No
próximo dia 28 de Outubro de 2014 pelas 9h 30M, na cidade de Coimbra, a União
das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) realizará a Cerimónia
Inaugural de homenagem aos antigos associados da Casa dos Estudantes do Império
(CEI) que entre o ano de 1944, data da inauguração e 1965 altura em que foi
encerrada, frequentaram as instalações criadas pelo governo da época para
enquadrar os estudantes oriundos das colónias portuguesas.
A Casa dos Estudantes do Império (CEI) foi
criada em 1944, pelo regime anterior, para responder ao reforço do convívio dos
estudantes universitários das ex-colónias portuguesas, que não possuíam
instituições de ensino superior e que tinham assim que continuar a frequência
universitária em Portugal. Este objetivo integrou-se num outro, mais visto, de
formação de eleitos que se admitiam virem a ser enquadradoras dos objetivos que
o próprio regime colonial prosseguia.
Sob os ventos da descolonização, documentos
da Segunda Guerra Mundial, e da aprovação da Carta das Nações Unidas que
reconhecem o direito inalienável dos povos à autodeterminação e à
independência, o mundo assistiu ao surgimento de novos países no continente
africano, o primeiro dos quais foi o Gana, em 1957.
A partir dessa altura muitos dos associados
da Casa dos Estudantes do Império são impulsionados para o aprofundamento dos
estudos relativos à identidade dos territórios de que eram originários, frequentando
debates, colóquios e promovendo edições próprias, com conteúdo diversificado,
incluindo poemas, contos e outras formas de expressão cultural.
Em resultado desta ação, a Casa dos
Estudantes do Império é encerrada por intervenção da PIDE em 1965. Em 2015
ocorrerá a passagem do 50.º aniversário desse encerramento que coincide com o
40.º aniversário das independências das ex-colónias portuguesas.
Foram associados da Casa dos Estudantes do
Império, ou tiveram participação nela, personalidades incontornáveis da cultura
e da política como Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Lúcio Lara, Fernando França
Van Dúnem, Joaquim Chissano, Pascoal Mocumbi, Pedro Pires, Onésimo Silveira,
Francisco José Tenreiro, Alda do Espírito Santo, Vasco Cabral, Pepetela, Alda
Lara e tantos outros.
Decorridos, como se disse, cinquenta anos sob
a extinção da Casa dos Estudantes do Império, a UCCLA entendeu dever dar um
pontapé de saída para homenagear o conjunto desses jovens, tanto mais que
Lisboa, que foi sede da Casa dos Estudantes do Império e Coimbra, onde existiu
uma delegação, são associadas da UCCLA. No Porto houve também uma delegação
durante alguns anos.
Esta homenagem corresponde, sem dúvida, a um
desígnio comum dos povos de língua oficial portuguesa e não é possível
conceber-se o futuro sem a preservação da memória que a todos respeita.
Enquanto Secretário-Geral da UCCLA agradeço à
Comissão Organizadora, constituída para a preparação e execução do programa,
aos patrocinadores, sem os quais não seria possível levá-lo a bom porto, às
instituições públicas de todos os nossos países e às respetivas embaixadas
acreditadas em Portugal, aos convidados que prontamente aceitaram participar
nos inúmeros eventos que foram programados e, por fim, à comunicação social que,
desde a primeira hora, acolheu de forma muito solidária a iniciativa, fazendo
repercutir pela opinião pública. Vitor
Ramalho – UCCLA
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