A ONG dinamarquesa Verdens Skove apelou à multinacional Maersk para
usar a sua influência global para proteger o meio ambiente e as populações
indígenas da Nicarágua, enquanto os planos para a construção do canal
interoceânico continuam a desenvolver-se.
Observadores ambientalistas afirmam que os
interesses da Maersk, única empresa na conjuntura que transporta contentores
nos maiores navios de transporte de mercadorias, os Triple E, com capacidade ligeiramente
superior a 18000 TEUs, são a base para a construção deste canal, considerando
que estes navios e os futuros que estão em fase de projecto, não conseguem
passar no novo canal do Panamá.
Os observadores ambientalistas solicitam à
Maersk para empregar este privilégio único para influenciar os operadores a
parar a construção do futuro canal, pois são os principais beneficiários desta
obra.
A empresa chinesa HKND que vai construir o
canal da Nicarágua, prevê um investimento de 50 mil milhões de euros e vai
iniciar a obra no próximo mês de Dezembro de 2014 e concluí-la durante o ano de
2019. Há por parte dos ambientalistas e das pessoas preocupadas com o meio
ambiente e bem-estar das populações, sérias inquietações sobre o impacto
negativo desta obra, principalmente com o grande lago da Nicarágua, a maior
fonte de água doce do país, que com a ligação ao oceano contaminará o lago e
afectará as populações da região.
O futuro canal que irá ser construído em
linha recta, dividirá o território de Rama e Kriol, afastando populações, criando
uma barreira que dificultará o acesso a zonas habitualmente de uso diário, as
chamadas zonas de conforto.
Enquanto os protestos continuam e têm
aumentado, a empresa HKND vai afirmando que está a cumprir rigorosamente o
princípio da legalidade, implementando um projecto com transparência e
respeitando os padrões internacionais de responsabilidade ambiental. Consideram os
responsáveis da empresa que as comunidades afectadas irão melhorar a sua
qualidade de vida, através do desenvolvimento de novos meios de subsistência.
Um porta-voz da empresa Maersk afirmou que a
empresa em princípio considera o desenvolvimento desta infraestrutura
importante para a expansão do comércio e indústria na América Latina e que
poderá aumentar a competitividade entre as várias regiões do globo. Mais
acrescentou não estarem conhecedores de toda a informação necessária para
avaliar este projecto específico do canal da Nicarágua. Baía da Lusofonia
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