Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 11 de março de 2018

Artes do futuro




















Vamos aprender português, cantando


Vem

Vem no vento que envolve a montanha
e lhe esculpe grutas e segredos
que a cinge e a estreita nas fragas
vem nas silvas que rasgam os dedos

Como a rocha que na costa aguarda
a tal onda que explode ao morrer
chicoteando do mar os penhascos
por mais ásperos que pareçam ser

Vem cantando na verde campina
terra mãe de onde nasce o pão
ondulante seara menina
como as crinas dos cavalos que vão

Como criança pela mão do avô
vem para a escola no dia primeiro
passo a passo alcançar o futuro
destrinçar o sabor verdadeiro

Vem nos braços da rua a cidade
se for praça de causas perfeitas
e o coração te falar mais verdade
que as palavras dos outros, tão estreitas

Vem-me aos braços que eu não me envergonho
planta o mundo todo qu’inda houver
traz a alma que eu trago o meu sonho
e o espanto pode acontecer

E o espanto pode acontecer

Pedro Barroso - Portugal

Artes do futuro

Eu fui tu foste ele foi
talvez para sempre
como é da nossa humana condição
levados todos no acre improviso da loucura
mas tu diva esquecida
música que eu faço e me transcendes
sentada na berma do sonho apetecido
voltas a despertar do vendaval da espera
e regressas ainda hesitante nos meus dedos
e o amanhã pode já ter acontecido
hoje mesmo aqui, ao fim da tarde
e assim iremos enganando
as artes do futuro

E o amanhã pode já ter acontecido
Hoje mesmo aqui, ao fim da tarde
e assim iremos enganando
as artes do futuro

E o amanhã pode já ter acontecido
Hoje mesmo aqui, ao fim da tarde
e assim iremos enganando
as artes do futuro

E o amanhã pode já ter acontecido
Hoje mesmo aqui, ao fim da tarde
e assim iremos enganando
as artes do futuro

Pedro Barroso - Portugal


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