Nesta
altura em que a pesca extrativa está em declínio, é preciso apostar na
Aquacultura, que consiste na produção em cativeiro de organismos com habitat
predominantemente aquático. Quem assim defende é o Director de Produção da
empresa Aquapesca que, no Fórum Empresarial dos Sectores Agrário e Pesqueiro
realizado em Gondola, na província de Manica, fez uma apresentação sobre a
cadeia de valor em Aquacultura.
De acordo com os dados
apresentados pelo Director de Produção da Aquapesca, com o declínio da pesca
extrativa, a Aquacultura contribui actualmente com 42% do pescado consumido no
mundo, sendo responsável pelo fornecimento de 9 de cada 10 ostras, 2 de cada 3
salmões, 3 de cada 4 tilápias, e 1 de cada 2 camarões.
Sendo Moçambique um país com
potencial para a prática desta actividade económica, em 1994 o Sr. Abedi Ali
Goulamaly fundou a empresa Aquapesca Lda, com sede em Licunguma, Distrito de
Inhassunge, na Província da Zambézia. A sua actividade principal é o cultivo de
camarão marinho.
O representante da Aquapesca
disse que o sector privado deve ver a Aquacultura como uma área de investimento
com grande potencial.
Com um investimento de 50
milhões de euros, a empresa possui uma maternidade de larvas, localizada em
Nacala, na Província de Nampula, com capacidade de 100 milhões de larvas ao
ano. No local estão em curso trabalhos de domesticação e resistência.
Em Inhassunge, possui uma
farma de engorda com uma área de 350 hectares de viveiros e com capacidade de
600 toneladas/ciclo (2 ciclos/ano). Actualmente, a Aquapesca emprega 300
trabalhadores efectivos, 90% dos quais em Inhassunge.
A empresa possui também uma
fábrica de processamento, com capacidade de 10 toneladas por dia. O
congelamento é feito por salmoura, uma solução de sal em água. Possui
certificação para o mercado da União Europeia.
Segundo o Director de Produção
da Aquapesca, a empresa tem uma política de qualidade que baseia-se na
observância dos procedimentos reguladores do sector (Regulamento Geral da
Aquacultura); observância do regulamento hígio-sanitário para os produtos alimentares
de origem aquática; e a Lei do Ambiente.
Em termos de capital humano,
aposta na formação, incentiva a escolarização, treinamento no local sobre as
boas práticas de fabrico e de higiene. Igualmente, tem colaboração com
instituições de ensino médio e superior, sendo que a maior parte dos técnicos
da empresa são graduados da ESCMC-UEM.
Apontando as adversidades,
referiu que em 2011 a criação foi afectada pelo vírus da mancha branca, que
provocou prejuízos avaliados em cerca de 4 milhões de dólares norte-americanos.
Como solução, a Aquapesca
procedeu ao cultivo em água desinfectada (Asia), fez a seleção genética por
resistência (América do Sul). In “Confederação das Associações Económicas
de Moçambique” - Moçambique
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