Ilha de São Tomé |
Iniciativa acontece em mais
nove países e custa US$ 54 milhões; em São Tomé e Príncipe devem ser
restaurados cerca de 36 mil hectares de floresta e beneficiadas 17 mil pessoas;
Guiné-Bissau também faz parte do programa que durará cinco anos.
A Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, lançou um projeto de US$ 4,6
milhões em São Tomé e Príncipe para ajudar a combater as mudanças climáticas no
país.
Objetivos
O coordenador subregional para
a África central da FAO, Helder Muteia, explicou à ONU News, de São Tomé, os
objetivos da iniciativa.
“É um projeto de restauração
de paisagem, particularmente com enfoque nos recursos florestais e nos recursos
do solo, como forma de combater os efeitos das mudanças climáticas e garantir
que o país consegue fortalecer os seus elementos de resiliência e possa, sim,
desenvolver-se de forma sustentável.”
Muteia, que também é
representante da FAO no Gabão além de São Tomé e Príncipe, disse que cerca de
36 mil hectares de floresta devem ser restaurados no país. No total, espera-se
que 295 mil toneladas de dióxido de carbono, CO2, sejam sequestradas como
resultado deste trabalho.
Custos
Segundo Muteia, o projeto deve
incentivar a partilha de conhecimentos e criar parcerias entre organizações
internacionais, sociedade civil e todas as forças presentes no terreno. A
agência da ONU espera beneficiar cerca de 17 mil pessoas em comunidades rurais.
“Sabemos que muitas vezes
estas iniciativas de conservação têm um custo. Por isso, é preciso que as
pessoas que estão integradas tenham atividades económicas que permitam
recuperar os custos de conservação. São Tomé e Príncipe é um dos países mais
ameaçados pelas mudanças climáticas, particularmente com a subida do nível das
águas do mar, que pode ameaçar alguns elementos do ecossistema.”
Parceria
Helder Muteia também acredita
que a participação de dois países lusófonos no projeto deve fortalecer uma
parceria que já existe dentro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa,
CPLP.
“A nível da CPLP, existe uma
plataforma de trabalho conjunta para erradicar a fome e a má nutrição nesses
países. Esses esforços estão, não só na área da produção de alimentos, mas
também na disponibilidade, partilha e todos os elementos que têm a ver com a
segurança alimentar. Mas atuação a nível da recuperação dos recursos que
sustentam a vida no planeta também ajuda, e é por isso que este projeto vai
ajudar.”
Além de São Tomé e Príncipe e
Guiné-Bissau, o projeto será implementado nos Camarões, Paquistão, Mianmar,
Quénia, República Democrática do Congo, Tanzânia, República Centro-Africana e
China. In “Ndependenxa” – São Tomé e Príncipe com “Rádio ONU”
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