O indicador de confiança
empresarial no sector do Turismo no país, interrompeu uma tendência positiva
que vinha-se registando desde o primeiro trimestre do ano passado.
Em causa está o abrandamento
na procura deste serviço, em particular, alojamentos, restauração e similares
no fecho do primeiro semestre deste 2018. Abril e Junho foram os meses mais
negros nesse capítulo.
Em linha com este indicador, a
perspectiva da capacidade hoteleira, para os próximos meses, mostra uma
tendência de queda, num clima em que também há uma previsão de descida dos
preços nesse ramo, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE) no seu
indicador trimestral sobre a confiança empresarial na actividade económica do
país.
Esta performance negativa do
sector de Turismo reflecte a época baixa (estação fria) que é caracterizada
pela redução de hospedagens e dormidas no sector hoteleiro, o que leva a
redução dos preços do serviço.
Por outro lado, o número de
estabelecimentos de alojamento, restauração e similares que enfrentaram alguma
dificuldade no seu funcionamento no período em análise, conheceu um crescimento
ligeiro entre Abril a Junho passado.
Concretamente, o índice aponta
para pelo menos 28 por cento de estabelecimentos que tiveram constrangimentos,
percentagem mais alta de uma série trimestral desde o quarto trimestre de 2017.
Os principais factores
referidos pelos agentes económicos do sector são a baixa procura (42%), a
concorrência (23%) e a falta de acesso ao crédito (9%) e outros factores não
especificados (10%) em ordem de importância.
Há anos que o sector do
Turismo em Moçambique está em declínio, salve-se o período de 2003 a 2010,
altura em que o volume de negócios e de entradas foi alto.
Os desafios são vários, as
principais preocupações tem a ver com a estagnação da actividade turística nos
últimos três anos e o declínio do turismo de lazer, a procura e a oferta estão
distorcidas e altamente concentradas em determinadas áreas, a criação de
emprego é baixa em comparação com as boas práticas internacionais e a indústria
contínua, em grande parte, não competitiva.
As causas deste fraco
desempenho são variadas, desde os altos custos de passagens aéreas e um regime
de vistos restritivos, preços altos, má imagem e um fraco posicionamento de
mercado, preocupações com o regime de posse da terra, altos níveis de
importação, desenvolvimento limitado de atractivos naturais e culturais, poucas
estâncias turísticas de alta qualidade, pouca mão-de-obra qualificada na
indústria, lacunas em competências e conhecimentos nas instituições do sector
público aos níveis central e provincial do turismo e cooperação fraca entre os
sectores público e privado.
É neste âmbito, que o Governo,
ciente do potencial de crescimento da área do turismo, estabeleceu uma visão
ambiciosa para os próximos anos. Edson
Arante – Moçambique in “O País”
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