SÃO PAULO – O transporte refrigerado
de medicamentos é hoje um segmento especializado no ramo de transportes. Exige
cuidados e procedimentos de segurança para que o produto não corra riscos,
especialmente se for posto sob temperatura inadequada, o que pode levá-lo a se
deteriorar, colocando em situação de perigo possíveis pacientes que possam
usá-lo inadvertidamente.
Para tanto, esse tipo de produto deve
sempre ser transportado em embalagens térmicas bem qualificadas, que disponham
de alta capacidade de resistência, de maneira que possam garantir a manutenção
das propriedades do produto por um pré-determinado tempo. Para tanto, deve-se
observar rigorosamente as recomendações contidas nos dizeres da embalagem do
produto sobre a temperatura e os cuidados de conservação.
É de se lembrar que Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) obriga os distribuidores a assegurar que os
produtos farmacêuticos ou farmoquímicos não sofram deterioração física ou
decomposição química durante seu transporte para garantir a saúde pública. Como
estabelece a Anvisa, é proibido o transporte de medicamentos, drogas e insumos
com produtos radioativos ou tóxicos, como inseticidas, detergentes,
lubrificantes e agrotóxicos.
Além disso, antes de chegar às
prateleiras das farmácias, drogarias, clínicas e hospitais, os medicamentos
precisam percorrer um itinerário previamente escolhido, evitando-se acidentes
que possam afetar sua integridade, de modo que permaneçam inalteradas suas
características intrínsecas. De fato, essa preocupação deve ser ainda mais
acentuada num país como o nosso em que a infraestrutura logística é deficiente
e contribui decisivamente para colocar em risco a integridade do produto.
Afinal, em qualquer trajeto, há a
possibilidade de ocorrência de imprevistos como congestionamentos em rodovias
ou em vias de acesso a portos ou aeroportos que obrigam a mercadoria sensível a
suportar longos de períodos de temperaturas altas. Sem contar que, muitas
vezes, esses congestionamentos ocorrem em áreas de risco, ficando o veículo
sujeito a roubo, pilhagem ou ataque de vândalos. Por isso, é fundamental que o
transportador, antes de tudo, avalie a rota, escolhendo sempre aquela que possa
vir a oferecer menos complicações logísticas.
Há outros aspectos que devem também
ser avaliados durante as etapas de operacionalização da carga, pois podem exercer
influência sobre a eficácia do produto. Um deles, sem dúvida, é a forma de
acondicionamento. Outro é a condição do veículo de transporte bem como dos
equipamentos utilizados. É de se assinalar que baús refrigerados, por exemplo,
são dotados de equipamentos que precisam passar periodicamente por manutenção.
Por fim, é de se ressaltar que a entrega deve ser feita sempre na presença de
uma pessoa devidamente qualificada para o recebimento do produto. Mauro Dias - Brasil
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Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é
vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor
de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil
da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br
Site: www.fiorde.com.br
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