Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 17 de novembro de 2018

Viagem a Nova Orleães a bordo do português

A viagem de hoje vai levar-nos ao coração da Amazónia, às ruas de Nova Orleães e à Galiza — e começa numa das fronteiras mais antigas do mundo.

Olhe para o mapa da Europa de 1300.



Qual é o único país com um aspecto reconhecível? Ali está, a um canto… Falo de Portugal. É certo que houve acertos no século XIX (e nem falo da subtracção de Olivença) — mas o aspecto global da fronteira é muito estável. Então se falarmos do troço norte dessa fronteira, estamos a falar de uma linha com muitos séculos de existência.

Chegar a Nova Orleães a bordo de um livro

Porque falei da nossa fronteira? A razão é pessoalíssima: foi precisamente no seu troço mais antigo e batido — aquela linha que nos separa da Galiza — que encenei as primeiras cenas (e as últimas) do livro A Incrível História Secreta da Língua Portuguesa.

Desta vez, não falo do livro para o divulgar entre os possíveis leitores — embora (espero que concorde) não venha mal ao mundo se confessar aqui o desejo de levar a Incrível História a mais leitores. Trago-o a este texto porque esse livro levou-me até Nova Orleães. Os livros servem mesmo para viajar…

Conto tudo.

Pois bem: o acaso que sempre ordena estas coisas pôs o livro nas mãos de Catherine V. Howard, tradutora norte-americana que trabalha com a nossa língua.

Ora, a Catherine faz parte da American Translators Association, uma associação muito activa de tradutores que, todos os anos, organiza uma conferência gigantesca numa cidade dos E.U.A. Este ano calhou a vez a Nova Orleães — diga-se que é já a 59.º edição da conferência.

A associação é tão grande que se organiza em divisões — e uma dessas divisões é a Portuguese Language Division. Por sugestão da Catherine, a divisão convidou-me há uns meses para ser o seu orador convidado deste ano — o que só tenho a agradecer. Uma viagem a Nova Orleães! Para falar da língua portuguesa!

Outubro chegou e lá parti eu para os Estados Unidos. Houve umas quantas peripécias pelo caminho, mas ficam para outro dia.

Nova Orleães é uma cidade que nos envolve fisicamente — e não falo (só) da música e do cheiro à boa comida daquela perigosa e saborosa urbe: falo, acima de tudo, da estrondosa humidade que nos faz andar pelas ruas como se estivéssemos a tomar um duche. Parece um horror, mas não é: a cidade vale muito a pena. Um dos lemas é, em francês: «Laissez les bons temps rouler». A animação geral esconde uma história complicada, que nos deu muita música, muita literatura e muito cinema.

Foi numa das ruas do Bairro Francês que conheci ao vivo, por fim, a Catherine e conversámos num interessantíssimo almoço. Ficaria horas a ouvi-la — soube que é antropóloga de formação e já fez investigação bem no coração da Amazónia, onde estudou as culturas e línguas de várias tribos indígenas.

Foi nesse almoço que a Catherine me contou a história dos Waiwai, uma tribo amazónia. A tribo vivia num território onde também cirandavam quatro outras tribos. Os Waiwai eram, de longe, os mais poderosos — as outras tribos caracterizavam-se pelas suas relações mais ou menos próximas com eles.

No que toca às línguas, Catherine contou-me que uma das tribos tinha uma língua muito parecida com a dos Waiwai — e estes reconheciam a parecença, chamando à outra língua uma língua-prima. Havia uma terceira tribo de língua também muito semelhante, mas que os Waiwai garantiam não compreender assim tão bem. Porquê? Porque as relações entre as duas tribos eram bem mais afastadas.

Não parece, mas esta história lembrou-me aquela fronteira muito antiga de que falámos. Já lá chegamos. Antes, falemos do português brasileiro.



Uma questão de proximidade

A apresentação que me levou à cidade do jazz aconteceu no sábado — e não vou reproduzi-la. Fica para quem lá esteve nessas duas horas, que incluíram telenovelas, desenhos animados e muita conversa. Foi uma apresentação pensada para tradutores — e espero ter sido divertida e útil.

Um dos temas principais foi a relação entre o português de Portugal e o português do Brasil. As ideias sobre essa relação vão desde aqueles clientes de tradução que estão convencidos de que basta criar um texto único para ser usado em Portugal e no Brasil (estão bem enganados) até aos tradutores de língua inglesa que estão convencidos ser impossível traduzir a partir do português de Portugal se tiverem aprendido português do Brasil (parece-me também um engano). Fora do mundo da tradução, temos gente que tenta impor unidades artificiais à força e outros que já dão por adquirido que estamos perante duas línguas separadas.

Como quase tudo o que se relaciona com as línguas, é complicado.

Tudo depende, na verdade, das nossas expectativas: se alguém achar que o português de Portugal e o português do Brasil são duas línguas separadas, ficará surpreendido com a facilidade com que um brasileiro lê este texto… Já quem não conhece as diferenças terá uma grande surpresa se for ouvir com atenção a língua que sai da boca das pessoas na rua numa cidade do interior do Brasil e numa vila do interior de Portugal. Tudo depende da situação e da perspectiva com que olhamos para a língua.

A linguagem humana tem tendência para divergir sempre que há um grupo que contacta mais entre si do que com o conjunto de falantes da língua — e isto é válido em vários níveis de aproximação. Assim, criam-se formas de falar diferentes de classe social para classe social; de terra para terra; até de família para família. Com um oceano no meio e uma separação política de 200 anos, seria praticamente impossível que Portugal e o Brasil não sentissem a língua a afastar-se — e há que contar ainda com a história atribulada do português no Brasil e as influências que a língua por lá sofreu.

As diferenças notam-se não tanto na norma, mas antes nas variedades mais populares da língua. Na escrita formal e na conversa entre gente urbana e com formação avançada, a comunicação faz-se quase sem escolhos. Mas nos registos mais informais e nas variedades regionais ou populares, as diferenças notam-se já de forma muito marcada.

As pirâmides da língua

Quis explicar isto de maneira um pouco mais visual (somos seres que gostam de ver, não é?). Assim, inventei esta espécie de pirâmide a duas dimensões (também conhecida como «triângulo»), que mostra o mapa social da língua — e isto é assim mesmo se olharmos apenas para o português de Portugal:



Os nomes de cada secção não seguem uma nomenclatura rigorosa; servem apenas para mostrar a ideia geral. A língua é um pouco mais uniforme na norma (lá em cima) e mais variada (e complexa, para dizer a verdade) nas suas realizações mais informais. Lá em cima, temos o português formal escrito, que tenta aproximar-se de forma cuidadosa da norma da língua. Logo abaixo, temos os casos em que falamos em público: o grau de formalidade será ligeiramente menor que o da escrita, mas não muito. Depois, os textos jornalísticos, que — sendo textos formais — já vão beber uma vez por outra à língua nos seus registos informais. Os textos de marketing também se aproximam da norma, mas quem os escreve olha frequentemente para o vocabulário e a sintaxe mais familiar. Enfim, podíamos continuar por aí fora… (Deixei o texto literário lá em baixo, junto das realizações populares da língua, o que poderá chocar alguns, mas fica para provar que esta pirâmide tem muitas formas de ser construída.)

Ora, no que toca ao português de Portugal e ao português do Brasil, o que temos são duas pirâmides já separadas — a proximidade do material linguístico é ainda inegável, mas a dinâmica social da língua segue em separado dos dois lados do Atlântico. Aquilo que é formal ou informal varia; o léxico também já tem as suas divergências; a sintaxe também já não é exactamente a mesma; e por aí fora. Entendemo-nos ao usar a norma, mas temos dificuldade em reconhecer a variedade interna do outro lado.

Se quisermos representar a situação visualmente, proponho esta imagem:










Os dois triângulos cor-de-laranja que estão no cimo serão os textos mais formais — no fundo, o uso da língua que mais se aproxima da norma. As duas normas (a brasileira e a portuguesa) não se sobrepõem, mas estão muito próximas. Já os textos menos formais, conversas de rua, registos populares e toda a realidade da língua um pouco (ou muito) afastada da norma — esses já estão bem mais distantes. A literatura — que parte da norma, mas tende a usar a língua toda — é um campo onde o jogo de aproximação e afastamento se vê de forma bastante nítida, com tudo o que tem de estranheza e delícia.

Estas duas pirâmides estão a afastar-se. A norma tende a seguir, ao seu ritmo mais lento, o resto da língua — se assim não for, chegamos a uma situação de diglossia, ou seja, de uso de duas línguas na mesma sociedade, uma delas nas situações formais e outra nas situações mais informais (tal como acontece na Suíça ou em cada um dos países árabes). Digamos que, nessas sociedades, a pirâmide se rasgou: a norma e a língua tal como usada na rua são já dois idiomas diferentes.

O Brasil estará um pouco mais próximo dessa situação do que Portugal — mas a norma brasileira também se mexe e não acredito que a pirâmide se rasgue. Por outro lado, ficará certamente mais distante da pirâmide deste lado do oceano…

Devemos ficar tristes com a situação?

Não acho. A verdade é que estes processos são inevitáveis e dificilmente se resolvem com engenharias linguísticas artificiais e pouco eficazes. Não que fosse impossível — afinal, os bascos uniram, através da criação de uma norma artificial, dialectos muito afastados na realidade. O exemplo basco é um entre muitos outros. Mas, repare-se: isso fez-se porque havia uma motivação política muito forte. No caso do português, não vejo motivação política ou social para tentar criar uma norma que volte a aproximar as variantes através do ensino e dos meios de comunicação. As duas sociedades não se vêem como parte de qualquer tipo de comunidade para lá da curiosa proximidade linguística — até a História comum é lida de forma bastante distinta. As duas variantes já respiram sozinhas, como irmãs que foram à sua vida, mas ainda são parecidas.

Portanto: fujamos de utopias linguísticas que pretendam aproximar à força a fala e a escrita de Portugal e do Brasil. Quanto a mim, o mais que farão é criar atrito e ainda mais afastamento.

No entanto, cada um de nós — como falantes da língua — ganha muito em aproveitar a proximidade que existe. Fico muito triste com o horror que algumas pessoas sentem em ler ou ouvir o português do outro lado — não há mal nenhum em abrir os olhos e os ouvidos à tal irmã que fugiu para o outro lado do oceano. Vivemos em continentes diferentes, temos já hábitos diferentes: mas ainda nos entendemos bem.

Há portugueses que têm um verdadeiro horror ao português do Brasil. É qualquer coisa que me ultrapassa, confesso… Sei que o Brasil também tem a sua conta de ideias erradas sobre o português do lado de cá — mas, enfim, custa-me mais o disparate nacional.

Uma surpresa galega

A apresentação teve uma surpresa. Mostrei como o galego e o português estão muito próximos. Não pude apresentar o galego falado e, por isso, mostrei dois textos: um de Manuel Rivas e outro de Teresa Moure.

Ao olhar para os textos (um deles na ortografia oficial e outro na ortografia reintegracionista), deu para perceber que o galego partilha com o português várias características: os artigos definidos, a queda do «n» e do «l» em certas posições, os diminutivos — e muito, muito mais.

Neste caso, a expectativa da maioria dos falantes vai no sentido de encontrar diferenças. Assim, a proximidade que existe é surpreendente: a língua dos galegos não parece tão distante da nossa como pensávamos…

Quando a nossa fronteira norte foi estabelecida, há tantos e tantos séculos, o material linguístico de um lado e do outro era muito semelhante. Depois da criação de Portugal, a linguagem das ruas transformou-se, a sul, na língua oficial do reino, com gramáticas, norma, uso na Corte — isto, claro, ao fim de alguns séculos, que o processo não foi nada rápido.

A norte do Minho, as pessoas continuaram a falar o que sempre falaram — mas, depois do florescimento literário medieval de que todos ouvimos falar na escola na forma das Cantigas de Amigo, a língua ficou nas ruas, com pouco uso escrito e formal.

Só no século XIX, o galego renasce como língua literária — mas note-se que nunca morreu. Esteve apenas a ser usado no lugar onde as línguas nascem, se desenvolvem e morrem: nas bocas dos falantes. Uma larguíssima maioria de galegos sempre usou o galego como a sua língua do dia-a-dia. Se aterrássemos numa rua galega do século XIX, seria difícil ouvirmos conversas entre galegos em castelhano.

Quanto ao uso oficial do galego, só o encontramos no final do século XX — precisamente quando o uso real, na rua, começou a diminuir. Hoje, o galego é uma das línguas oficiais da Galiza — mas já é usado por uma minoria da população.

A proximidade entre o português e o galego é um segredo bem guardado em Portugal — e mais ainda no Brasil. Muitos dos que me ouviam em Nova Orleães eram brasileiros — para muitos, foi uma boa surpresa saber dessa proximidade.

Expliquei brevemente que existem duas normas: o galego reintegracionista — defendido por quem usa a proximidade linguística para reintegrar o galego no mundo da língua portuguesa — e o galego oficial, ensinado nas escolas, usado nos meios de comunicação social e em muitos livros e que encontramos nas placas da estrada quando vamos à Galiza. Este galego oficial usa «ñ» e «ll» (e muitos «x»), enquanto o reintegracionista usa «nh» e «lh» (e o «j»/«g» onde a versão oficial usa o «x»). Mesmo dentro de cada campo, há variações, mas não vale a pena falar delas agora.

Para tentar mostrar de forma um pouco mais visual a relação entre o português e o galego, uso novamente as pirâmides.



















O desenho é uma simplificação, claro. Mas o que quero dizer com ele é que há uma maior proximidade entre as formas populares e informais do que entre as normas. Se a proximidade das normas brasileira e portuguesa podem levar-nos a pensar que a língua das ruas está mais próxima do que realmente está, no caso do galego, acontece o contrário: se olharmos para as normas, ficamos convencidos de que estão mais distantes do que realmente estão.

Contei, lá em Nova Orleães, a história do verbo «chincar», que conheço por ser uma palavra informal de Peniche com o significado de «tocar». Pois o José Ramom Pichel, um bom amigo galego, apontou-me para dicionários galegos antigos onde essa palavra aparece com o mesmo significado. Isto acontece muitas vezes: palavras populares de várias terras portuguesas estão também nos dicionários galegos.

Tudo isto para sublinhar esta palavra: proximidade. Uma proximidade que existe entre o português de Portugal e o português do Brasil — mas também entre o português e o galego. Uma proximidade que convive bem — se quisermos — com as nossas antigas e desejadas separações políticas. Afinal, somos um país antiquíssimo — para quê ter medo do que nos aproxima de outros povos?

Um reencontro galego-brasileiro

Ali, em Nova Orleães, cada um a falar no seu sabor do português, entendemo-nos — portugueses e brasileiros — sem grandes problemas. Pois, no intervalo da sessão, Rafa Lombardino — a presidente da Portuguese Language Division — foi buscar a Marta, uma amiga galega que estava na conferência, para ma apresentar.

A Marta ficou baralhada por saber que tínhamos estado a falar do galego — e também ficou surpreendida quando percebeu que todos nós, portugueses e brasileiros, conseguíamos entendê-la em galego, língua que nunca pensara utilizar numa conversa nos E.U.A.

A Rafa explicou-me então que conhecia a Marta há vários anos, mas que sempre conversaram em inglês ou espanhol — e que só naquele momento perceberam que podiam usar o português e o galego para comunicarem.

Na verdade, o problema da comunicação do galego e do português não é o afastamento linguístico das línguas ao longo de oito séculos — afastamento que existe, mas não impede a comunicação. O problema é mesmo a falta de conhecimento da tal proximidade e o nosso pouco hábito de ouvir e ler os galegos. Nós, portugueses, percebemos bem os brasileiros — isto acontece porque o português do Brasil está próximo, mas também porque estamos habituados a ouvi-lo. Já com os galegos, usamos — por culpa nossa e deles — o famoso portunhol, que esconde uma proximidade antiga e surpreendente.

No fundo, quando ouvimos outra pessoa a falar uma língua ou variedade que nos está próxima, a dificuldade estará mais na falta de hábito e, por vezes, numa certa reserva mental ou numa imagem do mundo onde essa proximidade não encaixa. Sempre aprendemos na escola que os brasileiros falam português. Com mais ou menos atrito, usamos o português para comunicar com eles. Também na escola, aprendemos que a Galiza é uma região de Espanha e que, em Espanha, a língua é o espanhol (mesmo que a professora nos tenha dito mais alguma coisa sobre o interessante assunto, nem tudo fica…). Daí vem a nossa dificuldade em ouvir o galego e a nossa tendência para enfiá-lo no saco do espanhol.

Tal como no caso dos Waiwai, a sensação de distância e proximidade — mesmo no que toca à língua — tem mais que ver com a maneira como encaixamos os outros povos na nossa imagem mental do mundo do que com uma real distância e proximidade cultural e linguística.

Disse há pouco que a divergência entre o português do Brasil e o português de Portugal não é nada que me tire o sono (fico bem mais preocupado com as atitudes pouco saudáveis que algumas pessoas demonstram para com a outra variante da língua). E não me tira o sono porque reparo como a língua se afasta muito devagarinho: afinal, os galegos e portugueses têm entre si uma das fronteiras mais antigas do mundo e as palavras que nos saem das bocas ainda estão muito próximas.

Hoje, com o travão das normas, que mudam bem mais devagar do que a língua à solta nas ruas, estou convencido de que nós, brasileiros e portugueses, temos ainda muitos séculos em que nos compreenderemos uns aos outros sem grande dificuldade — principalmente na escrita. As línguas mudam, mas mudam devagar…

Fico bem mais preocupado com este outro desenvolvimento na nossa família linguística: o galego está a ser substituído pelo castelhano. Tantos séculos depois, é precisamente agora que é oficial e reconhecido que o galego está a desaparecer. Isso é bem mais preocupante do que as diferenças entre o português dos dois lados do oceano. Porque nos há-de preocupar o desaparecimento de uma língua de Espanha? Ora, pela mesma razão por que dois irmãos, mesmo afastados por uma fronteira, continuam a preocupar-se um com o outro. Os verbos que desaparecem da boca dos galegos são os nossos, os artigos definidos que desaparecem da boca dos galegos são os nossos, aquela língua tem ainda muito de nosso… E, caso o galego acabe mesmo por desaparecer, perdemos a oportunidade de comunicar na nossa língua com outro povo.

Mas sobre isso já não falei em Nova Orleães — que havia muito mais para conversar. Mas fica aqui, neste texto, a lembrar como uma língua pode florescer num continente para onde foi levada há muito tempo e começar a morrer num dos territórios que a viu nascer. E nós, portugueses, nada temos a perder ao viajar, nem que seja através da literatura, pelos territórios por onde andam a cirandar as nossas velhas palavras — que às vezes até chegam, vejam lá bem, a Nova Orleães. Marco Neves – Portugal in “Certas Palavras”

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