Em Macau, uma terra onde o Oriente se encontra com o Ocidente, os macaenses, como um grupo único, carregam uma profunda herança histórica e cultural. Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses, cujas raízes familiares remontam a meados do século XVIII em Macau, testemunhou as grandes mudanças da região desde o seu retorno à pátria.
“Nos últimos 25 anos, o sucesso do desenvolvimento socioeconómico tem sido notável. A nossa vida mudou também. Agora podemos ver a modernização em todos os aspectos da administração e infraestruturas. Com o apoio do Governo, a cultura da nossa comunidade macaense também foi preservada”, lembrou Miguel de Senna Fernandes.
“Preservar a nossa singularidade é preservar a singularidade de Macau”
Miguel de Senna Fernandes tem se dedicado à preservação da língua e cultura macaenses. Em 1993, foi um dos fundadores do grupo de teatro em Patuá Dóci Papiáçam di Macau. Desde então, Miguel de Senna Fernandes tem criado anualmente uma nova peça baseada no desenvolvimento social de Macau, apresentando-se em Patuá. Hoje, as suas peças são muito aguardadas no Festival de Artes de Macau.
Além de dramaturgo, Miguel de Senna Fernandes aventurou-se recentemente na escrita de romances portugueses e espera traduzir as suas obras para inglês e chinês no futuro e construir uma nova ponte para trocas culturais sino-portuguesas através da literatura.
Com o apoio do Governo de Macau, a Associação dos Macaenses organiza frequentemente festividades, apresentações teatrais e outras actividades culturais, fortalecendo a solidariedade comunitária e mostrando a riqueza multicultural de Macau ao mundo.
Miguel de Senna Fernandes acredita que preservar a cultura macaense não é apenas crucial para a comunidade, mas também tem um impacto profundo no desenvolvimento geral de Macau.
De acordo com Senna Fernandes, a cultura e a identidade não apenas os distinguem de outras comunidades, mas também moldam a paisagem cultural única de Macau como um lugar de fusão multicultural, facilitando as trocas entre Macau e outras regiões do mundo. “Esta é uma vantagem importante que Macau tem na competição com outras cidades na Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.
A cultura pode facilitar as interacções entre a China e os países de língua portuguesa
“A cultura desempenha um papel vital na condução do desenvolvimento económico”, destacou Miguel de Senna Fernandes. A Associação dos Macaenses está ansiosa para desempenhar um papel chave no processo em que Macau se torna uma plataforma de intercâmbio China-PLP. “Não podemos esquecer que há várias maneiras de gerar iniciativas económicas em Macau. A cultura é vendável e pode iniciar e desencadear muitas coisas. É por isso que desenvolvemos a indústria do turismo de Macau, que também depende da cultura. A cultura é algo que podemos usar para atingir objetivos económicos.”
Olhando para o futuro desenvolvimento de Macau, Miguel de Senna Fernandes está confiante. “O povo de Macau não tem medo de desafios. Espero que Macau passe por mais 25 anos da forma mais tranquila possível. Grandes conquistas virão”.
Ao mesmo tempo, Senna Fernandes também espera que a geração mais jovem de macaenses assuma a missão da preservação cultural e participe da nova causa de desenvolvimento de Macau.
“Esperamos que eles continuem a transmitir e promover a nossa cultura”, disse. “Eles devem usar sua imaginação, aproveitar as oportunidades de seu tempo e ter um senso de comunidade, percebendo que são macaenses. Quando eles podem se orgulhar de ser assim, não preciso me preocupar com nada.” Chen Jinxia, Mo Wenying – China in “Ponto Final” com “Guangdong Today”
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