Nos
últimos meses, os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
sobre dormidas por regiões Nuts II, mostram uma quebra acentuada de dormidas na
região do Alentejo.
Este
grande espaço turístico é principalmente visitado por turistas nacionais, pois
não tem havido uma promoção externa das vantagens de viajar pelo Alentejo. Como
Portugal está em recessão e os turistas nacionais têm-se retraído nas suas
deslocações, é com alguma naturalidade que verificamos uma quebra de -12,1% de
dormidas no IV trimestre de 2012, de -17,0% em Janeiro e -13,6% em Fevereiro de
2013.
Em
sentido contrário está a região de Lisboa, com um aumento de dormidas de +6,6%
no IV trimestre de 2012, +4,9% em Fevereiro de 2013, após uma quebra mínima de -0,8%
em Janeiro passado. Para estes resultados muito têm contribuído a chegada a
Lisboa, de um número crescente de navios de cruzeiro.
Este
padrão de turistas que viajam em cruzeiros, das mais diversas nacionalidades,
mas com predominância do Reino Unido, não procuram praias, mas sim outros tipos
de turismo, como o histórico, o cultural, o gastronómico ou simplesmente de
lazer.
Todos
estes géneros de turismo nós encontramos no Alentejo, isto é, encontra quem
conhece bem a região. Desde Beja a Portalegre, passando por Évora há um turismo
histórico, cultural por descobrir, mas também temos o turismo ambiental, o
turismo gastronómico, o turismo desportivo, sem falar do turismo recreativo.
Outro
tipo de turismo que os nossos vizinhos espanhóis já desenvolvem, a norte nas
Astúrias e a sul na Andaluzia, é o turismo ferroviário. Por cá destruíram-se
linhas como Beja – Moura, uma loucura, Vila Viçosa – Évora ou Évora – Reguengos
de Monsaraz, outras loucuras, emparedando estações ou cedendo-as a outras
instituições, ou pasme-se, criando ciclovias no lugar das linhas ferroviárias.
E ainda temos outros ramais desactivados, destruídos, onde os ferros dos carris
desapareceram.
Hoje
em dia está na moda falar nos cruzeiros no Douro, mas explorar melhor as viagens
no rio Guadiana entre o Pomarão e Vila Real de Santo António, numa paisagem
única, selvagem, que por vezes faz lembrar África, praticamente ninguém fala. Nem preciso de fazer referência ao Alqueva.
Um
dos grandes privilégios da região alentejana é precisamente podermos encontrar
espaços que nos fazem transportar para outras zonas do mundo, seja África como
acabei de referir, a América ou mesmo outro tipo de paisagens europeias.
Se
há zona onde se deve investir no turismo, é o Alentejo, mas com método. É
necessário mais camas, mas em zonas urbanas, principalmente perto do aeroporto
de Beja, é necessário investir na ferrovia para o turismo, mas aproveitando as
novas tecnologias ecológicas, é necessário criar núcleos gastronómicos, pólos
de artesanato, há todas as condições para se criarem centenas, para não dizer
milhares de postos de trabalho no Alentejo, ao serviço do turismo, que tantos
apregoaram mas nada fizeram. Baía da
Lusofonia
Pomarão Fonte:
twoartists.home.sapo.pt
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