Uma turma de 18 alunos
doutorandos da Universidade de Berkeley, na Califórnia, esteve durante toda a
semana passada no Alentejo a estudar a sustentabilidade ambiental de Alqueva.
O professor Mathias Kondolf,
da Universidade de Berkeley, na Califórnia, esteve durante toda a semana
passada no Alentejo, Janeiro de 2015, com 18 dos seus alunos, para estudar em
pormenor o exemplo de sustentabilidade ambiental do projeto de regadio de
Alqueva.
Kondolf, um dos mais
conceituados professores norte-americanos de arquitetura paisagista e
planeamento ambiental, escolheu Alqueva como caso de estudo a nível europeu
para os seus alunos (alguns de mestrado outros na fase de doutoramento nas
áreas da sustentabilidade ambiental e paisagista).
Durante oito dias os alunos
do professor Kondolf - oriundos de vários pontos do planeta - visitaram vários
locais onde foram já feitas intervenções no domínio ambiental por parte da EDIA
- Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva. Por outro lado,
tiveram também algumas sessões teóricas nas instalações da EDIA, em Beja, onde
questionaram José Pedro Salema, presidente da empresa gestora de Alqueva, sobre
vários aspetos relacionados com o empreendimento de fins múltiplos de Alqueva.
"Há
elevadores para peixes?"
"Colocaram-me questões
tão surpreendentes como, por exemplo, se tinham sido colocados dispositivos
elevatórios para a passagem de peixes sempre que se defrontam com uma parede de
uma das nossas barragens ou, ainda, se havia bypass de sedimentos, nas
barragens, por forma a que o rio continue a fazer a sua função natural de
transporte de sedimentos até à foz", recorda o presidente da EDIA.
O Gestor explicou aos alunos
de Berkeley que tipo de sistemas foram
adotados para aqueles fins em várias zonas do empreendimento de Alqueva e teve
ainda de pormenorizar como se processou o financiamento de todo o projeto.
Subsídios
europeus surpreendem americanos
"Uma questão que os
surpreendeu foi o sistema de subsidiação europeia que existe para este tipo de
investimentos, sendo que, em Alqueva, foram já aplicados 2,5 mil milhões de
euros só em infraestruturas", recorda José Pedro Salema. Mas, para se ter
uma ideia dos montantes globais induzidos por Alqueva, importa ainda
acrescentar que só para o desenvolvimento de projetos agrícolas foram
canalizados 1000 milhões de euros via Proder (Programa de Desenvolvimento
Rural). Da iniciativa privada, incluindo o projeto de produção de energia
elétrica por parte da EDP, os montantes rondam os 500 milhões de euros. Ou
seja, um total de 4 mil milhões de euros já aplicados. Mas, como faz questão de
salientar o presidente da EDIA, do próximo Quadro Comunitário de Apoio
estima-se que cheguem a Alqueva pelo menos mais 1000 milhões de euros até 2020.
O emprego induzido por Alqueva deverá rondar os 20 mil postos de trabalho.
Os alunos do professor
Kondolf estão agora de regresso a Berkeley, onde irão ter de produzir ao longo
das próximas semanas trabalhos de fim de curso sobre o aprenderam no Alentejo. Vitor Andrade – Portugal in Semanário
"Expresso"
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