Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Internacional - Universidade de Aveiro vence competição da NATO



A NATO Strategic Communications Centre of Excellence (NATO StratCom) lançou o desafio a especialistas em informática e sistemas inteligentes de todo o mundo: Como detetar o uso malicioso de vídeos e fotografias na Internet e, com isso, combater as mensagens extremistas? E a solução apresentada pela Universidade de Aveiro (UA) acaba de ser a vencedora.

A proposta da UA foi uma das três finalistas apresentadas na final do concurso no Centro de Excelência de Comunicação Estratégicas da NATO, que decorreu em Riga, Letónia.

Para além da UA foram apresentadas as outras duas propostas finalistas do concurso, um projeto da Universidade de Torino, Itália, e outro de uma start-up da Lituânia.

A solução do Instituto de Engenharia Eletrónica e Informática de Aveiro (IEETA) da UA e do respetivo Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) sobressaiu.

Numa época em que as redes sociais são cada vez mais usadas para difundir mensagens extremistas e onde fotografias e imagens são manipuladas constantemente, a competição lançada pela NATO StratCom desafiou investigadores de todo o mundo a apresentarem soluções para combater uma realidade que a organização considera ser “um risco claro para a segurança da Aliança Atlântica”.

“O objetivo da NATO é detetar conteúdo malicioso em vídeos e fotos online. Esse conteúdo pode ir desde propaganda política extremista até alterações ou descontextualização de imagens”, explicou Daniel Canedo que – a par de António Neves, José Luís Oliveira, Alina Trifan e Ricardo Ribeiro, todos especialistas em informática do IEETA e do DETI – assina o projeto com que a equipa portuguesa pretende ajudar a NATO StratCom.

A ideia apresentada pela equipa da UA passa pelo desenvolvimento de um sistema capaz de analisar imagens, sejam em formato vídeo, sejam em fotografia, em três grandes dimensões, explica a universidade numa nota enviada ao ‘Mundo Português’.

“Em primeiro lugar o sistema quer esmiuçar os objetos. Os investigadores propõem-se a que no final da análise todos os objetos presentes nas imagens estejam rastreados de forma a que sejam ou não identificados aqueles que possam estar potencialmente ligados a grupos extremistas”, acrescenta.

“O universo online é muito sensível a este tipo de informação, especialmente porque a faixa etária predominante na Internet é a mais jovem”, aponta Daniel Canedo, alertando que “facilmente se consegue moldar uma mente jovem através da Internet, e quem cria este conteúdo malicioso está bem ciente desse fenómeno”.

O dispositivo informático permitirá também concluir se as imagens são originais ou se sofreram qualquer tipo de manipulação. Por último, o ‘detetive’ da UA terá a capacidade de analisar a informação extraída das imagens, enquadrada com as eventuais mensagens que a possam acompanhar como posts ou comentários a elas ligados nas redes sociais.

“Com base na informação extraída das imagens e dos conteúdos textuais dos posts que possam estar associados, o nosso sistema classificará o risco dessa informação utilizando técnicas de mineração de dados (exploração de grandes quantidades de dados em busca de padrões consistentes) e classificadores (treino de algoritmos para aprenderem padrões e fazerem previsões a partir de dados)”, explicou Daniel Canedo. Ana Grácio – Portugal in “Mundo Português”

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