A evolução do sistema
político tal como é ditado em Casamansa desde 1960 pelas autoridades do Senegal
deixa um prenúncio de um futuro sombrio e caótico. A manobra dilatória do
Governador para chafurdar o Cardeal Theodore Adrien Sarr na lama de São Domingos
na última terça-feira para uma procura de paz atesta amadorismo.
Neste contexto, e para além
das diferenças ideológicas e políticas, todas as partes interessadas na paz em
Casamansa, admitem daqui em diante reconhecer que a hora da mudança de método
soou, e que uma coordenação de esforços é necessária para criar uma dinâmica
política para converter a retórica teórica numa acção positiva concreta.
Num ambiente de crise de
mais de 32 anos e de recessão económica de grande escala, o Senegal de Macky
Sall gangrenado pela corrupção e tráfico de droga, paralisado pela
incompetência e clientelismo, mantém uma inquietante opacidade sobre o futuro
das negociações de paz. Nenhum grupo de "contacto", nomeado pelo
Presidente do Senegal, é capaz de fornecer qualquer informação verificável
sobre o andamento das negociações de paz.
Rejeitado pela diplomacia
senegalesa e pela sua gestão do dossier da Casamansa, o embaixador americano
Lewis Lukens e o conselheiro de Barack Obama para a Casamansa Mark Boulware
deixaram Dakar para os Estados Unidos. Se o primeiro regressou definitivamente,
o segundo está de férias (termo que a diplomacia obriga). Isso reforça as nossas
análises que, mesmo o governo dos EUA tem problemas com o Senegal.
Neste contexto prevê-se um
desvio assustador perante o agravamento da fractura social e o risco a curto prazo
de uma explosão de consequências lamentáveis. Os conhecedores do regime senegalês
e da situação em Casamansa observam com perplexidade a mudança das linhas de
fractura no seio dum sistema desastroso de gestão para a paz em Casamansa desde
a presença senegalesa na Terra da Casamansa.
Aos nossos filhos da
Casamansa, tomai o nosso destino nas nossas mãos com toda a responsabilidade. Invicta
Félix! Bintou Diallo - Casamansa
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