Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Macau – Candidato a Chefe de Executivo reuniu-se com as comunidades portuguesa e macaense

Ho Iat Seng, enquanto candidato a Chefe do Executivo, teve ontem o primeiro encontro com as comunidades portuguesa e macaense. Se quando ainda não estava formalmente na corrida não apresentava medidas concretas, agora não as pode divulgar porque ainda não está eleito. Portanto, nesta reunião houve algumas ideias, mas zero políticas concretas



Ho Iat Seng disse ontem na Associação Industrial de Macau que “não é mau que haja mais portugueses a viver em Macau”. A declaração aconteceu à margem do encontro do candidato com as comunidades portuguesa e macaense, no qual estiveram presentes vários membros do Colégio Eleitoral que a 25 de Agosto vai eleger o terceiro Chefe do Executivo.

A condição da RAEM como plataforma para o intercâmbio entre as culturas chinesa e portuguesa faz com que Ho abra a porta a que mais cidadãos nacionais possam chegar ao território. E até foi mais longe, ao apontar quais as áreas em que estes profissionais lusos podiam encaixar na economia de Macau. Ho elenca quatro: cultura, tradução, negócios e comércio.

Mas se a pergunta for como é que o futuro Chefe do Executivo pretende atrair os portugueses para virem para a RAEM, aí Ho já não vai. Porquê? “Sou um candidato, ainda não sou Chefe do Executivo, não falo de medidas concretas”, responde. Antes de a candidatura ter sido aceite formalmente pela Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE), a justificação para não abordar propostas concretas era a de não ser ainda candidato. O homem que vem do sector industrial dizia que isso só poderia acontecer quando apresentasse o programa eleitoral. O documento foi, entretanto, apresentado, no último sábado, numa sessão que decorreu durante cinco horas.

Uma pedra no sapato? Não

Um dos temas que marcou a relação de Ho Iat Seng com os portugueses durante a passagem pela presidência da Assembleia Legislativa foi a saída de dois juristas daquela instituição, Paulo Cardinal e Paulo Taipa. Ho Iat Seng não acha que esse episódio possa levar a uma relação mais tensa com a comunidade. “O que aconteceu é que os contratos deles expiraram. Só executei a lei. Não foi nada de especial”, referiu.

Ho diz, inclusive, que não há razões para que haja mau-estar já que, pelo meio, foram contratados mais juristas lusos. Questionado ainda se desejava visitar o território português nos próximos cinco anos como líder da RAEM, Ho não se quis comprometer, afirmando apenas que já tinha ido Portugal várias vezes enquanto membro da AL.

Eficiência contra a despesa

Durante mais de uma hora de conversa com os elementos das comunidades portuguesa e macaense, Ho voltou a colocar a tónica na reforma da Administração Pública, que é o porta-estandarte do seu programa político. O candidato diz que essa é uma política importante porque gastar mais dinheiro no orçamento é algo que não seria muito positivo. “A despesa já não é pequena e aumentá-la pode ser um problema. Temos de melhorar a gestão do dinheiro”, disse no discurso introdutório, em que falou dos grupos vulneráveis do território que precisam de uma perspectiva para o futuro.

Num encontro marcado por muitas sorrisos e gargalhadas de parte a parte, e com muitos dos membros das duas comunidades a dizerem estar “muito felizes” por ver Ho na posição em que se encontra, foram debatidos vários temas como a necessidade de aprofundar o ensino do português, a reabilitação da cidade e o apoio aos idosos. João Malta – Macau in “Ponto Final”

joaomalta.pontofinal@gmail.com

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