VRSA e Faro celebraram esta
terça-feira, 01 de Julho de 2014, o 125º aniversário da chegada do comboio ao
Algarve.
A Fundação Museu Nacional Ferroviário (FMNF), a Câmara Municipal de Faro
e a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António juntaram-se, hoje a bordo do
Comboio Presidencial, para comemorar os 125 anos da chegada do comboio ao
Algarve.
A viagem teve início em Vila
Real de Santo António, pelas 10h00 rumo a Faro.
Através desta iniciativa
simbólica, os municípios de Faro e de Vila Real de Santo António associam-se à
FMNF celebrando um episódio relevante da história dos caminhos-de-ferro
portugueses, numa comunhão estratégica entre cultura, lazer e desenvolvimento económico
e social.
A viagem destinou-se apenas
a convidados, já que a FMNF encontra-se numa fase de ensaio de um modelo de
exploração do Comboio Presidencial enquanto produto turístico estratégico.
Esta tarde entre as 15h00 e
as 17h00, o público teve a oportunidade de visitar o interior do Comboio
Presidencial, que ficou em exposição na estação ferroviária de Faro e o Algarve
Primeiro esteve lá.
Enquadramento
histórico
Até a ferrovia chegar ao
Algarve, os transportes faziam-se preferencialmente pela via marítima ou pelos
caminhos terrestres existentes na região. O território encontrava-se
praticamente isolado e a grande distância dos principais centros de decisão. A
ferrovia, mais do que um sonho, era uma necessidade para a economia e para o
bem-estar da sociedade algarvia. Na década de 60 do século XIX, o tema começa a
ser abordado no Parlamento e a decisão de ligar o Alentejo ao Algarve pela
linha ferroviária é votada favoravelmente..
A contratação das empresas e
a adjudicação dos trabalhos são feitas, mas as obras param em virtude da gestão
deficiente das verbas. Os trabalhos são retomados na década de 70 para dar
emprego a mão-de-obra algarvia, que atravessava problemas graves de
subsistência. Contudo, apenas na década de 80, e após alguma pressão de
deputados algarvios e de verbas disponibilizadas pelo erário régio, arrancam
novamente as obras que permitiriam ligar os poucos quilómetros que separavam a
cidade de Faro ao resto do país.
O primeiro comboio chega em
Fevereiro de 1889, no âmbito dos ensaios de linha. Somente a 1 de Julho desse
ano, com toda a pompa e solenidade, a capital algarvia celebra a chegada do
primeiro comboio com serviço de passageiros. Esse momento histórico deu origem
à publicação de um jornal com número único, com o título «A inauguração: Folha
única, comemorativa do início da exploração do caminho-de-ferro do Algarve».
Só mais tarde, em 1906, Vila
Real de Santo António seria beneficiada com a extensão da linha para sotavento,
servindo-se assim uma das extremidades da região e aproximando esta via da zona
de fronteira, tendo sido inclusivamente equacionada a travessia até Espanha,
num projeto de internacionalização da rede ferroviária.
Sobre
o comboio presidencial
Num projeto inédito em
Portugal, a FMNF procedeu ao restauro global do Comboio Presidencial, tendo os
seis veículos que formam a composição sido totalmente reabilitados.
Para além da revisão
estrutural, procedeu-se à conservação e restauro de todo o património
integrado, nomeadamente, ao nível da reconstituição dos interiores e da
recuperação de revestimentos e equipamentos, a par da reprodução de alguns
objetos em falta, em função de modelos existentes na década de 70, que coincide
com o período final do uso do Comboio Presidencial enquanto tal.
Com cofinanciamento QREN –
Programa Mais Centro e apoio financeiro do PIT - Programa de Intervenção no
Turismo, do Turismo de Portugal, o restauro da composição presidencial teve
início em 2009, tendo sido concluído em Fevereiro de 2013.
A iniciativa de concretizar
os Passeios Presidenciais, após o restauro desta composição emblemática, tem
assegurado o interesse de diferentes entidades, organizações desde a viagem
inaugural, que teve lugar no final do ano passado, pelo que se prevê a sua
exploração plena enquanto produto turístico para breve. Sempre que a
programação de passeios o permita, o comboio ficará em exposição nas futuras
instalações do Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento. In “Algarve Primeiro” -
Portugal
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