A
data para o Festival da Lusofonia está marcada no calendário de eventos dos
Serviços de Turismo, mas, o IACM e o IC ainda não se reuniram com as
associações participantes para tratar dos preparativos. Algumas comunidades que
já estão habituadas a estas demoras, já vão adiantando os preparativos, embora
admitindo que este ano está tudo muito atrasado em termos oficiais o que afecta
alguns aspectos dos seus trabalhos
Na página oficial da Direcção
dos Serviços de Turismo (DST) consta que o Festival da Lusofonia este ano irá
decorrer nos dias 21, 22 e 23 de Outubro. Ao contrário dos outros anos,
contudo, ainda não houve uma reunião entre a organização e as associações dos
países de língua portuguesa participantes no evento. Desde o ano passado, que a
organização passou a incluir o Instituto Cultural (IC), além da Direcção dos
Serviços de Turismo (DST) e do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais
(IACM). Surpreendido pela falta de informações, o Jornal Tribuna de Macau falou
com as associações para saber como estão a correr os preparativos da 19ª edição
do festival.
“Não tivemos qualquer reunião
de trabalho com a organização. Sabemos que há, foi marcada a data, mas está um
bocado atrasado por parte da organização do IC”, disse Helena Brandão,
presidente da Associação dos Amigos de Moçambique, acrescentando que ainda não
pode adiantar muitos pormenores. “Como todos os anos, vamos ter artesanato e
algumas iguarias tradicionais. Vamos tentar representar Moçambique da melhor
maneira possível e com algum custo, porque está tudo muito atrasado, mas não da
nossa parte”, referiu.
Salientando que não espera
novidades de maior em relação às associações, Helena Brandão destaca que apesar
de ter em vista dois temas para a barraca tudo vai depender do momento em que a
verba for entregue à associação. “Se chegar tarde utilizaremos o material que
já temos, mas se chegar em Setembro pode ser que consigamos fazer uma coisa
diferente”, frisou.
Ao contrário do Festival da
Lusofonia, já foi realizada uma reunião de preparação para a Semana Cultural do
Fórum Macau. Para este evento, a associação moçambicana vai apenas trazer um
artesão porque os chefes de cozinha são rotativos, cinco profissionais a cada
ano.
“Ele já esteve cá há três anos
e como correu tudo muito bem e ele trabalha muito bem a madeira resolvemos
trazer o mesmo. Aliás, a Associação de Artesãos de Moçambique é que indicou o
nome e por acaso tinha sido um que Macau já conhecia”, afirmou.
Brasil
já encomendou a “cachaça”
No mesmo sentido, Jane
Martins, presidente da Casa do Brasil, disse que ainda não houve reunião com a
organização. “Só sabemos das datas, por isso já começamos a preparar”,
declarou, notando que é o 19º ano em que participa no fim-de-semana, por isso
já sabe o que é necessário.
“Começamos a preparar tudo com
antecedência para não haver correrias”, declarou a presidente brasileira,
revelando que vão ser disponibilizados petiscos, como o cachorro quente
brasileiro e já começaram a fazer os “salgadinhos” para congelar, porque são
precisos em grandes quantidades.
“Também já encomendamos a
cachaça e desenhamos a barraca. No ano passado, tínhamos frutas em homenagem à
Cármen Miranda, mas este ano o tema vai andar em redor das árvores típicas do
Brasil. Está tudo a ser pintado à mão, vai ser muito colorida”, garantiu.
Por outro lado, avançou que
para a Semana Cultural o chefe convidado é o Chefe Lúcio do Sul do Brasil e o
artesão é do Rio de Janeiro. “Não posso dar pormenores, a não ser que as
mulheres vão adorar o artesanato”, acrescentou Jane Martins.
Barraca
de Portugal será arrojada
No lado da Casa de Portugal,
Diana Soeiro, porta-voz da Casa de Portugal (CPM) assegurou também que já estão
a ser feitos preparativos, mas é necessário segredo.
“As pessoas ficam sempre na
expectativa sobre o que é que vamos construir e as tendinhas, mas é surpresa.
Só posso dizer que é arrojada, não é algo tão óbvio. Já tínhamos tido essa
ideia há algum tempo e vamos tentar concretizar agora. Não nos queremos focar
no óbvio, como o Galo de Barcelos ou o pastel de nata, nem Lisboa por isso
vamos focar-nos noutras zonas de Portugal”, adiantou.
Como em “equipa vencedora não
se mexe”, a CPM vai voltar a ter espectáculos de música com os artistas que
normalmente colaboram com a Casa no Largo do Carmo. O artesão também já foi
seleccionado e vem de Portugal de propósito.
No que diz respeito à
Associação de Amizade Macau-Cabo Verde, o presidente Daniel Pinto conta que
ainda nada está a ser feito. “Não temos nada em concreto. Ainda vamos reunir
para delinear a estratégia para levar o festival a bom porto. Mas é quase uma
questão rotineira, porque estamos habituados”, afirmou.
O Festival da Lusofonia de
2015 foi orçado em 2,4 milhões de patacas, menos 400 mil do que em 2014.
Contactado pelo Jornal Tribuna
de Macau, o Secretariado Permanente do Fórum Macau garantiu que os preparativos
para a Semana Cultural já estão a decorrer e a instituição está repleta de
trabalho. Isto porque também tem a seu cargo a organização da 5ª Conferência
Ministerial a realizar-se no território a 11 e 12 de Outubro, tornando este mês
efectivamente o mês das relações entre a China e a Lusofonia.
Até lá, o IC também garantiu
que as obras de remodelação da Casas-Museu estarão concluídas. Com a renovação
o ambiente envolvente das casas será melhorado, graças à pintura das fachadas e
reparação de janelas, mas também devido à optimização da iluminação. O
orçamento das obras foi de cerca de 6,4 milhões. Liane Ferreira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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