Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Turismo

            Nos últimos meses, os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre dormidas por regiões Nuts II, mostram uma quebra acentuada de dormidas na região do Alentejo.

            Este grande espaço turístico é principalmente visitado por turistas nacionais, pois não tem havido uma promoção externa das vantagens de viajar pelo Alentejo. Como Portugal está em recessão e os turistas nacionais têm-se retraído nas suas deslocações, é com alguma naturalidade que verificamos uma quebra de -12,1% de dormidas no IV trimestre de 2012, de -17,0% em Janeiro e -13,6% em Fevereiro de 2013.

            Em sentido contrário está a região de Lisboa, com um aumento de dormidas de +6,6% no IV trimestre de 2012, +4,9% em Fevereiro de 2013, após uma quebra mínima de -0,8% em Janeiro passado. Para estes resultados muito têm contribuído a chegada a Lisboa, de um número crescente de navios de cruzeiro.

            Este padrão de turistas que viajam em cruzeiros, das mais diversas nacionalidades, mas com predominância do Reino Unido, não procuram praias, mas sim outros tipos de turismo, como o histórico, o cultural, o gastronómico ou simplesmente de lazer.

            Todos estes géneros de turismo nós encontramos no Alentejo, isto é, encontra quem conhece bem a região. Desde Beja a Portalegre, passando por Évora há um turismo histórico, cultural por descobrir, mas também temos o turismo ambiental, o turismo gastronómico, o turismo desportivo, sem falar do turismo recreativo.

                Outro tipo de turismo que os nossos vizinhos espanhóis já desenvolvem, a norte nas Astúrias e a sul na Andaluzia, é o turismo ferroviário. Por cá destruíram-se linhas como Beja – Moura, uma loucura, Vila Viçosa – Évora ou Évora – Reguengos de Monsaraz, outras loucuras, emparedando estações ou cedendo-as a outras instituições, ou pasme-se, criando ciclovias no lugar das linhas ferroviárias. E ainda temos outros ramais desactivados, destruídos, onde os ferros dos carris desapareceram.

            Hoje em dia está na moda falar nos cruzeiros no Douro, mas explorar melhor as viagens no rio Guadiana entre o Pomarão e Vila Real de Santo António, numa paisagem única, selvagem, que por vezes faz lembrar África, praticamente ninguém fala. Nem preciso de fazer referência ao Alqueva.

            Um dos grandes privilégios da região alentejana é precisamente podermos encontrar espaços que nos fazem transportar para outras zonas do mundo, seja África como acabei de referir, a América ou mesmo outro tipo de paisagens europeias.

 
            Se há zona onde se deve investir no turismo, é o Alentejo, mas com método. É necessário mais camas, mas em zonas urbanas, principalmente perto do aeroporto de Beja, é necessário investir na ferrovia para o turismo, mas aproveitando as novas tecnologias ecológicas, é necessário criar núcleos gastronómicos, pólos de artesanato, há todas as condições para se criarem centenas, para não dizer milhares de postos de trabalho no Alentejo, ao serviço do turismo, que tantos apregoaram mas nada fizeram. Baía da Lusofonia
Pomarão Fonte: twoartists.home.sapo.pt


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