Como não há indícios de
que a matriz de transporte brasileira alcançará um nível de equilíbrio tão
cedo, só resta para quem se preocupa com a questão logística no País comemorar
a conclusão de obras previstas para a infraestrutura rodoviária. É o caso do
anel viário que vai ligar a Via Anchieta, entre os quilômetros 55 e 56, à
Rodovia Cônego Domênico Rangoni. A conclusão da construção está prevista para o
final de setembro de 2014.
As obras, que vão custar
R$ 416 milhões, incluem a implantação de terceiras faixas na Rodovia Cônego
Domênico Rangoni entre a Via Anchieta e o viaduto em frente à antiga Vila
Parisi, em Cubatão, e também a ampliação da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega,
entre Cubatão e São Vicente.
Trata-se de um conjunto
de obras que será decisivo para facilitar o tráfego no Polo Industrial de
Cubatão, que há anos sofre com congestionamentos provocados por caminhões à
época do escoamento da safra agrícola procedente do Centro-Oeste com destino as
duas margens do Porto de Santos.
É verdade que o
monitoramento implantado pela Agência Reguladora de Transportes do Estado de
São Paulo (Artesp) e pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) a
partir de fevereiro, para disciplinar a descida de veículos com carga desde o
Planalto paulista, diminuiu sobremaneira os congestionamentos que prejudicam o
funcionamento do Polo Industrial e regulamentou a utilização dos pátios no Vale
do Rio Mogi. Mas, ao mesmo tempo, provocou um novo gargalo logístico no trecho
inicial da Avenida Plínio de Queiroz Filho, com 300 metros de extensão entre o
acesso à Usiminas e o ponto de retorno ao viaduto Cosipão.
Passar por ali virou um
inferno, tal o número de buracos provocados pela passagem sobre os
paralelepípedos de carretas com mais de 40 toneladas. São mais de cinco mil
veículos pesados que passam por ali em direção aos pátios reguladores na época
do descarregamento da safra, sem contar o tráfego local.
O novo anel viário
também vai eliminar os problemas que ainda ocorrem nos horários de entrada e
saída dos turnos das fábricas, ocasionando atraso de funcionários. E mais:
deverá reduzir os riscos de acidentes com cargas químicas, que sempre
preocuparam as empresas do Polo Industrial em razão de dificuldades de acesso
para as equipes de socorro.
Seja como for, a
conclusão das obras do novo anel viário não vai resolver de vez a questão dos
congestionamentos nos acessos ao Porto de Santos. Para tanto, ainda são
necessários novos viadutos de acesso à entrada de Santos e outro na área
continental que interligue a Rodovia Cônego Domênico Rangoni à estrada de
acesso a Bertioga. Mauro Dias - Brasil
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Mauro
Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística
Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e
Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br
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