O Sindicato Nacional das
Empresas de Navegação Marítima (Syndarma) contratou um estudo para identificar
as principais deficiências competitivas nos mercados brasileiros de cabotagem e
de apoio marítimo. O objetivo é discutir já com o próximo governo mudanças para
que, futuramente, as empresas locais sejam tão competitivas quanto as
internacionais. O sindicato defende que o marco regulatório (Lei 9432/1997) e o
Fundo da Marinha Mercante são os pilares fundamentais para sobrevivência das
empresas e para o crescimento da navegação brasileira no médio prazo.
O presidente do Syndarma,
Bruno Lima Rocha, explicou que o objetivo do levantamento é comparar custos
operacionais das empresas brasileiras com os de empresas estrangeiras em outros
mercados, além de identificar o que é preciso corrigir para se tornarem mais
competitivas internacionalmente. No apoio marítimo, a ideia é olhar o perfil de
custos de dois dos principais mercados mundiais: Golfo do México e Mar do
Norte.
“Para conseguirmos ser
competitivos e termos preços de frete ou de afretamento de barcos de apoio
competitivos em relação ao mercado internacional, precisamos discutir onde
estão as diferenças entre nossos custos e custos internacionais”, disse durante
o seminário “O Futuro da Indústria Naval”, promovido pelo jornal Valor
Econômico na última segunda-feira (27), no Rio de Janeiro.
Na visão do sindicato, a
cabotagem vem crescendo consistentemente há muitos anos, sobretudo transporte
de contêineres. O vice-presidente do Syndarma e presidente da Associação
Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac), Cleber Lucas, destacou que a modalidade
de navegação vem crescendo dois dígitos nos últimos 10 anos. Ele disse que o
crescimento da cabotagem de contêineres foi de 13,1% no primeiro semestre deste
ano em comparação com o mesmo período de 2017. “Crescendo mesmo com questões
que roubam nossa competitividade mostra o que está reservado para cabotagem se
esses pesos forem retirados da atividade”, ponderou.
No caso do apoio marítimo, o
Syndarma acredita que possa haver novas encomendas em dois anos devido à
recuperação do setor, ao aumento da produção e à maior participação de
petroleiras estrangeiras, que podem passar a representar até 20% da demanda por
barcos de apoio no mercado brasileiro no futuro. A associação destaca que o
Brasil é mais competitivo nesse segmento na medida em que a maioria dos barcos
em operação é de bandeira brasileira e construída em estaleiros nacionais. Danilo Oliveira – Brasil in “Portos
e Navios”
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