Nos últimos vinte anos, foram várias as
personalidades nacionais que exprimiram o desejo de que fosse levada a cabo uma
reparação histórica da expulsão dos judeus, em 1496.
Entre as vozes que se levantaram, destacamos
as do presidente Dr. Mário Soares que, em 1989, em Castelo de Vide, apresentou
em nome do Estado português, o seu pedido de desculpas pelos danos causados.
A Assembleia da República, na “Sessão
Evocativa dos 500 anos do Decreto de Expulsão dos Judeus de Portugal”, em
Dezembro de 1996, patrocinada pelo Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio,
votou, por unanimidade a revogação simbólica do decreto de expulsão.
Em Outubro de 2001, na Sinagoga Shearith
Israel de Nova York, D. Duarte de Bragança apresentou um pedido de desculpas,
em nome dos reis de Portugal, aos descendentes dos judeus perseguidos pela
Inquisição
Recentemente, a fim de passar das boas
intenções aos atos concretos, uma excelente comissão de judeus sefarditas
portugueses residentes fora de Portugal, protocolou com o IDP o modo de criar
uma iniciativa legislativa que atribuísse a nacionalidade portuguesa aos atuais
judeus sefarditas de origem portuguesa.
Essa comissão é composta por Luciano Lopes,
rabino e empresário; Rosangela de Paiva Lopes, empresária e educadora infantil;
Carlos Zarur, antropólogo; Ariel Shemtob, médico; Luciano Oliveira, médico;
David Neria Ramirez, administrador de empresas; Sérgio Mota, jornalista e
genealogista; Simon Albuquerque Senior, genealogista; Renato Leão, empresário e
Artur de Oliveira, freelancer.
Através de um seu diretor, Dr. Francisco da
Cunha Rego, diligentemente auxiliado pelo Dr. Bruno Cabecinha e pelo Rabino
Luciano Lopes, desenvolveu o IDP um conjunto de contactos com o Dr. Carlos Zorrinho,
Dr.ª Maria de Belém e Dr. Pedro Silva Pereira, e que irão culminar na
apresentação amanhã, dia 11, da seguinte proposta de alteração do art.º 6 da
Lei n.º 37/81, de 3 de Outubro (Lei da Nacionalidade).
O Governo pode conceder a nacionalidade por
naturalização, com dispensa dos requisitos previstos nas alíneas b) e c) do n.º
1, aos descendentes de judeus sefarditas portugueses, através da demonstração
da tradição de pertença a uma comunidade sefardita de origem portuguesa, com
base em requisitos objectivos comprovados de ligação a Portugal, designadamente
apelidos, idioma familiar, descendência directa ou colateral.»
Aguarda o IDP que esta proposta, apresentada
pelo líder do Grupo Parlamentar do PS, Dr. Carlos Zorrinho, e que sabemos ter
recebido um apoio implícito de parlamentares de outros partidos – uma vez que
se trata de uma causa nacional - seja sufragada no dia 12, se não de modo
unânime, certamente por uma maioria esmagadora e muito expressiva que não deixe
dúvidas que Portugal realizou uma reparação histórica, ao reconhecer o regresso
destes seus filhos, após 517 anos de exílio, ao seio do seu povo e da sua nação
portuguesa.
A Direção do IDP
Instituto
da Democracia Portuguesa - Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário