Manágua - O recente anúncio
de um canal interoceânico na Nicarágua é visto hoje como um passo a mais na
concretização deste projecto e como uma oportunidade para optimizar o comércio
mundial.
Alberto Vega, da empresa ERM
- encarregada dos estudos de viabilidade sobre o projecto - comentou nesta
capital que se esta via se tornar realidade, satisfaria a actual procura global
de transporte comercial.
O canal dará serviço aos
barcos de maior calado e será a rota mais curta entre a Ásia e os portos
modernos na costa leste dos Estados Unidos e Europa, assegurou.
Segundo explicou, nos
próximos anos, o comércio mundial crescerá mais de três vezes, o que criará uma
maior procura de capacidade de navegação e congestionamento no Canal de Panamá
na próxima década.
A isto se soma que o aumento
no tamanho dos navios ultrapassou a capacidade dos canais existentes - os
maiores e eficientes não cruzam o istmo - e por esse motivo uma segunda via
interoceânica na América Central ajudará a satisfazer a procura com menor
custo, explicou o especialista da empresa ERM.
A mesma opinião é
compartilhada por Dong Yunsong, representante do HKND Group, empresa chinesa
com sede em Hong Kong e concessionária desse projecto.
Para ele, um canal através
de Nicarágua assumiria cinco porcento do transporte do comércio mundial.
Durante a apresentação da
rota definitiva na passada segunda-feira, 07 de Julho de 2014, Yunsong fez
referência aos benefícios económicos que esta obra de infraestrutura representa
para o país, o que poderá duplicar o seu Produto Interno Bruto e converter-se num
dos mais ricos da América Central, assegurou.
O canal nicaraguense terá um
comprimento aproximado de 278 quilómetros, dos quais um trecho de 105 Km estará
no lago Cocibolca, uma largura de 83 metros e uma profundidade de 27 metros.
Durante o seu percurso,
passará pelo delta do rio Brito, no departamento (estado nicaraguense) de
Rivas, a cerca de 110 quilómetros de Manágua, atravessará o lago e transitará
pelo rio Tule até à foz do rio Punta Gorda, na Região Autónoma do Atlântico
Sul.
Além desta infraestrutura,
serão construídos dois portos de águas profundas, uma zona de comércio livre,
um complexo turístico, um aeroporto internacional e várias estradas.
Segundo o HKND, este canal
permitirá a passagem de 5100 barcos anuais, entre eles, os porta-contentores
classe E, sendo o tempo de trânsito de aproximadamente 30 horas. In “Prensa
Latina” - Cuba
Baía da Lusofonia - Nicarágua
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