Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Macau – Abertas candidaturas para a cooperação com Portugal em assuntos marinhos

O acordo foi assinado em 2017 e é agora finalmente lançado o programa. O Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e Tecnologia de Macau e a Fundação para a Ciência e Tecnologia de Portugal unem-se para co-financiar projectos sobre poluição ou biotecnologia marinha. As candidaturas podem ser apresentadas até 12 de Julho

O Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e Tecnologia de Macau (FDCT) avançou detalhes sobre três programas de financiamento a projectos de investigação, que em conjunto envolvem 123 milhões de patacas. Entre eles encontram-se as bolsas de investigação financiadas em conjunto com a Fundação para a Ciência e Tecnologia de Portugal (FCT), cujas candidaturas estão abertas até ao próximo dia 12 de Julho.

O financiamento destina-se a projectos de investigação realizados em conjunto por investigadores de Macau e Portugal nas áreas da poluição e biotecnologia marinha. O montante máximo para cada projecto será de um milhão de patacas, a ser distribuído periodicamente e com um prazo máximo de três anos. O valor atribuído não apoia a construção de infra-estrutura ou a aquisição de equipamentos puros. Também não pode ser utilizado para pesquisa em ciências leves sobre políticas e gestão, nem projectos de promoção de mercado.

O FDCT vai avaliar os projectos que receber com base em três critérios. A componente com maior peso (40%) consiste no valor científico do projecto, nomeadamente a sua inovação, resultados de pesquisa e metodologia. As qualificações do candidato valem 30%, analisando a capacidade de pesquisa científica, qualificação e número dos membros, bem como o grau de complementaridade com o cooperado. Por fim, será considerada a viabilidade do projecto e o plano de trabalho (30%).

A partir dos projectos aprovados, o FDCT e a FCT seleccionarão depois em conjunto quais serão co-financiados. O acordo com Portugal foi assinado em 2017 e a cooperação devia ter começado em 2018, mas só no início deste ano ficaram concluídas as negociações. Durante uma conferência de imprensa foi indicado que a Universidade de São José poderá ter já projectos para se candidatar.

Apostas no futuro de Macau e Grande Baía

Outro dos projectos apresentados refere-se a bolsas de investigação científica financiadas em conjunto pelo FDCT e o Departamento de Ciência e Tecnologia da Província de Guangdong, para as quais se prevê uma contribuição de 20 milhões.

“Promover as cooperações entre indústrias, universidades e investigações entre as duas regiões, no sentido de avançar mais para a frente o nível de tecnologias nas indústrias emergentes estratégicas, elevando a competitividade internacional de Macau e Guangdong”, é o objectivo. Destina-se às áreas de informação electrónica, biomédica, protecção ambiental e economia de energia, cidades inteligentes, bem como oceanos.

Ainda sem data para as candidaturas, sabe-se que o montante máximo para cada projecto será de 1,3 milhões de patacas, com um prazo máximo de dois anos. Pelo menos uma das partes deve ser uma empresa. No caso da entidade recomendada por Macau ser empresarial, deve dispor do autofinanciamento em valor não inferior ao do financiamento atribuído pelo FDCT. O mesmo já não se aplica caso a entidade recomentada por Macau seja uma instituição de ensino superior ou de investigação científica.

Por último, foi apresentado um programa específico de apoio financeiro para projectos-chave de I&D. Como explicou Dominic Ip, do FDCT, consiste numa aposta nas “áreas prioritárias articuladas com o desenvolvimento de Macau”. Nesta edição, foca-se na medicina de precisão, inteligência artificial e medicina chinesa e controlo de qualidade, nas componentes de avaliação e desenvolvimento de medicamentos chineses. Espera-se que a data de lançamento seja conhecida ainda este mês.

O montante máximo de apoio para cada projecto no campo da Medicina Chinesa e Inteligência Artificial é de 15 milhões de patacas, e no campo da Medicina de Precisão ascende a 20 milhões.

Ainda é incerto o futuro destes três programas de financiamento. Por um lado, a FDCT ainda está em negociações com Portugal relativamente a edições futuras, uma vez que o país ainda tem de avaliar se tem orçamento para a manutenção do programa. Por outro, a continuidade dos projectos-chave está dependente de uma avaliação dos resultados deste ano. Apenas com Guangdong foi já assinado um protocolo. Salomé Fernandes – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

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