Quercus
liberta 4.000 mexilhões-de-rio no rio Paiva
A Quercus vai libertar nesta
quarta-feira 09 de Julho de2014, pelas 11:00, 4.000 juvenis de mexilhões-de-rio
no rio Paiva, em Castro Daire, no âmbito do projecto LIFE ECOTONE – Gestão de
habitats ripícolas para a conservação de invertebrados ameaçados, uma
iniciativa co-financiada pelo Programa LIFE+ da União Europeia, que tem como
entidades parceiras a APA – Agência Portuguesa do Ambiente e o Município de
Castro Daire.
Os juvenis de
Mexilhão-de-rio-do-norte (Margaritifera margaritifera), agora libertados, foram
reproduzidos em cativeiro nas instalações do Posto Aquícola de Campelo
(Figueiró dos Vinhos), onde foi recriado o processo que ocorreria na natureza,
com o objectivo de aumentar a população envelhecida que ocorre no rio Paiva.
Os mexilhões-de-rio são
bivalves de água doce que, devido às suas características biológicas únicas,
são excelentes indicadores ambientais, funcionando como sentinelas. São animais
filtradores, alimentando-se de algas e partículas em suspensão na água. Têm uma
longevidade elevada e o seu ciclo de vida depende de determinadas espécies de
peixes, às quais se fixam as larvas parasitas (gloquídios). Por este motivo,
têm uma dependência directa de diversas componentes do ecossistema,
contribuindo eles próprios para moldar esse ecossistema e influenciar
positivamente a qualidade da água, através, por exemplo, da filtração que
efectuam da mesma.
A reprodução da espécie
ocorre no Verão e as larvas (gloquídeos), logo que são expelidas na água,
fixam-se nas brânquias dos peixes hospedeiros, como a Truta-de-rio (Salmo
trutta), registando-se durante os sete meses seguintes uma lenta metamorfose.
No final da Primavera, os juvenis abandonam o peixe hospedeiro deixando-se cair
no fundo do curso de água. Prefere rios de águas limpas e claras, de correntes
não muito fortes, relativamente pobres em cálcio, com fundos rochosos-arenosos,
pouco lodo, escolhendo zonas de remanso junto às margens dos cursos de água.
De salientar que, no ano
passado foi efectuada pela primeira vez, com sucesso, a reprodução deste
bivalve de água doce que se encontra ameaçado de extinção em Portugal, devido
ao desaparecimento das populações de peixes hospedeiros (nomeadamente a
Truta-de-rio), à existência de poluição orgânica das águas, à modificação dos
cursos de água com deposição de detritos no leito e à construção barragens e
açudes. In “Diário Digital” - Portugal
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