Navios arrestados nos portos,
outros impedidos de atracar, cargas nos contentores sem poderem ser
movimentadas. O anúncio da falência da Hanjin Shipping deixou os carregadores e
as demais companhias à beira de um ataque de nervos.
A ideia era proteger a
companhia dos credores para permitir encontrar uma solução para a companhia,
mas o anúncio da bancarrota iminente fez disparar os alarmes e voltou-se contra
a Hanjin Shipping e os seus parceiros de negócios.
Um pouco de todo o mundo
chegam notícias de portos e terminais que recusam e receber e operar os navios
da companhia sul-coreana, por não terem já garantias de cobrar a factura
correspondente aos serviços prestados.
O Hanjin Rome, atracado em
Singapura, foi já o primeiro navio da companhia a ser arrestado, presume-se que
para garantir créditos, e é de recear que outros casos se sucedam noutros
portos.
A situação, já de si grave,
complica-se pelo facto de a Hanjin integrar a aliança CKYHE. Fruto da partilha
de capacidade entre os membros da aliança, há seguramente contentores da Cosco,
K Line, Yang Ming e Evergreen a bordo dos navios da Hanjin Shipping que
enfrentam a borrasca.
A estes haverá que juntar
ainda os casos das parcerias da Hanjin com outros operadores. A CMA CGM, por
exemplo, informou hoje mesmo o mercado da cessação imediata dos acordos que
mantinha em cinco serviços. Os contentores da Hanjin a bordo dos navios da CMA
CGM serão descarregados no destino previsto, já os contentores da CMA CGM em navios
da Hanjin serão de imediato (?) descarregados e transferidos.
As autoridades judiciais
sul-coreanas estão entretanto a fazer as diligências necessárias para tentar
garantir a liberdade de movimentos aos navios da Hanjin Shipping. E a Hyundai
Merchant Marine (HMM) estará a reforçar a oferta de capacidade em algumas
linhas, tentando assim compensar a falha dos navios da Hanjin. Mesmo se a HMM é
de outra aliança.
Apanhados no meio desta
tempestade perfeita, os carregadores desesperam pelas suas cargas e, também há
relatos disso, estão cada vez mais dispostos a pagar o que for preciso para
libertar os seus contentores. In “Transporte & Negócios” - Portugal
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