULO – Com vasto mercado
consumidor, o Mercosul é hoje o principal destino das exportações de produtos
brasileiros de alto valor agregado. E, apesar de algumas divergências entre os
seus parceiros e as dificuldades encontradas para a formalização de acordos de
livre-comércio com outros blocos ou países, o Mercosul, com 24 anos de atuação,
não só é uma iniciativa consolidada como fundamental para o comércio exterior.
Basta ver que, hoje, 87% das exportações brasileiras para o bloco são compostas
de produtos industrializados, manufaturados e semi-manufaturados.
Se não tivesse havido em 1991
um esforço conjunto para a assinatura do Tratado de Assunção entre Brasil,
Argentina, Uruguai e Paraguai, o País hoje estaria em maiores dificuldades,
diante do atual neocolonialismo em que as nações desenvolvidas procuram só
comprar commodities, vendendo em troca produtos manufaturados aos países
emergentes e subdesenvolvidos.
O êxito do Mercosul pode ser
medido também pela adesão da Veneuzela como país-membro e de Chile, Peru,
Colômbia e Equador como estados-associados. Além disso, estão em fase de
conclusão o processo de adesão da Bolívia e em fase inicial o da entrada de
Suriname e Guiana como associados. O bloco hoje representa 70% da população da
América do Sul e agrega uma população de 270 milhões de pessoas
É de se lembrar que, em 1991,
o comércio do Brasil com os demais países do Mercosul alcançou o total de US$
4,5 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC). Desse total, US$ 2,3 bilhões foram em exportações e
US$ 2,2 em importações. Em 2010, o movimento comercial saltou para US$ 39,2
bilhões – dos quais US$ 22,6 bilhões em exportações e US$ 16,6 bilhões em
importações.
Nos dias de hoje, comparado
com o resto do mundo, o mercado sul-americano aparece em primeiro lugar no
ranking de exportações brasileiras de manufaturados. Segundo dados do MDIC, em
2014, o bloco importou 24,1% dos produtos brasileiros, à frente de União
Europeia (17,6%), Estados Unidos (17,2%), América Latina (15,3%) –
excetuando-se os países do Mercosul –, Ásia (9,2%), África (5,1%) e Oriente
Médio (3,2%). Os demais países e blocos somaram 8,3%.
Em outras palavras: entre 1991
e 2013, as transações entre os países-membros foram multiplicadas em mais de 12
vezes, chegando a US$ 59,4 bilhões. Em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB) do
bloco chegou a R$ 3,1 bilhões, ficando atrás apenas de Estados Unidos, China,
Japão e Alemanha. Com isso, está claro o papel do Mercosul como indutor da
integração e crescimento da região, assumindo uma posição estratégica no tabuleiro
da geopolítica mundial, que o Brasil isoladamente não conseguiria ou precisaria
de mais tempo para conseguir. Milton
Lourenço – Brasil
_________________________________________
Milton Lourenço é presidente
da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de
Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e
da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e
Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br.
Sem comentários:
Enviar um comentário