É um dos espaços verdes mais
importantes da cidade e reabriu ao público este sábado, 7. Ao longo da próxima
semana, as entradas serão gratuitas, pretexto para redescobrir 140 anos de
história contadas num jardim
Depois de vários dias de
chuva, a primeira manhã do renovado Jardim Botânico de Lisboa mostrou-o em todo
o seu esplendor de verdes – e com direito a alguns raios de sol. Neste sábado
de reabertura, houve várias visitas guiadas, mas na próxima semana
haverá mais oportunidades de redescobrir a história que se guarda em quatro
hectares de palmeiras, cicadáceas e muitas espécies raras. Para já, estão
marcadas visitas para esta segunda, 9, às 15h, e terça, 10h às 11h.
A requalificação do jardim foi
o resultado de ano e meio de obras (que se prolongaram para lá dos seis meses
inicialmente previstos) feitas pela Câmara Municipal de Lisboa ao abrigo do
orçamento participativo de 2013 e com uma equipa liderada por João Castro,
arquiteto da CML.
“A principal intenção foi
recuperar as infraestruturas, reparar caminhos e melhorar o sistema de rega,”
avança José Pedro Sousa Dias, diretor Diretor do Museu Nacional de História
Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa. Nem todas se veem, mas os
visitantes vão senti-las. Logo à entrada, que ganhou novas plantas e cores, há
novos pavimentos e gradeamentos, bancos reconstruídos e pintados, bebedouros
aqui e ali. A sustentabilidade era uma das prioridades, por isso a reparação do
sistema de rega, agora independente do sistema de águas urbanas, terá um grande
impacto no ambiente e nos custos de manutenção. Fez-se ainda a instalação de
novas redes no subsolo, elétricas e não só, que permitirão iluminar o jardim e
ter wi-fi em toda a sua área. “A grande novidade é anfiteatro no arboreto”,
como explica José Pedro Sousa Dias, um espaço que terá uma programação própria
virada para a cultura e a cidade. "Há ainda o lago de baixo, que continua
em reparação, por isso ainda está vazio."
A demora da recuperação e
consequente derrape do orçamento original de 500 mil euros explica-se pelo
facto da extensão das estruturações necessárias só ter sido descoberta depois
de definidos os prazos. “Há um corrimão perto dos jardins das monocotiledôneas
coberto de trepadeiras que precisou de muito mais intervenção depois de estas terem
sido retiradas”, exemplifica José Pedro Sousa Dias. À entrada, um dos novos
caminhos mostra o espaço que pertencerá a uma nova esplanada, cujo concurso de
concessão está neste momento a decorrer. O escolhidos ficarão também
responsáveis pela cafetaria do museu.
As mudanças foram feitas a
pensar no conforto dos visitantes e no futuro do Jardim Botânico, que faz parte
do Museu de História Natural e da Ciência e cujo rico programa de iniciativas e
exposições, que inclui visitas ao laboratório do séc XIX, se mantém. Afinal,
tal como sublinha Raquel Barata, botânica e responsável pelo serviço educativo
do museu, o Jardim Botânico, fundado em 1878 no antigo Colégio dos Nobres e
classificado como Monumento Nacional em 2010, sempre teve uma base científica e
de ensino. Rosário Castro – Portugal in “Visão”
Jardim
Botânico de Lisboa - Rua da Escola Politécnica, 54, Lisboa
Telf.21 796 76 24 - ter-dom
9h-20h
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