Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Portugal – Caravela portuguesa registada na praia do Guincho

Foi registada na manhã do passado dia 01 de fevereiro de 2016 uma caravela portuguesa (Physalia physalis) no areal da Praia do Guincho. A mesma espécie já tinha sido avistada pela mesma pessoa a 11 de janeiro passado. Esta é a primeira ocorrência para o mês de janeiro e uma das poucas ocorrências registadas para fevereiro na Península Ibérica. Esta espécie é frequentemente confundida com medusas (ou alforrecas) devido ao seu aspeto gelatinoso mas é, na verdade um sifonóforo. É constituído por um conjunto de vários indivíduos simbióticos (zooides), cada um com a sua função específica, que funcionam todos juntos como um único organismo.

A caravela portuguesa apresenta longos tentáculos providos de umas estruturas venenosas, os cnidócitos, que libertam um veneno forte, quando em contacto com outros organismos. As toxinas libertadas por estes organismos causam reações cutâneas e dor intensa, mesmo quando os organismos já se encontram mortos. Assim sendo, é aconselhado que os utilizadores das praias mantenham a distância, não toquem nos organismos.

As caravelas portuguesas são organismos cosmopolitas que habitam águas quentes e temperadas de todos os Oceanos, no entanto encontram-se maioritariamente em águas oceânicas. Em Portugal ocorrem com mais frequência nos Açores e Madeira e foram avistadas na costa continental com alguma raridade, embora existam registos recentes.

A ocorrência de caravelas portuguesas é no entanto difícil de prever. A sua distribuição é fortemente influenciada por fenómenos atmosféricos e oceânicos, especialmente pelo vento, que transporta estes organismos através do seu pneumatóforo, uma vesicula cheia de gás que se assemelha a um balão flutuante.

Assim sendo, novas ocorrências destes organismos ou ocorrências mais frequentes poderão estar associados a processos de alterações climáticas, tais como o aumento da temperatura ou alterações dos padrões dos ventos. O IPMA solicita a que todos os que avistem estes organismos nas praias que façam uma foto e indiquem o local onde o encontraram e enviem uma mensagem para plancton@ipma.pt. Também gostaríamos de contar com voluntários que se ofereçam para uma colaboração mais consistente. Instituto Português do Mar e da Atmosfera - Portugal

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