Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Honduras – Olimpíada Ibero-Americana de Matemática

Realizou-se entre 19 e 27 de Setembro de 2014 na cidade de San Pedro Sula, Honduras, a 29ª Olimpíada Ibero-Americana de Matemática (OIAM), uma organização da Universidade Pedagógica Nacional Francisco Morazán através do Departamento de Matemáticas.

82 estudantes de vinte e dois países participaram neste evento que teve a presença do Brasil e Portugal como representantes da língua portuguesa e 20 países de língua castelhana, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

Enquanto no ano anterior os países lusófonos ficaram nos dois primeiros lugares, com a liderança a pertencer ao Brasil, este ano o país vencedor foi o México, 149 pontos, o Brasil foi segundo, 140 pontos, a Espanha a 3ª classificada, 124 pontos, seguindo-se o Perú, 122 pontos e Portugal no 5º lugar com 107 pontos. Em termos individuais, o brasileiro Murilo Corato Zanarella, de São Paulo (SP), terminou a competição no primeiro lugar, conquistando a medalha de ouro com a pontuação máxima da prova, 42 pontos.


 A Taça Porto Rico, troféu outorgado desde 1990 pela delegação de Porto Rico ao país de maior progresso na competição, e que tem como objetivo estimular o desenvolvimento das equipes olímpicas, foi entregue ao México. Este ano foram entregues 8 medalhas de ouro, três ao México, duas ao Brasil e Portugal e uma ao Perú, 14 de prata, 22 de bronze e 14 menções honrosas.

A equipa brasileira liderada pelos professores Carlos Gustavo Tamm de Araujo Moreira, do Rio de Janeiro (RJ) e Marcelo Tadeu de Sá Oliveira Sales, de São Paulo (SP), além da medalha de Murilo Zanarella, conquistou ouro através de Alessandro de Oliveira Pacanowski, do Rio de Janeiro (RJ), prata através de Daniel Lima Braga e Ana Karoline Borges Carneiro, ambos de Fortaleza (CE), que obtiveram 31 e 29 pontos respectivamente. O Brasil que iniciou a participação neste evento em 1985 é o país mais medalhado com um total de 105 medalhas, sendo 53 de ouro, 41 de prata e 11 de bronze.


A equipa portuguesa ganhou duas medalhas de ouro, David Martins da Escola Secundária de Mirandela, aluno do 12º ano, já obtivera o mesmo resultado há dois anos na Bolívia, Francisco Andrade da Escola Secundária do Padrão da Légua, Matosinhos, aluno do 11º ano, foram os autores da proeza, pois Portugal até agora apenas tinha conquistado três medalhas de ouro. Henrique Aguiar da Escola secundária José Estevão, Aveiro, aluno do 11º ano ganhou uma medalha de bronze. A presença portuguesa ficou completa com o estreante David Andrade da Escola Secundária de Albufeira, aluno do 10º ano. Portugal que teve a primeira participação em 1990, já conquistou 50 medalhas, sendo 5 de ouro, 13 de prata e 32 de bronze, além de 10 menções honrosas.


David Martins, David Andrade e Francisco Andrade            Foto: Jorge Paula
A 30ª edição da OIAM terá como sede Porto Rico. Para participar no evento os jovens seleccionados terão entre os 13 e os18 anos de idade e não podem ter participado na competição nas duas edições anteriores.

A participação brasileira na competição é uma organização da Olimpíada Brasileira de Matemática, iniciativa que tem desempenhado um importante papel em relação à melhoria do ensino e descoberta de talentos para a pesquisa em matemática nas modalidades de ensino fundamental, médio e universitário nas instituições públicas e privadas de todo o país.

A OBM é um projecto conjunto do Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (IMPA), da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis), do Ministério de Educação (MEC) por intermédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Matemática (INCT-Mat).

Francisco Andrade                                      David Martins
A participação de Portugal nesta competição é organizada pela Sociedade Portuguesa de Matemática, e a preparação dos alunos é assegurada pelo Projeto Delfos, do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra. As Olimpíadas 2013/2014 foram apoiadas pelo Ministério da Educação e Ciência, pela Ciência Viva, pelo Banco Espírito Santo, pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Pathena. Baía da Lusofonia

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Casamansa - Pânico entre os inimigos da Casamansa


Na sequência das visitas feitas pelo Conselheiro dos Estados Unidos para a Casamansa o embaixador Mark Boulware, a delegação da Associação de Cidadãos da Casamansa nos Estados Unidos da América (ARESCA), o grupo de alunos da Casamansa em Mangoucouroto, sede do Movimento das Forças Democráticas da Casamansa (MFDC), todos a proclamar a sua hostilidade para com a violência, a opção de uma solução política para a paz em Casamansa está a triunfar.


É um passo importante na direcção certa, estimam os observadores. Ao mesmo tempo, os casamanceses prepararam-se para as comemorações do naufrágio do navio "Joola", que se realizou no passado dia 26 de Setembro de 2014, visou dar um novo desenvolvimento de justiça ao Senegal...


Enquanto os "Senhores Casamansa", recrutados e treinados para retardar o processo de negociação, estão em plena falência e com as sucessivas deserções que atingem as diferentes células “federalista ou Diakayistes" o MFDC continua a apelar explicitamente ao reencontro de todos os casamanceses em redor da verdade, da justiça e da paz.


É neste contexto que as autoridades senegalesas e os seus lacaios casamanceses na região estão em pânico. O que explica aliás o conluio urdido pelos soldados senegaleses nos diferentes postos de controlo na Casamansa em maltratar os habitantes e a colocar minas antipessoais nos trilhos frequentadas pela população. Todas estas manobras não enfraquecem a determinação dos casamanceses para restaurar a confiança e serenidade na sua única via de procura da independência. Bintou Diallo - Casamansa

domingo, 28 de setembro de 2014

Macau – Desemprego mantêm-se abaixo dos 2%

No trimestre de Junho a Agosto de 2014 a taxa de desemprego em Macau manteve-se estável nos 1,7% e inferior aos 1,9% do período homólogo do ano transacto, anunciou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos de Macau. A população desempregada era composta por 6800 indivíduos, 23,1% dos quais eram desempregados à procura do primeiro emprego.

Fonte: DSEC - Macau


No período em análise a população activa totalizou 395 500 e a taxa de actividade foi de 73,9%, sendo a masculina de 79,7% e a feminina de 68,4%. A taxa de actividade neste trimestre supera os valores apresentados para os mesmos trimestres dos últimos três anos.

A população empregada totalizou 388 700 indivíduos, correspondendo 23,5% do total ao ramo de actividade económica das Actividades culturais e recreativas, lotarias e outros serviços, 14,3% aos Hotéis, restaurantes e similares, à Construção 14,1%, ao Comércio por grosso e a retalho 11,5%, às Actividades imobiliárias e serviços prestados às empresas 7,8%, à Administração pública e segurança social 6,6%. Baía da Lusofonia

sábado, 27 de setembro de 2014

Brasil - EUA: mais negócios

SÃO PAULO –  Os Estados Unidos constituíram, durante muitos anos, o principal mercado para os produtos brasileiros, até que foram suplantados  nos últimos tempos pela China. A diferença é que, enquanto o Brasil exporta para os Estados Unidos produtos manufaturados de elevado conteúdo tecnológico, como aviões, além de ferro-liga, petróleo em bruto, café em grão e pastas químicas, para o mercado chinês seguem apenas produtos básicos, especialmente minério de ferro e soja.

Mesmo assim, as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos continuam em alta, já que as trocas entre as duas nações chegam perto de US$ 60 bilhões por ano, ainda que pudessem estar hoje num patamar ainda maior. É de lembrar que os Estados Unidos são os maiores investidores externos no Brasil – cerca de US$ 12 bilhões em 2012 e US$ 9 bilhões em 2013.

Mais: o Brasil é o oitavo maior parceiro comercial dos Estados Unidos, tendo gerado, nos últimos três anos, raros superávits comerciais para aquele país. Afinal, sendo o maior mercado do planeta, o natural é que os Estados Unidos comprem mais do que vendam para os seus parceiros. Se isso não se dá, algo de errado há. Até porque o Brasil como economia está longe de se comparar com a nação norte-americana.

Em 2013, houve um crescimento de 76% nas exportações brasileiras para a maior economia do mundo, mas essa tendência não foi suficiente para frear o déficit comercial. Se na primeira metade de 2009 o Brasil importou US$ 2,49 bilhões mais do que exportou, nos primeiros seis meses de 2014 o saldo negativo subiu para US$ 4,73 bilhões, com a exportação dos EUA crescendo 80%. O déficit brasileiro com os Estados Unidos só não foi maior porque houve um crescimento na venda de petróleo em bruto, que depois retorna para aqui em forma de gasolina e diesel. Ora, esta é uma típica relação subalterna que já deveria ter sido superada.

Seja como for, esses números poderiam ter sido mais robustos. Basta ver que, em 2012, o comércio com os Estados Unidos representava 23,8% do total do que o Brasil exportava. Se tivesse sido mantido esse percentual, hoje a corrente de comércio entre os dois países estaria em torno de US$ 100 bilhões. O pior ano, nos últimos tempos, foi o de 2013, quando as exportações do Brasil para o mercado norte-americano caíram para o nível em que estavam em 2006, US$ 24,3 bilhões.

Com o chamado custo Brasil tirando a competitividade do produto nacional, está cada vez mais difícil vender não só para os Estados Unidos como para a União Europeia. De modo geral, o produto manufaturado brasileiro vem perdendo espaço para competidores chineses, inclusive na América Latina, o que inclui os parceiros do Mercosul, apesar das vantagens logísticas.

É verdade que o trabalho da agência oficial Apex-Brasil abriu espaço em mercados não-tradicionais, como o Oriente Médio, África, Oceania e Ásia Central, mas esse esforço foi insuficiente para reverter uma tendência de estagnação ou mesmo de queda nas exportações de manufaturados. Para piorar, houve um incremento nas políticas protecionistas dos países ricos. Os Estados Unidos, por exemplo, para sair da crise iniciada em 2008, trataram de aumentar suas exportações.

Enfrentar (e mudar) esse quadro desfavorável será o principal desafio do próximo governo na área de comércio exterior. Milton Lourenço - Brasil

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Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br.

Nicarágua – Populações continuam com os protestos contra a construção do canal

O cadastro realizado pela empresa chinesa HKND Group na área onde irá construir-se o canal interoceânico da Nicarágua não vai parar, apesar dos protestos das populações do sul do país, destacou um membro da Comissão do Grande Canal.

 "Continuaremos a trabalhar com cada comunidade, porque no final todos eles vão acabar apoiando este canal", afirmou o membro da Comissão do Grande Canal, Telêmaco Talavera aos jornalistas.



Centenas de moradores das comunidades de Tolesmayda e Potosi, na província de Rivas fizeram marchas pacíficas em protesto contra o deslocamento das pessoas, que ocasionará o projeto.

Os manifestantes são pessoas que foram ou serão recenseadas, porque, aparentemente, estão no caminho da construção do canal, e não querem deixar as suas casas.

 "É normal, os investidores internacionais consideram normal haver algum protesto", disse Talavera.

O cadastro da HKND é o primeiro passo para o processo de expropriação das propriedades, confirmou o membro da comissão estatal.

 "O recenseamento está bem avançado, em seguida, vem a discussão sobre os montantes de indemnização, haverá uma compensação justa, de modo que todo o mundo ficará melhor depois do que quando não havia canal", disse Talavera.

Moradores de pelo menos 10 comunidades de Rivas anunciaram a sua recusa em serem expropriados.

O projeto do Canal da Nicarágua consiste em unir, através de uma via de água, o oceano Pacífico com o mar das Caraíbas, levando a construir um lago artificial, um aeroporto, dois portos, um complexo turístico, uma zona livre de comércio, fábricas de cimento e aço e diversas estradas.

As obras iniciar-se-ão ainda neste presente ano de 2014 e estarão concluídas em 2019, com um custo de 50 mil milhões de euros, informou a empresa HKND Group. In “El Economista” - Nicarágua

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Brasil - Santosvlakte é o futuro


SÃO PAULO – Há quase meio século, quando este articulista dava os seus primeiros passos na área de comércio exterior, à época em que ia conferir os mapas de descarga nos armazéns do Porto de Santos, o importante era o tempo que um navio levava para deixar as mercadorias no cais. Hoje, esse quesito não deixou de ser fundamental, mas a prioridade agora é a capacidade que cada navio tem para trazer e levar carga. Já não basta rapidez na movimentação da mercadoria – o que se dá porque o trabalho braçal foi substituído por equipamentos modernos –, pois o que vale mesmo é o tamanho do navio e sua capacidade de carregar cada vez mais contêineres. Em outras palavras: quanto maior o navio, menores os custos.

Basta ver que os navios modernos, com extensão de 336 metros, podem carregar até 9,6 mil contêineres, quando na década de 1980 mediam 185 metros e comportavam, no máximo, 1,2 mil contêineres. Que os navios serão cada vez maiores não se duvida. Portanto, cabe aos portos e terminais adaptarem suas infraestruturas à nova geração Post-Panamax.

Como não estão preparados para receber os novos gigantes dos mares, os portos nacionais podem até ser evitados como ponto de escala pelos grandes armadores. É de lembrar que dados de 2013 do Centro Nacional de Navegação (CentroNave) mostram que, em média, cada navio teve de esperar 15 horas para atracar e quatro horas para desatracar em cada escala em portos brasileiros, o que provocou um prejuízo superior a US$ 120 milhões de janeiro a setembro daquele ano.

O governo federal promete priorizar investimentos no aumento da profundidade do canal de navegação do Porto de Santos, possibilitando a atracação de navios Post-Panamax, com calado de até 15 metros, mas esse é um horizonte ainda distante, tantos são os atrasos nas licitações. Só para obras complementares à dragagem, como o reforço dos berços de atracação, a Secretaria de Portos (SEP) e a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) demoraram quase dois anos para preparar a licitação por conta de processos judiciais.

Com tanta demora, dificilmente, Santos vai se tornar a curto prazo um porto confiável para receber os supernavios. Até porque a cada mês, em média, 10 centímetros de profundidade são perdidos no canal de navegação por conta dos sedimentos que se depositam no leito do estuário, trazidos em boa parte pelos rios da região. Em outros pontos, essa redução é ainda maior.

Seria conveniente que houvesse um serviço permanente de dragagem. Mas a que custo? Por isso, a saída pode ser a construção de terminais em águas profundas na Baía de Santos sob a administração do Porto de Santos, como prevê projeto da Codesp apresentado recentemente durante o Seminário Internacional de Portos e Hidrovias (SIPH), na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O projeto chama-se Santosvlakte e é inspirado em Maasvlakte, área de expansão do Porto de Roterdã, na Holanda, o principal complexo marítimo do Ocidente.

Portanto, o futuro do Porto de Santos não está mais no seu canal de navegação, mas a 10 ou 20 quilômetros mar afora. Milton Lourenço – Brasil

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Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Galiza - Concordâncias e discordâncias

Publicava no fim agosto, o PGL umha pequena crónica de J. C. da Silva sobre os sotaques do Brasil, que acabou por provocar um inesperado turbilhom de intervençons sobre a unidade do português internacional e a pertinência da normativa AO90. A viveza da argumentaçom cruzada revela mais umha vez a existência de suscetibilidades enfrentadas em volta das identidades portuguesa e brasileira e de discrepâncias significativas quanto à pertinência do acordo ortográfico.

A amplitude do debate confirma a complexidade do arquipélago lingüístico do português internacional, ao qual pertencemos, digam o que dixerem os aduaneiros dos foros de concertaçom constituídos. Em resumo, as diferenças manifestas reduzem-se à disjuntiva que separa os partidários da convergência, ou mesmo da fusom dos formatos ortográficos existentes, dos partidários da manutençom das peculiaridades nacionais abonadas polo uso e o reconhecimento social.

Achei estimulante o debate, incluída a paixom que lhe serviu de tempero, sem a qual, as polémicas correm risco de degenerar em aborrecido recital de monólogos. Os debates agradecem o corpo a corpo, sempre que preservados os limites do confronto civilizado. Pessoalmente, participei no troco de opinions mormente acerca da questom do tempero ortográfico do galego. Sustenho a opiniom, que já tenho expressado algumha outra vez, que o nó do conflito que o galego defronta assenta na dialética da harmonizaçom dos persistentes hábitos da comunicaçom escrita com as exigências da sua homologaçom com o seu padrom internacional.

Considero oportuno separar a questom ortográfica do galego, assunto da nossa estrita incumbência, da polémica levantada polo AO90, que afeta principalmente Portugal e o Brasil, e também aos países africanos de língua portuguesa. Um galego cultivado nom tem especial dificuldade em navegar polas diversas variantes do idioma, de Zeca Afonso a Cesária Évora, para entender-nos. A tarefa prioritária deveria ser para nós a difusom do uso do português na Galiza – processo felizmente em andamento através das EOI e em breve, talvez, da ILP Paz-Andrade – junto com a promoçom do imperativo de homologaçom internacional do nosso idioma. É altamente duvidoso que misturar ambos propósitos com a polémica AO90 poda contribuir a difundir este duplo imperativo. A genuína norma Agal é um excelente formato, simultaneamente próprio e aberto.

A heterogeneidade do português internacional nom impede umha razoável intercompreensom entre as suas variantes. Confesso, seja como for, a minha preferência pola solidez do formato gramatical da variante portuguesa e a claridade da dicçom angolana e brasileira. Declaro também o meu desgosto pola mania de acumular galicismos e anglicismos no português com o subseqüente abandono do acervo lingüístico tradicional. Um processo que só contribui a esbater a expressividade da língua tradicional. Quanto mais expressiva a sentenciosa fala do camponês que a insolente pirotecnia do locutor televisivo, vetor de todos os vírus que adoentam o idioma!

Em questons de língua declaro-me conservador convicto e adiro à ética da “exceçom cultural”, esgrimida polos franceses para tentar defrontar a enxurrada anglo-saxónica. A língua evolui, certo, mas, o que tal processo demanda é umha resoluta política de promoçom de neologismos congruentes – infantário, escola maternal, melhor do que creche, para entender-nos – a menos que optemos por um modelo de idioma robocop onde as próteses predominem sobre o tecido natural.

Voltando ao debate devo confessar a minha aberta simpatia pola substância e também pola desenvoltura argumental praticada polo professor Venâncio em defesa das suas opinions. É bom falarmos ao direito como antídoto à vácua retórica com que nos maçam a diário próceres, políticos e comentaristas.

Nom podo concordar polo contrário com o saibo de desdém que creio perceber nas opinions do professor com o reintegracionisno como movimento oposto ao galego subsidiado e ministrado polas instituiçons oficiais. Nom parece justo concordar com posiçons pouco sensíveis com a disjuntiva de achegar o galego ao tronco comum ou tolerar a sua amável diluiçom num processo de eutanásia subsidiada.

Os galegos conscientes do mencionado repto nom podemos esquecer o oferecimento de Rodrigues Lapa de reabilitar a língua assediada mediante o “português servido em salva de prata”. O catalám, carente para a sua desgraça de referências lingüísticas internacionais, reage ao seu declínio com vigorosos programas de imersom educativa. O galego enquanto contenta-se com inocentes jogos florais oficiados polos encarregados da sua revitalizaçom. Há na RAG excelentes especialistas em literatura espanhola; a portuguesa, ao contrário, nom está na moda na douta instituiçom. Pode mesmo pontuar em contra do aspirante a prócer no precetivo cursus honorum a percorrer.

Reconhece o professor Venâncio a existência de excelentes lexicógrafos, didáticos, historiadores e sociolinguistas nas filas do reintegracionismo embora lamente a falta de gramáticos. Quanto a isso, aos reintegracionistas de amplo espetro vale-nos o professor Freixeiro Mato, cujos compromissos cívicos parecem ter-lhe vedado o acesso a qualquer sólio oficial. Incluiria também no meu círculo privado de valedores do nosso fatigado idioma o professor Venâncio, que bem poderia aspirar a herdar a sede vacante de Rodrigues Lapa. O seu sólido conhecimento do idioma e da sua história e o patente compromisso com a problemática do galego vivo justifica a candidatura.

Laboram os foros da lusofonia em ativo na necessária cooperaçom entre as diversas variantes do idioma ou estám incapacitados de raiz pola sua servidom à trapalhada politiqueira do MIL como o professor Venâncio opina? Declaro-me incompetente ante este dilema embora deva manifestar sérias reservas quanto à primeira opiniom e encontre em excesso radical a desqualificaçom que incorpora a segunda.

Tugas contra brasucas quando na Galiza contamos já com algum brasilego e mesmo algum angolego declarado? Bom, reconheçamos que o problema que o nós defrontamos é prévio às brilhantes escaramuças transatlânticas. Transitar da extravagante indumentária ortográfica do nosso idioma à ortografia internacional exigida polos tempos é o nosso problema específico e intransferível.

E agora, se me desculpam, gostaria de reincidir na tentaçom de descrever o mapa topográfico das incertezas ortográficas que o galego defronta. Em essência, podemos reduzir a três os paradigmas em pugna polo futuro ortográfico do galego: o galego hipo-grafado ou demótico, o galego orto-grafado ou agálico e o galego hiper-grafado ou lusista. Os contendentes na briga aduzem razons filológicas em apoio das respetivas posiçons embora saibamos que a sua índole é eminentemente política. Ensaiemos daquela um mapa topográfico mais preciso: galego infra-nacional ou regionalista, galego nacional e galego internacional. Escusado insistir na minha preferência pola opçom central da tríada, embora deva reconhecer-lhe um sério inconveniente: a de requerer um processo concomitante de construçom nacional para a sua posta em prática. Um oneroso expediente do qual estám dispensadas as outras duas posiçons polo facto de disporem de modelos próprios prontos a usar.

Processo de construçom nacional: palavras maiores, amigos. A lendária lentidom do aludido processo, que conduz “da província a naçom”, aconselha procurar refúgios transitórios. Reconheço que a minha proposta particular pode ser qualificada de oportunista. Consiste simplesmente em aproveitar qualquer nicho de expressom em galego com independência da norma ortográfica exigida no foro. A postura compensa sobejamente o seu défice de heroísmo com a sua manifesta operatividade. Se estamos impedidos de eleger formato, mantenhamos em todo o caso a capacidade de intervençom. É umha regra elementar da prática partisana.

De resto, a variante ortográfica nacional por mim preferida, apesar de carecer dos santos óleos que só o poder ministra, também nom está proscrita no país. Permitam-me aduzir um modesto argumento privado. Em apenas um mês defenderei na Universidade de Santiago a minha tese doutoral redigida em galego orto-grafado nacional sem que tal facto tenha suscitado qualquer impedimento apesar de o júri ter um certo sabor inter-nacional.

Você, caro professor Fernando, conhece a fábula da raposa das mil manhas e o ouriço que apenas possuía umha mas muito bem apreendida. Aos adeptos ao reintegracionismo toca-nos oficiar de resistente ouriço transeunte porque cremos conhecer o caminho. As discrepâncias no ritmo de marcha empreendida som de menor importância, embora nom irrelevantes. Uns gostam de tatear o caminho a percorrer e outros de imaginar o seu final. Quanto ao inevitável cansaço que ameaça o corredor de maratona, declaro-me imune. Simplesmente, acredito no aforismo clássico ars longa, vita brevis. Conjugar arte com vida é património da idade.

O galego precisa de umha vigorosa imersom no português. O ativismo lingüístico que promove tal estratégia agradece toda cumplicidade na tarefa embora deva proclamar a improvável desistência no empenho. A defesa da soberania cultural da Galiza está forjada na ética da resistência.

De passagem, gostaria de transmitir umha ligeira suspeita acerca das eventuais cumplicidades internacionais que podam advir ao processo de reintegraçom: procederám mais provavelmente da beira transatlântica do idioma que dos seus territórios próximos, A razom estriba na distância geográfica a Madrid, essa metáfora política que todos compreendemos.

Traduçons incompatíveis do português para o português segundo procedência de texto e leitor? Reintegracionismo em crise permanente? Manifestaçons apenas da ebuliçom do idioma partilhado e diverso, sujeito a defrontar o incerto século que nos acolhe.

Desculpem, amigos, onde é que deixáramos as nossas discordâncias? Penso que foi nos detalhes, esse lugar marginal, onde, nom obstante, Mies van der Rohe colocava o próprio Deus. Joám Facal – Galiza in “Portal Galego da Língua”

Angola – Investimento em plataformas logísticas

Angola investe quase 4 mil milhões de dólares em plataformas logísticas

Angola vai investir mais de 3,9 mil milhões de dólares na construção de 44 plataformas logísticas por todo o país para potenciar o desenvolvimento regional e nacional, interligando as redes de transporte angolanas com o resto do continente africano.

A informação consta de um estudo do Ministério dos Transportes de Angola a que a imprensa teve acesso e que prevê um horizonte temporal de dez anos para a concretização deste investimento.

A futura Rede Nacional de Plataformas Logísticas, avaliada em 3,9 mil milhões de dólares, envolverá cinco pólos logísticos, dez centros de transportes rodoviários e ferroviários e cinco centros de carga aérea, entre outras infraestruturas de apoio na área das mercadorias e logística.

O projeto já está em curso e envolve nesta fase a aquisição dos terrenos necessários nas várias províncias, decorrendo em paralelo a elaboração dos respetivos estudos técnicos, de impacto ambiental e de viabilidade económica.

Mais adiantadas, já em fase de construção, estão as plataformas das províncias de Malanje, Moxico, Cuando Cubango e Huíla, além do centro logístico do Soyo (província do Zaire).

Está ainda prevista a interligação entre estas plataformas e a rede ferroviária nacional, com base nas linhas de Luanda, Benguela e Namibe, abrangendo os territórios de maior atividade industrial, mineira e agrícola, para escoar as mercadorias e otimizar a produção nacional.

Estas infraestruturas estão classificadas conforme a relevância no contexto regional, nacional e continental, tendo em conta a prevista interligação com as redes de transportes (terrestres e marítimos) de países vizinhos, a norte, no interior e a sul.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsariana mas o Executivo tem em curso um programa para diversificar a economia, que fora do setor petrolífero vale atualmente cerca de um quarto das receitas fiscais nacionais. In “África 21” - Angola

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Portugal – Jovens cientistas portugueses conquistam prémios em Varsóvia

Escolhidos em Varsóvia os melhores jovens cientistas da Europa



Finalmente, a espera chegou ao fim. Na última semana, a biblioteca da Universidade de Varsóvia encheu-se de promissores jovens cientistas. 110 investigadores com idades entre os 14 e os 20 anos apresentaram os seus projetos, num clima de forte competição, na esperança de impressionarem o júri internacional. Todos eles eram candidatos aos prémios da 26ª edição do Concurso da UE para Jovens Cientistas (EUCYS) que hoje se encerrou com a cerimónia anual da entrega dos galardões. Para além do passarem a integrar o universo dos jovens melhores cientistas da Europa, os vencedores também partilharam um prémio total em dinheiro de 62 500 € e outros cobiçados prémios para participarem em eventos científicos (MEMO/14/536).


Os três primeiros prémios de 7000 € cada foram atribuídos a João Pedro Estácio Gaspar Gonçalves de Araújo de Portugal pelo projeto «A natural characterization of semilattices of rectangular bands and groups of exponent two», Mariana de Pinho Garcia e Matilde Gonçalves Moreira de Portugal pelo projeto «Smart snails» e Luboš Vozdecký da República Checa pelo projeto «Rolling friction». Este ano, os segundos prémios foram atribuídos a projetos da Irlanda, Bulgária e Eslovénia para projetos originais nos domínios da matemática e da química. Os três terceiros prémios foram atribuídos a projetos da Lituânia, do Reino Unido e da Alemanha (ver anexo para mais informações).


Foi também atribuído um prémio no domínio da cooperação internacional para o melhor projeto de países convidados: EUA, Canadá, China, Nova Zelândia, Coreia do Sul e Suíça. O prémio, que realça os benefícios da cooperação científica internacional no domínio da investigação, foi ganho por Eric Giles Schertenleib da Suíça com o projeto «Jet and Film – On the interaction between a laminar jet and a soap film».


Máire Geoghegan-Quinn, Comissária para a Investigação, a Inovação e a Ciência, declarou: «A qualidade dos trabalhos nesta competição continua a fascinar-me e quero felicitar todos os que nela participaram. A investigação e a inovação traduzem uma diversidade de ideias, pelo que temos de dar aos jovens a oportunidade de as desenvolverem e de serem criadores. Temos também de envidar mais esforços para aumentar a participação das mulheres no domínio da ciência e da tecnologia. Estamos perante desafios reais para os nossos sistemas de ensino.»


O concurso de Varsóvia reuniu 77 projetos de 36 países, incluindo os Estados-Membros da UE, Estados associados e países do resto do mundo. Todos os trabalhos já tinham ganho o primeiro prémio nos respetivos concursos científicos a nível nacional, em cada domínio específico. Os temas abrangiam um vasto leque de áreas científicas: biologia, física, química, informática, ciências sociais, ambiente, matemática, materiais, engenharia e medicina. O júri deste ano era presidido pelo Dr. Henrik Aronsson, da Universidade de Gotemburgo e composto por 18 cientistas internacionais dos diferentes domínios científicos.

Contexto

O Concurso da União Europeia para Jovens Cientistas foi criado pela Comissão Europeia em 1989 para estimular a cooperação e o intercâmbio entre jovens cientistas e dar-lhes a possibilidade de serem orientados por alguns dos mais proeminentes investigadores da Europa. O primeiro concurso realizou-se em Bruxelas e, desde então, já se realizou em 24 cidades europeias diferentes.

O concurso visa apoiar os esforços dos países participantes no sentido de atraírem jovens para domínios CTEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) e levá-los a enveredar por carreiras no domínio da ciência e investigação. O número de jovens cientistas participantes passou de 59 na primeira edição, em 1989, para 110 este ano. O recorde de participações foi registado em 2009, em Paris, com 137 concorrentes. Alguns dos vencedores de edições anteriores enveredaram por prestigiosas carreiras na investigação, por exemplo na Agência Espacial Europeia e no CERN. Um dos vencedores da Medalha Fields deste ano, o Professor Martin Hairer, tinha ganho um prémio no concurso de 1991.

A fraca participação de mulheres no concurso é reveladora da sub-representação feminina nos domínios CTEM. Este ano, a participação feminina atingiu os 37 % (41 candidatas contra 69 candidatos). Em 1997, pela primeira vez, a participação feminina no EUCYS ultrapassou os 30 % e, desde então, tem-se situado entre os 30 % e os 35 %, com um máximo de 41 % em 2005. Ao longo destes 26 anos, foram galardoados com este prémio 183 mulheres e 614 homens.

Para mais informações sobre o concurso deste ano, consultar: http://media.eucys2014.pl. Cada uma das três equipas classificadas em primeiro lugar recebeu 7000 €; as equipas classificadas em segundo e terceiro lugares receberam, respetivamente, 5000 € e 3500 €. Os restantes prémios incluíram viagens ao Fórum Internacional de Ciência e Juventude, em Londres (London International Youth Science Forum), e ao Seminário Internacional de Ciência e Juventude, em Estocolmo (Stockholm International Youth Science Seminar), prémios concedidos por empresas patrocinadoras, incluindo viagens ao Intel ISEF nos EUA, assim como galardões atribuídos pelo serviço científico interno da Comissão Europeia, pelo Centro Comum de Investigação, pelo Eiroforum (grupo pan-europeu de organismos de investigação) e pelo Instituto Europeu de Patentes. Comissão Europeia

Poderá aceder ao documento completo aqui

Honduras – Projecto para impulsionar a produção de cacau

Um projeto para melhorar a produção de cacau beneficiando cerca de 1800 famílias foi lançado no passado dia 22 de Setembro de 2014 em Omoa, departamento de Cortés nas Honduras, com o apoio da Agência Suíça para o Desenvolvimento (COSUDE), informou uma fonte oficial em Tegucigalpa.

O projeto, que na verdade começou em 1 de agosto de 2013 e vai durar mais de três anos, estará concluído em 31 de dezembro de 2017, vai investir R$ 4,9 milhões, informou o Ministério da Agricultura do país centro-americano num comunicado.

Além disso, contará com um Fundo de Desenvolvimento do Cacau como mecanismo de investimento para facilitar o desenvolvimento dos serviços financeiros através de parcerias de crédito rural com os bancos nacionais.

O Lançamento do "Projecto de Melhoria do Rendimento e Empregos para Produtores e Produtoras de Cacau nas Honduras (PROCACAHO) esteve a cargo da directora da delegação da COSUDE, Geneveive Federspiel, e o gerente da Associação de Produtores de Cacau nas Honduras, Aníbal Ayala.

Participaram também o coordenador regional da Secretaria de Agricultura e Pecuária Roberto Paz; o director da Fundação para o Desenvolvimento Empresarial Rural (FUNDER), Miguel Angel Bonilla, e o responsável da Fundação Hondurenha de Investigação Agrícola (FHIA), Adolfo Martínez.

Através deste projecto, aumentará em 300 dólares o lucro líquido anual de pelo menos 1800 famílias de agricultores de cacau distribuídos por 2000 hectares, das quais 1000 já estão estabelecidas, que vão melhorar a sua produtividade no Sistema Agroflorestal Sustentável (SAF).

A criação de postos de trabalho associados à produção de cacau aumentará 20%, numa atividade em que as mulheres também estão envolvidas, acrescentou o comunicado.

Observa ainda que as atividades do projecto estão inicialmente concentradas nos departamentos de Santa Bárbara, Cortes, Atlântida, Comayagua, Colon e Yoro Olancho, no oeste, norte e leste, e que outras áreas podem ser incorporadas de acordo com a disponibilidade de financiamento.

O cacau é um sector com oportunidades de gerar empregos e rendimentos que contribuam para a redução da pobreza rural, de acordo com especialistas do sector.

Segundo o Ministério da Agricultura, as Honduras tem actualmente cerca de 4200 hectares de plantações reabilitadas, o que representa uma oferta para a colheita de 2014 de 1400 toneladas de cacau com um valor comercial estimado de quatro milhões dólares.

Além disso, o produto terá um mercado internacional deficitário, procurando comprar nas Honduras um volume de pelo menos 5000 toneladas de cacau de qualidade, disse a mesma fonte.

Um projeto semelhante, que inclui as comunidades indígenas no norte do Honduras, é patrocinado com um fundo de cooperação japonesa coordenado pelo Escritório do Banco Mundial em Tegucigalpa. in “El Economista” – Honduras

Brasil – Porto de Vitória tem crescimento de 22,5% nas cargas

O volume de cargas nos terminais do Porto de Vitória registraram crescimento de 22,5% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2013. Foram 3,4 milhões de toneladas em 2014 contra 2,7 milhões no semestre anterior.

Entre as principais cargas movimentadas estão veículos, rochas ornamentais e graneis sólidos. Segundo o substituto da Superintendência Geral, Enildo Moreira, o incremento computado superou as expectativas da companhia. “A projeção da Codesa é fechar o ano com movimentação de volume superior a seis milhões de toneladas”, diz. Para 2015, a projeção é de um crescimento de 10% na movimentação de cargas. “Com a finalização das obras de dragagem e derrocagem, previstas para dezembro deste ano, o porto passará a receber navios com carga completa, eliminando um dos gargalos do Porto de Vitória”, acrescentou.

Por conta da conclusão das obras de contenção e ampliação do Cais Comercial de Vitória no ano passado, houve um aumento considerável de embarque e desembarque de cargas nos Berços 101 e 102. Além disso, o Cais passou a contar com uma considerável área de estocagem de mercadoria.

Além do aumento do volume de cargas nos terminais do porto e a partir do incremento da exploração de petróleo e gás na costa do sudeste, também houve aumento na utilização dos berços do porto pelas embarcações de apoio offshore, que fazem o transporte de carga e pessoal até as plataformas marítimas. Atualmente, 60% da movimentação de navios (cerca de 2.500 embarcações-ano) que operam no porto capixaba estão voltados para a indústria do petróleo. In “Guia Marítimo” - Brasil


terça-feira, 23 de setembro de 2014

Brasil - Um projeto para o comércio exterior

SÃO PAULO – Em recente palestra durante seminário sobre os rumos da política de comércio exterior na Fundação Getúlio Vargas (FGV), o diretor de comércio exterior da Associação Brasileira da Indústria Química (Abimaq), Klaus Curt Muller, afirmou que não basta abrir o mercado nacional, mas dar condições para o fabricante brasileiro enfrentar não só o produto importado como colocar o seu equipamento lá fora. De fato, como disse o empresário, se a máquina brasileira é 30% mais cara do que a alemã, por exemplo, fica mais difícil vender não só aqui, mas também no exterior.

Superar essas dificuldades não será tarefa fácil, mas o próximo governo precisará estar consciente, desde o primeiro dia de janeiro de 2015, de que terá de colocar em prática um projeto de comércio exterior que não inclua apenas a América Latina ou países africanos ou o Oriente Médio, mas todo o planeta. Sem uma diretriz global, o País continuará a perder mercado não só em sua própria casa como especialmente no exterior, inclusive naqueles mercados que são considerados tradicionais. Aliás, isso já acontece na Argentina, onde, apesar do Mercosul, os produtos chineses substituem os brasileiros nas prateleiras, em razão das facilidades cambiais que os asiáticos oferecem.

Na verdade, pouco adiantará traçar uma estratégia para a abertura de mercados se o novo governo não fizer a sua lição de casa, ou seja, atacar as causas do chamado custo Brasil, que fazem, por exemplo, a nafta, principal insumo dos produtos químicos, custar 30% mais cara do que no mercado europeu ou o dobro do valor pago nos Estados Unidos. Também não se pode pensar em resolver os problemas do comércio exterior por setores, como tem tentado, sem muito êxito, o governo atual.

É preciso definir uma estratégia global que, além de estabelecer com blocos ou nações isoladamente tratados de preferências comerciais, venha a ser desenvolvida ao mesmo tempo em que sejam construídas e reformadas rodovias e aeroportos e ampliada a malha ferroviária, bem como reduzido o atual caos portuário, com a instalação de novos terminais públicos e privados, devidamente acessíveis por caminhões, trens e barcaças, o que inclui a modernização do precário e incipiente sistema hidroviário de hoje.

Só assim, com tal visão estratégica, será possível avançar para assegurar custos mais baixos de produção que possam alterar o atual quadro de desvantagem que o produto brasileiro sofre no exterior, em razão de numerosos acordos de preferências que foram estabelecidos e dos quais, por inércia ou incompetência dos últimos governos, o País não se beneficia. Mauro Dias - Brasil

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Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Nicarágua – População e ambientalistas manifestam-se contra o canal interoceânico

Os habitantes da cidade de Rivas manifestaram-se contra o futuro canal interoceânico da Nicarágua, obra que vai ter início no próximo mês de Dezembro de 2014 e que será construído por um consórcio chinês liderado pela empresa HKND Group. A obra que no final do ano de 2013 estava orçada em 30 mil milhões de euros, foi posteriormente alterada para 40 mil milhões e no último mês actualizada em 50 mil milhões de euros.


A cidade de Rivas, junto ao maior lago de água doce da América Central, encontra-se perto do local onde está projectado o canal e as suas populações estão preocupados em serem despojados das suas terras e têm o apoio das associações ambientalistas que receiam alterações profundas no meio ambiente, como a mais que provável contaminação da água doce do lago e os seus efeitos nefastos para a agricultura e pesca da região, principal meio de subsistência da população.


O canal da Nicarágua terá 278 km de comprimento, uma largura que varia entre os 83 metros e os 520 metros e uma profundidade de 30 metros, ligará a localidade de Brito no oceano Pacífico à foz do rio Punta Gorda no lado do oceano Atlântico, atravessando o lago Cocibolca de água doce numa extensão de 105 km. O canal da Nicarágua é um projecto que pretende unir o oceano Pacífico com o mar das Caraíbas, é concorrencial ao canal do Panamá e com uma capacidade três vezes superior a este. Baía da Lusofonia