Energia
das ondas é aproveitada por mecanismo inspirado no coração
Começou a ser testado, no
litoral da Escócia, um novo sistema de geração de eletricidade renovável que
aproveita a energia das ondas do mar.
O gerador, batizado de C3,
aproveita todo o espectro de ondas, produzindo cinco vezes mais energia por
tonelada que outros sistemas.
Conhecido na indústria de energia
das ondas como um sistema do tipo "absorvedor pontual", o C3 consiste
em uma boia, que absorve a energia das ondas, acoplada a um mecanismo que
converte o movimento da boia em eletricidade.
Curiosamente, o mecanismo usa
um princípio baseado nas pesquisas do cardiologista sueco Stig Lundback,
algumas das quais lhe renderam patentes para a exploração de funções de
bombeamento e controle similares às do coração humano.
Direção
invertida
Para converter o movimento
linear da boia - sobe e desce - em um movimento de rotação para o gerador de
energia, o sistema usa uma caixa de engrenagem de cremalheira e pinhão que
lembra o sistema de direção de um automóvel, só que ao contrário.
No carro, quando você gira o
volante, no final da coluna de direção um pinhão - uma roda dentada -
engrena-se a uma cremalheira alinhada com o eixo, movendo uma barra em um
movimento horizontal de um lado para o outro, que empurra as rodas numa ou
noutra direção. No sistema de conversão de ondas, é a cremalheira que é
empurrada para cima e para baixo conforme a boia balança sobre as ondas. Esta
ação então movimenta oito rodas de engrenagens pequenas ao longo da
cremalheira.
Segundo o engenheiro Patrik
Möller, um dos idealizadores do sistema, o segredo do projeto está na forma como
os pinhões trabalham em conjunto com a engrenagem em unidades que flexionam
autonomamente - é esse mecanismo que copia o funcionamento do coração.
"Oito pinhões compartilham a força da cremalheira, que é distribuída
uniformemente com a ajuda de um sistema patenteado que garante níveis extremos
de robustez exigidos no severo ambiente operacional," disse ele.
Uma das vantagens é que o
sistema consegue lidar tanto com forças elevadas quanto com alta velocidade, o
que permite aproveitar todos os humores do mar.
Idealizado no Instituto Real
de Tecnologia da Suécia, o projeto está passando para a fase piloto com a
participação de sócios da indústria de Portugal, Escócia, Irlanda, Noruega,
Suécia e Alemanha. O litoral da Escócia tem sido escolhido para a maioria dos
testes com equipamentos de geração de eletricidade oceânica devido às grandes
variações de maré e ondas que a região apresenta. In
“Inovação Tecnológica” -
Brasil
Sem comentários:
Enviar um comentário