O professor e pesquisador Lígio Katukuluka reconheceu, em Luanda, a importância da “geração angolense” no processo de afirmação e desenvolvimento da literatura nacional ao longo dos anos
Lígio Katukuluka disse que a temática proposta é uma pesquisa mais aprofundada que tem vindo a desenvolver desde a licenciatura. O professor disse que a dinâmica implementada pelo Movimento Literário Angolense na época, foi fundamental para o crescimento da literatura no país devido às expressões endógenas dos povos de Angola.
“A literatura angolense foi marcada com um espírito nativista bastante conciso e construíram-se bases profundas de sentimentos de pertença aos ideais e a cultura africana”.
O prelector explicou que o tema é um subsídio para a história da literatura angolana e serve para analisar “os filhos da terra” que produziram através das experiências ao longo dos anos.
“Estes escritores produziram através das próprias experiências literárias um conjunto de reflexões centradas na ideia de uma promoção dos ideais africanos e a independência do país, ainda no século XIX”.
Estes escritores, prosseguiu, trouxeram reflexões profundas do ponto de vista científico e literário, com uma forma de pensar cautelosa e contundente. A título de exemplo, referiu o nome de Mário António Fernandes de Oliveira, que nas suas obras traz uma perspectiva crioula da literatura angolana.
O pesquisador enfatizou que o escritor e poeta Joaquim Dias Cordeiro da Mata é um dos maiores nomes e considerado por muitos pesquisadores o pai da literatura angolana. “Considero o escritor como sendo o pai da literatura angolense.”
A expressão cultural e a forma como Cordeiro da Mata reproduzia a visão do mundo, reforçou, era a partir dos ideais angolenses, por ser um exemplo do sentido etnocêntrico e elitista.
“Cordeiro da Mata era um intelectual e apesar de ter produções literárias de defesa da literatura do povo ambundo, ainda assim, reproduzia ideais de superioridade para com os outros povos indígena, por conta destes elementos, é que o considero o pai da literatura angolense e da angolana”, justificou. Armindo Canda – Angola in “Jornal de Angola”
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