Atualmente
o coral-sol, o javali e o mexilhão-dourado são as três espécies invasoras
consideradas prioritárias para a elaboração e implementação de Planos Nacionais
de Prevenção, Controle e Monitoramento do Ministério de Meio Ambiente (MMA)
Espécies invasoras encontram
vantagens competitivas porque não têm inimigos naturais e por isso ameaçam a
sobrevivência das espécies nativas.
Agora, o Ministério do Meio
Ambiente quer mitigar seu impacto sobre a biodiversidade brasileira. Espécies
exóticas invasoras podem causar prejuízos não só ao ambiente natural, mas
também à economia e à saúde, podendo provocar impactos sociais e culturais.
Um diagnóstico sobre a invasão
do coral-sol feito em conjunto pelo Ministério do Meio Ambiente, Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) mostra que as
duas espécies encontradas no país - Tubastraea coccinea e Tubastraea tagusensis
- já se espalharam pelo Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo, Santa Catarina, Ceará
e Sergipe.
Entre os locais com maior
presença estão as baías da Ilha Grande, Sepetiba, Arraial do Cabo, Cabo Frio e
Armação dos Búzios e no Arquipélago das Cagarras, no litoral fluminense. Mas as
espécies invasoras também chegaram à Baía de Todos os Santos, na Bahia, às
paulistas Ilhabela e no Arquipélago de Alcatrazes, ambos na região de São
Sebastião, à Ilha do Arvoredo, em Santa Catarina, Vitória, Espírito Santo, e
Acaraú, Sergipe.
As duas espécies de coral-sol
que chegaram ao Brasil são hermafroditas e incubadores e se reproduzem através
de larvas de forma assexuada ou sexuada. Essas são estratégias reprodutivas e
de sobrevivência típicas de espécies oportunistas, que fazem com que a
proliferação seja muito rápida, aponta um diagnóstico feito em conjunto pelos
três órgãos.
O documento afirma que o
coral-sol já demonstrou sua "superioridade frente a importantes espécies
de corais brasileiros", entre eles os construtores de recifes, como os das
espécies Mussismilia hispida e Siderastrea stellata. Os estudos também
mostraram menor presença de espécies nativas em áreas invadidas pelo
bioinvasor. Ele também compete por espaço com espécies consideradas de
interesse econômico como o mexilhão Perna perna.
A incrustação de coral-sol é
observada em plataformas de petróleo "e outras estruturas e embarcações
associadas à exploração de petróleo e gás em portos, setores de construção
naval e mineração. Para impedir a proliferação existem restrições para toda a
cadeia de infraestrutura, o que inclui instalações portuárias, estaleiros e
terminais.
Entre as Metas Nacionais de
Biodiversidade para 2020 previstas na resolução Conabio nº 6/2013 está a
implementação de medidas para "evitar a introdução e reduzir
significativamente o impacto de espécies exóticas invasoras em ecossistemas
terrestres e aquáticos, e controlar ou erradicar as espécies
prioritárias", como é o caso do coral-sol. Cláudia Schüffner – Brasil in
“Valor Econômico”
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