Conservacionistas nacionais
estimam que nos próximos cinco anos não existirão mais elefantes no nosso país,
caso os índices de abate ilegal de animais desta espécie se mantiverem altos,
como acontece actualmente.
Um novo alerta foi lançado
recentemente, em Maputo, no decurso de uma marcha em protesto contra a matança
indiscriminada do elefante e do rinoceronte por caçadores furtivos, no
território nacional.
O evento juntou cerca de
três mil pessoas, entre representantes de diversas organizações da sociedade
civil moçambicana, de instituições académicas, artistas e público em geral,
preocupados com a crescente matança destes paquidermes.
Segundo os organizadores da
marcha, caçadores furtivos matam, em média, entre quatro a cinco elefantes por
dia nas diferentes áreas de conservação criadas no país ou fora destas.
Só no ano passado, estima-se
que tenham sido abatidos entre mil e quinhentos a mil e oitocentos elefantes em
todo o território nacional.
A informação foi avançada
pelo biólogo, Carlos Lopes Pereira, da Agência de Conservação da Fauna Bravia
(Wildlife Conservation Society), durante um seminário organizado pela
Procuradoria-Geral da República (PGR), dias antes da realização da marcha
contra a caça furtiva do elefante e do rinoceronte.
Nos últimos anos, a caça
furtiva do elefante em Moçambique assumiu contornos alarmantes e provou ser uma
acção do crime organizado, protagonizada por cidadãos nacionais e estrangeiros,
tendo como fim último o comércio ilegal do marfim.
O mesmo acontece em relação
ao rinoceronte, que não é somente caçado ilegalmente em Moçambique, como também
na vizinha África do Sul. E neste país vizinho dezenas de pessoas, alguns dos
quais moçambicanos, que se dedicavam à caça furtiva, foram mortos pelas
autoridades policiais locais.
O marfim e os cornos de
rinocerontes gerados pela caça furtiva em Moçambique têm como principais
mercados alguns países asiáticos.
A marcha em protesto contra
o abate ilegal de elefantes e rinocerontes no território nacional surgiu no
âmbito das celebrações do Dia Mundial do Animal, que se assinala a 4 de Outubro
de cada ano.
No mesmo dia, eventos
similares tiveram lugar em cerca de 100 cidades do mundo, com o objectivo de
alertar aos cidadãos sobre o perigo de extinção do rinoceronte e do elefante
africanos, devido à caça furtiva. In “Realmoz” - Moçambique
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