A
exploradora de petróleo portuguesa Galp deve investir cerca de mil milhões de
euros no Brasil até 2020 após confirmar a compra de 3% no bloco de Caracará, na
bacia de Santos. Para coordenador de Estudos de Petróleo do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), José Mauro de Moraes, a soma mostra
confiança estrangeira na recuperação da Petrobras
Em junho, a Galp, por meio do
seu braço Petrogal, já tinha adquirido 14% de participação no bloco de Uirapuru
no leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP).
De acordo com José Mauro,
embora pouco conhecida, a Petrogal é sócia da Petrobras desde o início da
década e já é a terceira maior exploradora de petróleo no país. Só neste ano, a
empresa aumentou sua produção média total em 20% na comparação com 2017.
Atualmente já são 108 mil barris extraídos diariamente.
"A Galp tem forte
participação no nordeste brasileiro, apesar da participação ser pequena perto
da Petrobras, que é gigante (no mercado nacional)", lembra o pesquisador.
Ainda segundo José Mauro, o
investimento "na ordem milionária" diz respeito à confiança de
rentabilidade em Uirapuru e Caracará. "Para se ver a potencialidade desse
campo que a Galp vai explorar, ela, em parceria com outras empresas ofereceu um
excedente em óleo para a União de 75%, ou seja, de todo o lucro que ela terá
para o futuro, 75% vai para o Governo Federal", afirma.
Para o especialista, o
movimento da Galp está em consonância com a de outras "quase 40 empresas
estrangeiras" que resolveram apostar na Petrobras apesar das sucessivas
denúncias de corrupção na estatal.
"Não houve retração, as
empresas estão confiando na recuperação nos índices de desempenho que a
Petrobras tem mostrado há dois anos. A produção de petróleo tem aumentado
pouco, mas os investimentos feitos pela Petrobras são muito grandes",
conclui. In “Sputnik Brasil” - Brasil
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