Institutos Politécnicos de
Portugal e Macau vão apostar nas candidaturas a cursos e projectos de
investigação conjuntos, disse à Lusa o presidente do Conselho Coordenador dos
Institutos Superiores Politécnicos Portugueses (CCISP). “Vamos apresentar candidaturas
a cursos conjuntos” e em breve “vamos identificar as áreas estratégicas”,
afirmou Pedro Dominguinhos. Os politécnicos portugueses e o de Macau pretendem
ainda investir em “candidaturas conjuntas a projectos de investigação, energia,
saúde, gestão, ‘smart city’, inteligência artificial, big data”. Pedro
Dominguinhos definiu as linhas orientadores que os institutos se devem pautar
para os próximos tempos: “mais intercâmbio de estudantes e mobilidade de
docentes”.
O presidente do CCISP esteve
na sexta-feira em Macau, no Fórum dos Reitores das Instituições do Ensino
Superior da China e dos Países da Língua Portuguesa, organizado pelo Gabinete
de Apoio ao Ensino Superior, a Universidade de Macau e a Universidade de São
José. A cooperação estratégica entre os institutos, iniciada em 2004, já se
“traduziu ma organização conjunta de múltiplas palestras, publicação conjunta
de manuais e materiais didácticos e na participação de mais de 1000 estudantes
portugueses e chineses em programas de intercâmbio entre o IPM [Instituto
Politécnico de Macau] e membros do CCISP”, apontou o estabelecimento de ensino
superior do território administrado pela China.
Os cursos de “enfermagem,
comunicação, gestão, administração pública” estão entre os principais programas
de intercâmbio, referiu o responsável português. Para Pedro Dominguinhos o
ensino da tradução e o ensino de línguas é visto como prioritário nas relações
entre Macau, Portugal e o interior da China.
A directora da Escola Superior
de Línguas e Tradução (ESLT) do IPM, Han Lili, sublinhou a importância das
candidaturas a cursos conjuntos entre o IPM e os membros do CCISP na área de
tradução chinês-português e português-chinês. “Os alunos, além de terem
contacto com os professores monolingues, sejam chineses, sejam portugueses, têm
também contacto com professores bilingues (chinês-português) que têm
sensibilidade em relação à tradução e interpretação desta combinação
linguística”, disse à Lusa Han Lili, afirmando ainda que a mobilidade é
fundamental para a interacção com a língua e com a cultura de cada país, de
forma a “permitir a mobilidade inter-institucional dos alunos para que se
integrem, naturalmente, no ambiente real com a imersão total linguística e
cultural”.
A directora afirmou ainda que
o reforço entre o sistema de Ensino Superior de Macau e de Portugal
“corresponde ao interesse económico, comercial, cultural, social e político de
Macau, de Portugal e do Interior da China”. “Os ex-alunos estão a trabalhar
como tradutores, intérpretes, e interlocutores nas diversas áreas da sociedade
de Macau, do Interior da China e dos Países de Língua Portuguesa. São eles que
contribuem, diariamente, para a construção de Macau como plataforma entre a
China e os países de língua portuguesa”, defendeu. In
“Ponto Final” - Macau
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