Investigadores do Centro de
Ciências do Mar (CCMAR), situado no campus da
Universidade do Algarve, alertaram recentemente para o manuseamento indevido
dos cavalos-marinhos na Ria Formosa, na sequência de um longo acompanhamento da
espécie durante o qual registaram um grande decréscimo da sua população,
referiu a Organização Não Governamental (ONG) Pong-Pesca.
Embora não tenham identificado
uma razão concreta para o fenómeno, os cientistas desconfiam de factores como a
pesca, as actividades lúdicas e a poluição. Preocupados com a facilidade com
que turistas e colaboradores de empresas marítimo-turísticas têm manuseado
exemplares da espécie no local, os investigadores admitem que será difícil
manter as suas populações saudáveis, refere a Pong-Pesca, citando um dos
cientistas.
A situação agrava-se perante a
forte susceptibilidade dos cavalos-marinhos a factores como a mudança de
habitat ou a sobre-exploração, “potenciadas pelas particularidades da biologia
e da ecologia das espécies deste grupo, designadamente, a baixa mobilidade, a
reduzida capacidade de dispersão, a baixa fecundidade, os cuidados parentais
especializados e de duração relativamente longa e a fidelidade ao parceiro”,
refere a ONG, citando os cientistas.
Entre as acções que os
investigadores promoveram na defesa da espécie, como a sensibilização ambiental
entre as populações locais e instrumentos para estudo dos cavalos-marinhos,
inclui-se o fecho do ciclo completo de reprodução da espécie em aquacultura,
permitindo “o cultivo de cavalos-marinhos para fins de aquariofilia ou para
possível repovoamento no meio selvagem”, referem os cientistas. In “Jornal
da Economia do Mar” - Portugal
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