Bissau – O Director Executivo
da Organização não-governamental Tiniguena acusou terça-feira os sucessivos
Governos da Guiné-Bissau de assinarem contratos de exploração dos recursos
naturais sem salvaguardar os interesses das comunidades.
Miguel de Barros falava
durante o encontro entre as organizações da sociedade civil e a Rede
Parlamentar para o meio Ambiente no qual foram apresentados estudos concluídos
em 2016 sobre a gestão da protecção e exploração dos recursos naturais.
Afirmou que o governo não
apresentou ainda os mecanismos ambientais credíveis que mostram a
responsabilidade de exploração destes recursos.
Segundo o Director Executivo
da Tiniguena, os estudos constataram que a situação dos recursos naturais é
bastante crítica, admitindo a existência de rede de corrupção, clientelismo e
de aliciamento das comunidades locais a arruinarem os seus patrimónios.
“Estamos a assinar na
Guiné-Bissau uma destruição excessiva que põe em causa os principais recursos,
fontes de riquezas e de rendimentos das comunidades. Os deputados não podem ficar
calados só porque podem ter alguma ligação com os partidos políticos ou
Governo, não devem fugir das suas responsabilidades“, considerou.
Barros frisou ainda que há uma
necessidade de se pensar num mecanismo de governação do sector florestal,
referindo que as madeiras cortadas não são patrimónios dos que as cortaram, mas
sim do Estado Guineense.
Como contrapartida da
desflorestação, Miguel de Barros defende a compensação das comunidades
particularmente nas áreas da saúde e educação e sanções contra os malfeitores.
Presente no encontro, o
presidente da Comissão Permanente do Parlamento para a área dos Recursos
Naturais, Meio Ambiente e Turismo, Mário Dias Sami, explicou que os deputados
estão conscientes das suas responsabilidades enquanto legisladores e que têm o
poder de exigir o cumprimento das leis ao Governo. In
“Agência de Notícias da Guiné”
– Guiné-Bissau
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