Foi registada na manhã do
passado dia 01 de fevereiro de 2016 uma caravela portuguesa (Physalia physalis)
no areal da Praia do Guincho. A mesma espécie já tinha sido avistada pela mesma
pessoa a 11 de janeiro passado. Esta é a primeira ocorrência para o mês de
janeiro e uma das poucas ocorrências registadas para fevereiro na Península
Ibérica. Esta espécie é frequentemente confundida com medusas (ou alforrecas)
devido ao seu aspeto gelatinoso mas é, na verdade um sifonóforo. É constituído
por um conjunto de vários indivíduos simbióticos (zooides), cada um com a sua
função específica, que funcionam todos juntos como um único organismo.
A caravela portuguesa
apresenta longos tentáculos providos de umas estruturas venenosas, os
cnidócitos, que libertam um veneno forte, quando em contacto com outros
organismos. As toxinas libertadas por estes organismos causam reações cutâneas
e dor intensa, mesmo quando os organismos já se encontram mortos. Assim sendo,
é aconselhado que os utilizadores das praias mantenham a distância, não toquem
nos organismos.
As caravelas portuguesas são
organismos cosmopolitas que habitam águas quentes e temperadas de todos os
Oceanos, no entanto encontram-se maioritariamente em águas oceânicas. Em
Portugal ocorrem com mais frequência nos Açores e Madeira e foram avistadas na
costa continental com alguma raridade, embora existam registos recentes.
A ocorrência de caravelas
portuguesas é no entanto difícil de prever. A sua distribuição é fortemente
influenciada por fenómenos atmosféricos e oceânicos, especialmente pelo vento,
que transporta estes organismos através do seu pneumatóforo, uma vesicula cheia
de gás que se assemelha a um balão flutuante.
Assim sendo, novas ocorrências
destes organismos ou ocorrências mais frequentes poderão estar associados a
processos de alterações climáticas, tais como o aumento da temperatura ou
alterações dos padrões dos ventos. O IPMA solicita a que todos os que avistem
estes organismos nas praias que façam uma foto e indiquem o local onde o
encontraram e enviem uma mensagem para plancton@ipma.pt. Também gostaríamos de
contar com voluntários que se ofereçam para uma colaboração mais consistente. Instituto Português do Mar e da Atmosfera -
Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário