"RefLex PLE" pretende colmatar uma lacuna identificada no ensino e investigação relacionada com o Português Língua Estrangeira e destina-se a professores, investigadores e estudantes
O que é um referencial lexical? É “um instrumento ou um recurso que visa organizar e padronizar o uso de vocabulário em determinados contextos”. A quem se destina? A professores, investigadores, estudantes (não nativos), mas também a autores de manuais, de programas de ensino, responsáveis por plataformas online ou jogos didáticos.
RefLex PLE — Referencial lexical para o português língua estrangeira: um recurso para professores e investigadores de PLE/L2 nasceu por iniciativa de Jorge Pinto, Nélia Alexandre e Ana Espírito Santo, docentes e investigadores na área da Linguística.
É o primeiro referencial lexical para o ensino de português como língua estrangeira (PLE) e foi recentemente publicado pela U.Porto Press, na coleção Uma Língua com Vista para o Mar. Estudos de Língua Portuguesa, com o apoio do Núcleo de Promoção da Língua Portuguesa da Reitoria da Universidade do Porto (U.Porto).
REFLEX PLE: origem, objetivos e utilidade
Os referenciais lexicais revestem-se de particular utilidade se atendermos ao facto de o estudo de uma língua envolver, também, o conhecimento de “vocabulário essencial que permita aos aprendentes (falantes não nativos) serem capazes de interagir de forma eficaz em diferentes contextos sociais, académicos e culturais”.
Por outro lado, Jorge Pinto, Nélia Alexandre e Ana Espírito Santo defendem que “o estabelecimento de um vocabulário comum para cada nível de proficiência linguística”, definido pelo Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (QERC) e pelo Common European Framework of Reference for Languages (CEFR), “é fundamental para garantir que, em cada etapa de ensino ou de aprendizagem do PLE, o léxico que está na base das unidades de ensino é introduzido, contribuindo para a uniformização de práticas e permitindo aos aprendentes (…) estudarem em diferentes níveis e em locais e momentos distintos sem serem penalizados por isso”.
RefLex PLE — Referencial lexical para o português língua estrangeira: um recurso para professores e investigadores de PLE/L2 surgiu para “colmatar uma lacuna identificada no ensino e investigação relacionada com o PLE”, atendendo a que não existia, “até à data, um recurso acessível aos profissionais que ensinam PLE, nem aos autores de manuais e investigadores”, que identificasse “palavras e colocações esperadas nos diferentes níveis de proficiência linguística”.
Para além da definição de um referencial lexical, nas suas notas introdutórias a esta obra, os autores especificam a utilidade do RefLex PLE: “visa funcionar como um referencial lexical para o PLE, estando baseado no QECR (2001) e no CEFR – Companion Volume (2020), alinhado com o Referencial Camões PLE (2017) e inspirado na abordagem comunicativa de ensino de línguas (Canale & Swain, 1980)”.
Partindo do princípio de que a língua está “em constante evolução”, apresentam-no como “uma ferramenta dinâmica, flexível e adaptável a diferentes abordagens metodológicas do ensino de PLE, auxiliando na construção de um repertório lexical que deve favorecer a compreensão e a expressão oral e escrita em português”.
Segundo Isabel Margarida Duarte, Professora Catedrática da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP), que também se dedica às áreas de linguística e PLE/Português Língua Não Materna, este é um documento “cientificamente bem pensado, prático e simples”, que inspira confiança, e ao qual vaticina “uma vida longa, viagens por todos os cantos do mundo, os mais variados utilizadores, das mais desvairadas línguas maternas”.
RefLex PLE está disponível na loja online da U.Porto Press, com um desconto de 10%.
Sobre os autores
Jorge Pinto é Professor Associado do Departamento de Linguística Geral e Românica da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), onde leciona e desenvolve a sua investigação na área da linguística educacional, nomeadamente do ensino/aprendizagem de português língua estrangeira/língua segunda (PLE/L2) em diferentes contextos, e da aquisição de português como L3/Ln.
É investigador integrado do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa (CLUL), nas mesmas áreas, e coordenador pedagógico de cursos de PLE/L2 no Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (ICLP).
Nélia Alexandre é Professora Associada do Departamento de Linguística Geral e Românica da FLUL, onde leciona e desenvolve investigação na área da linguística comparada, língua cabo-verdiana, português em contacto (em África) e aquisição de L2.
É investigadora integrada do CLUL e diretora do Centro de Avaliação e Certificação do Português Língua Estrangeira (CAPLE), integrando o grupo de trabalho do Plano Estratégico para a Aprendizagem da Língua Portuguesa (Agência para a Integração, Migrações e Asilo – AIMA).
Ana Espírito Santo é subdiretora do CAPLE e Professora Adjunta Convidada na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Lisboa. Doutorada em Linguística, na área da aquisição da sintaxe do português como língua não materna (L2), desenvolve trabalho de investigação no CLUL.
As suas áreas de interesse incluem a aquisição de português como língua estrangeira/ L2, a aquisição de português como língua de herança e a avaliação e certificação de português como língua estrangeira. Universidade do Porto - Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário