Tete –
Angónia: Melhora qualidade da batata reno no planalto
A batata reno produzida no planalto de
Angónia, ao norte da província de Tete, começou a registar, na campanha
agrícola finda, uma boa qualidade, mercê da implementação de várias medidas
inseridas no processo de lavagem e tratamento daquele tubérculo.
Este esforço, empreendido pelo Governo
provincial de Tete, em parceria com os produtores daquela cultura espalhados
pelo planalto de Angónia visa, essencialmente, a absorção de todo o excedente
daquele tubérculo dos camponeses daquela região nortenha, potencial em recursos
agrícolas.
O director provincial da Agricultura, em
Tete, Américo de Conceição, disse que uma máquina de processamento de batata
reno será instalada dentro em breve no distrito de Tsangano, o que, conforme
considerou, vai contribuir para estancar definitivamente a comercialização
desordenada daquele tubérculo produzido nos distritos de Angónia e Tsangano,
cuja maioria vai ao mercado do vizinho Malawi.
“Já temos a sacaria para embalarmos a batata
reno processada para a sua posterior colocação nos mercados nacionais e
internacionais. Entregamos aos camponeses algumas variedades da cultura e, aos
poucos, os produtores estão se adaptando às novas espécies que já estão a
trazer resultados bastantes positivos em termos de produção e produtividade”-
disse Américo da Conceição.
Aquele dirigente apontou que a batata reno
produzida no planalto de Angónia já está a abastecer as grandes empresas de
vários projectos, com maior destaque da indústria extractiva de minerais,
fundamentalmente o carvão mineral, entre outros minérios.
“Os grandes projectos em implementação na
província passaram a ser os maiores consumidores da batata reno produzida nas
terras altas de Angónia e Tsangano em detrimento da batata produzida na África
do Sul, o anterior mercado que fornecia aquele tubérculo” - anotou Conceição.
A maior parte das empresas firmaram acordos
com os produtores de batata reno na província para o seu fornecimento regular,
o que está a galvanizar e a criar competitividade no seio dos agricultores,
sobretudo ao longo do planalto de Angónia.
O nosso entrevistado assegurou que esta
iniciativa do governo provincial, na procura de parceria entre os agricultores
produtores de bens alimentares e os fornecedores de refeições às grandes
empresas na província, veio a superar o “deficit” que os agricultores
enfrentavam na comercialização dos excedentes da sua produção agrícola,
principalmente de bens alimentares e pesqueiros produzidos em vários pontos da
província.
O director provincial da Agricultura referiu
que com esta abertura, os agricultores produtores de bens alimentares na
província estão de campanha em campanha a alargar as suas áreas de produção e
melhoramento dos índices de produtividade. Este acto está a contribuir para o
combate à pobreza, facto que se traduz no melhoramento das condições de vida
das populações, através da edificação de casas convencionais e melhoradas,
aquisição de meios circulantes como viaturas de diversos tamanhos, motorizadas
e bicicletas.
“Toda a região norte da província de Tete, ao
longo do planalto Angónia/Marávia, encontramos construções de casas
convencionais bem grandes e devidamente electrificadas com a energia da rede
nacional e ou por grupos de painéis solares e, em alguns casos, por geradores”
- descreveu Américo da Conceição.
Aquele responsável acrescentou ainda que a
situação começa a conhecer outros contornos positivos no meio rural graças ao
empenho dos camponeses nas suas actividades quotidianas e dos novos mercados
que estão a surgir um pouco por toda a província para a troca comercial dos
seus produtos agrícolas excedentários.
Relativamente à cultura de tomate, aquele
dirigente revelou que uma pequena fábrica de processamento está em vias da sua
instalação no Município da vila Úlonguè, sede distrital de Angónia, para
atender aos anseios dos camponeses produtores daquela cultura bastante
perecível.
“Já temos um terreno adjacente à fábrica de
processamento de milho identificado para a montagem da fábrica de processamento
de tomate. Presentemente, estamos num processo bastante avançado na procura de
parcerias para o financiamento do projecto e estou em crer que, até ao primeiro
trimestre de 2015, teremos a fábrica montada e em funcionamento”- disse o
director provincial de Agricultura em Tete, Américo da Conceição. Bernardo Carlos – Moçambique in “Jornal de Notícias”
Sem comentários:
Enviar um comentário