Cidade da Praia – O operador
turístico em São Nicolau António do Rosário exortou hoje as autoridades a
criarem condições para que possam levar pessoas em visitas ao Ilhéu Raso, já
que grupos organizados têm-se deslocado ali sem autorização.
Segundo este operador, mesmo
sendo proibido, tanto pescadores como outros grupos de nacionais e/ou
estrangeiros deslocam-se ao ilhéu para visitas e até acamparem por vários dias,
sem que haja nenhuma consequência, mas que as agências de turismo têm sido “prejudicadas”,
por cumprirem a lei.
“Nós queremos ir de forma
legal, mas as autoridades têm dito redondamente que não, porque é uma área
proibida, o que entendemos. Mas achamos que, em vez de proibir, deviam criar
condições para que as agências de viagens, com guias preparados, possam
organizar essas visitas porque tínhamos tudo a ganhar”, afirmou o responsável
pela Agência de Viagens e Turismo Kretcheu.
António do Rosário contou que
já teve a oportunidade de enviar um pedido à Direcção Nacional do Ambiente
(DNA) sobre o assunto e que a resposta foi negativa, frisando que de “vez em
quando aparece alguém para vigiar o local”.
A visita ao Ilhéu Raso é
proibida, já que o mesmo faz parte da Rede Nacional de Áreas Protegidas, na
categoria de Reserva Natural Integral, conforme o disposto no nº 1 do artigo
34º do decreto-lei nº 3/2003, de 24 de Fevereiro.
A legislação estabelece o
regime jurídico dos espaços naturais, paisagens, monumentos e lugares que, pela
sua relevância para a biodiversidade, pelos seus recursos naturais, função
ecológica, interesse sócio-económico, cultural, turístico ou estratégico
merecem uma protecção especial.
O mesmo decreto-lei esclarece
que as áreas protegidas são hoje reconhecidas a nível mundial como instrumento
que dão contributo vital para a conservação dos recursos naturais e culturais
do planeta e que as suas funções vão desde a protecção do “habitat naturais” e
ser recursos biológicos até a manutenção do equilíbrio ecológico das regiões
onde estão inseridas.
Por outro lado, considera que
sendo o turismo um sector destinado a desempenhar um papel “muito importante”
no desenvolvimento sócio-económico de Cabo Verde, deverá a política de áreas
protegidas estar também estreitamente ligada à política do turismo como
elemento estratégico complementar e diferenciador do produto turístico Cabo
Verde.
A Inforpress procurou por
várias vezes uma reacção junto da Direcção Nacional do Ambiente, mas as
tentativas revelaram-se infrutíferas. In
“Inforpress” – Cabo Verde
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